Se existia um filme fácil de assistir sabendo exatamente o que esperar somente vendo o trailer e lendo a sinopse era a maior estreia da semana denominada "O Último Caçador de Bruxas", pois juntar fantasia com bruxas mais Vin Diesel, e ainda adicionar um pouco de comicidade em volta, é resultado puro de sessão pipoca para nada de profundidade e muita ação sem explicações logo de cara. Outra boa definição para a trama é se tínhamos Blade para caçar os vampiros, agora teremos Kaulder para caçar as bruxas, e nada mais. Dito isso, já fica implícito que se você criar expectativas de ver um longa mais profundo ou com um roteiro mais elaborado, certamente não é esse o filme que você irá assistir, pois até é criada uma certa ideologia mitológica para com alguns personagens e grupos, mas nada será desenvolvido a fundo, afinal o mote do filme é ação e bora entrar num carrão para matar a bruxa que matou nosso amigo (qualquer semelhança com outra franquia é mera coincidência).
O longa nos mostra que Kaulder é um valioso guerreiro que conseguiu derrotar a poderosa Rainha Bruxa e dizimar seus seguidores. Nos momentos que precederam sua morte, a Rainha amaldiçoa Kaulder com sua própria imortalidade, separando-o para sempre de suas amadas mulher e filha. Dessa forma, Kaulder é hoje o único caçador de bruxas vivo, tendo passado os últimos séculos caçando bruxas do mal, em nome da saudade que sente de suas amadas. Entretanto, Kaulder não sabe que a Rainha ressuscitou e busca vingança, causando uma batalha épica que determinará a sobrevivência da raça humana.
É bacana ver a forma criativa do roteiro, pois filmes de bruxas é algo que não anda mais tanto na moda, e longas de caçadores menos ainda, e a combinação dos dois estilos acabou ficando tão bem encaixado que tudo flui facilmente, mesmo que para isso o diretor Breck Eisner necessitasse apenas entregar para os protagonistas quais suas gêneses e o público ficasse sem o desenvolvimento sólido de cada personagem, pois realmente isso é um defeito, que muitos aparecem e somem de cena quase que sem nenhuma explicação, e isso é algo que incomoda um pouco, mas quando falaram para entregar ação e muitos efeitos especiais, isso sem dúvida alguma não ficou em segundo plano e o longa deslancha. Um fato interessante de observarmos é que o papel principal não parece feito para Vin Diesel, pois talvez um ator mais grosseiro caísse melhor na trama, mas aí é que entra o dinheiro em Hollywood, pois Vin ganhou muito dinheiro com seus outros longas, e então, virou produtor do longa e se colocou como protagonista, e assim sendo, bola para frente, que o diretor escolheu bons ângulos para trabalhar com o ator e junto dos roteiristas soube adaptar boas piadas para que a comicidade funcionasse também na trama, junto de um misticismo até que bem interessante de analisar, e quem sabe ser desenvolvido em outros longas, afinal dá para sentir tranquilamente o cheiro de uma franquia com a forma que o filme é finalizado, mas isso só a bilheteria vai dizer se ocorrerá ou não.
Já que comecei a falar de Vin Diesel, vamos prosseguir com a forma que entregou sua atuação de seu Kaulder, e certamente mesmo não sendo seu número como um personagem mais histórico, o ator se esforçou para que as boas cenas de ação tivessem ritmo e agradasse junto de poucas expressões, e assim sendo, o resultado não ficou tão falho, mas ainda longe de ser uma de suas melhores atuações nos cinemas. Nosso eterno Frodo, Elijah Wood até teve alguns momentos rápidos, mas não lhe deram oportunidade de chamar atenção para o seu 37° Dolan, e algumas frases suas são tão soltas dentro da trama, que parece que ou cortaram demais suas cenas, ou quem escreveu o texto se perdeu e muito, pois sabemos que o ator é bom, mas aqui foi uma grande decepção. O papel de Rose Leslie aparentemente era algo bem jogado na trama, mas a atriz pegou sua Chloe e deu um charme tão interessante que acabamos nos conectando bem com tudo o que faz, e volto a repetir, que mesmo não desenvolvendo tanto cada personagem individualmente, se houver continuação, acredito que a atriz daria rumos bem trabalhados junto do que já foi mostrado. Michael Caine fica ótimo em qualquer papel que lhe joguem nas mãos, e o ator com poucas cenas para fazer conseguiu trabalhar duas piadas tão bem conectadas que seria excelente entrar numa continuação também, afinal é um ator de alto gabarito e mesmo que somente tivesse em mãos uma gênese de uma tartaruga, entregaria a melhor tartaruga que já vimos no cinema, então seu 36° Dolan é maravilhoso de ver. Julie Engelbrecht foi muito bem maquiada para viver a Bruxa Rainha, e gritando mais do que interpretando seu texto, acaba ficando um pouco forçada, mas infelizmente era seu papel, então fez o que lhe foi pedido, mas poderiam ter dado alguns rumos melhores para ela que agradaria mais. Os demais tiveram participações ainda menores, então nem convém citar, o que é uma pena, pois alguns atores certamente agradariam com mais momentos de tela.
Agora se tem algo que não podemos reclamar de forma alguma no longa é sobre sua concepção visual, afinal tivemos cenas maravilhosas que junto de locações trabalhadas e muita computação gráfica, acabaram resultando em algo que chamou muita atenção, destaque para o bar de poções e claro as cenas de lutas no subterrâneo, que tiveram vida própria na tela e com uma gama monstruosa de objetos cênicos, fez com que o filme tivesse uma das melhores produções artísticas do ano, ao menos no gênero de ação até agora. Além de uma boa cenografia, o diretor de fotografia combinou bem o tom mais escuro para dar uma certa tensão na trama, e claro corrigir imperfeições das muitas cenas filmadas com o fundo verde e criado tudo depois, mas dessa maneira o acerto ficou muito bom, e claro que sempre vão falar que foi totalmente pensado para ser assim. Destaque além desses quesitos técnicos para os bons efeitos especiais que empolgam e não ficaram tão falsos de acompanhar na telona, claro que sempre vamos exigir mais, mas ainda assim o que é mostrado agrada bastante.
Enfim, é um filme pipoca, daqueles que compramos um bom combo no cinema e vamos curtir apenas sem pensar em nada, mas que indo sem expectativa alguma acaba resultando em algo ainda mais agradável e que dá para ser recomendado para outros amigos. Volto a repetir, não é um filme que vai fazer você pensar e muito menos que possui um roteiro elaborado, mas assim como a maioria dos filmes que Diesel protagoniza, o resultado é bem interessante. Portanto, vale a pena conferir ele, afinal nessa fraca semana pelo interior, para quem já viu tudo, é o que está tendo. Fico por aqui hoje, mas volto ainda nessa semana para conferir dois longas atrasados que estão em cartaz, então abraços e até breve pessoal.
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