Não vou repetir a fórmula que passei quando falei de "S.O.S. Mulheres ao Mar" em 2014, quem quiser que leia nesse link, mas agora o novo longa "S.O.S. Mulheres ao Mar 2" segue exatamente a mesma fórmula, porém como já venderam todas as maravilhas do cruzeiro no primeiro filme, agora a dica é o cruzeiro que sai de Miami e vai até o Caribe, ou caso você perca o embarque passeie de carro pelos parques de Orlando da Universal, que é co-produtora do longa, e claro que não ficaria de fora. Mas tirando o tino comercial da produção, o longa até possui uma produção muito bem feita que agrada visualmente, só é uma pena que não desenharam tão bem o roteiro para que ele divertisse mais e envolvesse com história, mas como todos sabem, produtores querem dinheiro, então nem se passou 18 meses direito e já estamos com a continuidade nas telas, e o resultado: é outro capítulo de novela que até passa rápido na tela e certamente vai arrecadar muito dinheiro, mas que logo vamos esquecer tanto quanto o primeiro filme.
O novo longa nos mostra que Adriana, agora uma escritora bem-sucedida, segue feliz em seu romance com André, que está prestes a lançar sua mais nova coleção de moda durante um cruzeiro pelo Caribe. Porém, quando ela descobre que a bela ex-noiva do estilista irá acompanhá-lo em busca de uma reconciliação, Adriana convoca a irmã Luiza e Dialinda - sua ex-diarista que agora trabalha nos EUA - para uma nova aventura.
Uma coisa é certa no novo filme, que a saída de Marcelo Saback do time de roteiristas deixou a trama bem menos gostosa de acompanhar, e isso é algo que pesa bastante no estilo para que o público curta o que vai ver na tela. Não que Sylvio Gonçalves tenha errado na continuidade, mas ele fabricou algo que certamente foi comprado e encomendado, ao invés de desenvolver uma história para cinema mesmo. E dito isso sobre o fraco texto da trama, que infelizmente não faz ninguém rir na sala do cinema, (se o filme é classificado como comédia, já acho que temos um grande erro aqui), a diretora Cris D'Amato (que está nos entregando dois filmes no mesmo ano, essa tem gás mesmo e tá ganhando até do Woody Allen) não conseguiu trabalhar bem os ótimos atores que tinha nas suas mãos e eles acabaram fazendo o que mais sabem fazer: atuar para novela. E assim sendo, temos planos bem tradicionais que vemos todos os dias na TV e mesmo tendo uma cara de road-movie divertido, a trama se perde em querer dar espaço para cada uma das subtramas, ou seja, mais do mesmo.
Sobre as atuações, Giovanna Antonelli não nos entrega o mesmo gás que teve no primeiro filme com sua Adriana, mas ainda assim mostra todo seu potencial de atriz e nas cenas que precisa mostrar toda expressão possível, faz sem pestanejar e agrada demais, só é uma pena que sua história não desenvolveu tanto, senão ela certamente arrasaria. Thalita Carauta está realmente merecendo um filme para chamar de seu, que se existem algumas cenas do longa que valha a pena esboçar um riso são as suas, afinal ela é a única humorista da trama, e sua Dialinda é perfeita no que faz, então fica a dica caso inventem uma nova continuação para a trama, esqueçam todo o restante do elenco e foquem nela, que o resultado cômico vai ser garantido, pois o personagem é bom e a atriz é boa, mas funcionar como subproduto não faz o filme decolar. Fabiula Nascimento é uma atriz bacana e até teve bons diálogos bem encaixados no texto de sua Luíza, mas ficou repetitiva demais e acabou cansando já na terceira tentativa de atrair o rapaz, e isso nem personagem de segundo escalão de novela faz, ou seja, acabou sendo estragada pelo roteiro. O personagem de Reynaldo Gianecchini certamente ficou tão deslocado nas gravações que se não fosse o mote pelo qual a protagonista vai atrás no navio, poderia ser eliminado da trama que nem notaríamos sua falta, e todos sabem o quão bom é o ator para poder ser jogado fora de um longa, ou seja, esqueceram mesmo de desenvolver os personagens para que tudo agradasse mais. Felipe Montanari até tentou parecer um pouco gringo, incorporando trejeitos para o seu Roger, mas se perdeu demais quando começou a enrolar o português com o inglês e virou uma sopa de letrinhas que até era para ser engraçado, mas faltou trabalhar um pouco mais sua conexão com Dialinda para que tudo agradasse mais. Dos demais personagens, todos foram até que bem encaixados nos devidos momentos, afinal o que os brasileiros mais sabem trabalhar nas novelas e filmes são o que chamamos de elenco de apoio, e dessa maneira Gil Coelho como Rafael, Felipe Roque como Maurício, e Rhaísa Batista como Anitta até agradam um pouco nas suas cenas, mas como ninguém assumiu nenhuma responsabilidade maior, o resultado deu no mesmo.
Volto a afirmar, a produção cenográfica caiu muito bem na trama, e claro que com os devidos patrocinadores sendo mostrados durante todo o filme, o orçamento acabou sendo pago facilmente para que os diretores artísticos trabalhassem sem pensar colocando os atores onde a diretora quisesse ter um bom ângulo de sua câmera, e assim sendo, todos passearam e brincaram bastante nos brinquedos dos parques da Universal, usufruíram das instalações do Cruzeiro da MSC e se divertiram nas areias do Caribe declamando seus textos para tentar agradar ao público, mas infelizmente como dizia uma professora da faculdade, um filme não se faz apenas de produção, é necessário ter história, então tudo não passou de apenas propaganda numa telona. Sobre a direção de fotografia, souberam usar bem a luz natural para realçar cada momento, e isso deu tonalidades incríveis para a trama, mas volto a repetir, tudo bem longe do estilo de ser cinema, ficando mais perto da publicidade realmente, então isso acaba sendo um erro.
Agora, se temos de parabenizar alguém do longa, certamente é a equipe que escolheu toda a trilha sonora, pois cada música encaixou perfeitamente para cada cena, inclusive as internacionais acabaram funcionando muito bem para quem entender o que a letra diz, ou seja, deu ritmo para o filme e agradou bastante.
Enfim, é um filme que certamente vai levar o público brasileiro que gosta de novelas para os cinemas, mas quem preferir ver um filme mesmo é melhor optar por outro longa senão a chance de sair irritado com tudo o que verá é alta. Portanto deixo assim minha recomendação para quem for ao cinema conferir o longa sabendo que não verá nada além de um capítulo final de novela bem produzido. Fico por aqui hoje, mas ainda tenho um longa atrasado para conferir nessa semana, então abraços e até breve.
PS: O longa merecia uma nota menor, mas como ficou no mesmo nível do anterior vou repetir a nota que dei no ano passado.
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