Alguns longas já vamos assistir sabendo bem o que esperar, afinal você não vai à um suspense esperando rir, nem à um terror esperando romance, mas quando falamos em comédia as possibilidades se abrem para tantas vertentes que pode ser que você chegue na sessão esperando algo tão cômico e saia revoltado com o que viu, quanto ao ver um pôster como o que coloco acima e um trailer que está no final do post do longa "Como Sobreviver a um Ataque Zumbi" e já vai esperando uma tosquice em cima da outra e acaba se divertindo com tudo o que é apresentado, pois temos de tudo no longa, romance, comédia, suspense, sustos, muito sangue e efeitos especiais de primeira linha. Ou seja, não precisou nem ter um roteiro tão grandioso (diria que estamos num misto daqueles filmes de escoteiros que víamos na sessão da tarde quando éramos crianças com um "Walking Dead" sem atores fodões) para que o resultado divertisse a plateia, e como volto sempre a frisar, a missão de uma comédia é fazer rir/divertir, e aqui foi bem cumprido, fazendo valer o ingresso de quem criar coragem para conferir.
O longa nos mostra que três escoteiros foram bem treinados para se virarem sozinhos e toda essa preparação será essencial para o que vão enfrentar. Os garotos precisam provar o quanto são valentes quando a cidade onde vivem é tomada por uma horda de zumbis. Nesse embate, eles também precisam mostrar a força dessa amizade.
É interessante observar a carreira do diretor Christopher Landon, pois nos últimos quatro anos ficou bem conhecido por escrever as quatro continuações de "Atividade Paranormal" (2, 3, 4 e "Marcados Pelo Mal"), inclusive dirigindo esse último (o qual julgo bem melhor que o de 2015) e agora com sua segunda direção efetiva, conseguiu transformar a ideia original da história de Lona Williams que foi classificada como um dos melhores roteiros não filmados em 2010 (#deviamestarloucos) em um filme simples, bem feito e com efeitos que agradam bastante, e claro que no momento atual aonde o público adora zumbis, não tem como dar errado, pois a comicidade é elevada a um nível de tosquice tão grande que você acaba deixando relevar e curte cada momento rindo do absurdo. E claro que ele não nos entrega uma cena simples da maneira tradicional, tudo é colocado à prova com muita dinâmica de câmeras, e até que com maquiagens convincentes (afinal depois de "Crepúsculo" quem errar fazendo qualquer morto-vivo brilhar irá direto para a cruz). Então no quesito direção e roteiro, temos um filme bem feito, não é algo que vamos lembrar para qualquer tipo de premiação, mas certamente foi tudo muito bem feito para ser lembrado como um filme cômico de escoteiros e zumbis, que pode passar qualquer dia numa sessão da tarde (claro que vão cortar algumas ceninhas mais quentes, mas que rola de boa).
No quesito atuação tenho quase certeza de que a economia foi alta da produção, pois tirando o chefe dos escoteiros que está em quase todas as comédias, e a velhinha que já foi ganhadora do Oscar de 71, não me lembro de sequer ter visto algum dos atores. Vai, Tye Sheridan com 15 anos fez "Árvore da Vida", mas como foi um filme que atores não foram importantes para nada, vou continuar dizendo que não lembro de ninguém, mas tirando esse detalhe, o jovem até que conseguiu comandar bem o protagonismo de seu Ben, e já mostra que vamos ter o que olhar no novo "X-Men" já que também estará bem a frente como Ciclope, ou seja, aqui ele mostrou garra, dinâmica e bons trejeitos, quem sabe ano que vem decola, vamos aguardar. Logan Miller foi responsável pelas cenas mais engraçadas do filme, afinal com o desespero gritante de seu Carter, conseguiu ao mesmo tempo apagar o jeito mulherengo frente à gritaria que teve com cada zumbi que chegou perto dele, o jovem também trabalhou bem na ação e tem futuro. Joey Morgan é o nerd fofo que acaba fazendo gordices em todo filme do estilo, que acabamos torcendo pra que consiga fazer as coisas e não atrapalhe muito todo o andamento, e seu Augie caiu como uma luva no estilo de atuar do garoto, e sempre que aparecia em cena era preparar para ver alguma coisa inacreditável de acontecer, ou seja, fez tudo certo para o papel que foi solicitado. Sarah Dumont já foi figurante em diversos longas românticos, e a jovem é bem bonita, tanto que muita gente vai acabar torcendo para que sua Denise encaixe como par romântico do protagonista, mas o que vai mais impressionar é seu jeito durão para enfrentar os zumbis, e quem sabe isso não lhe vá valer para papéis de heroínas mais para a frente, pois expressão e atitude a jovem tem, então só falta um bom roteiro e um diretor que a jogue para os holofotes. Certamente você já viu David Koechner em qualquer filme/série cômica tosca que pensar, pois ele encara tudo o que lhe for proposto (seria ele um Nicolas Cage da comédia??? E faz tudo por estar devendo até o rim de tanto imposto! Não sei para responder, se souber, os comentários estão abertos) mas seu chefe Rogers ficou interessante tanto nos vídeos introdutórios de escotismo logo no início, quanto na persistência do seu modo zumbi(embora bem abobado), e claro grande destaque para a cena na sua casa pela devoção artística que tem. Cloris Leachman realmente tem um pique de dar inveja à qualquer jovem atriz, pois aos 45 anos ganhou seu Oscar de Atriz Coadjuvante e agora com quase 90 anos ainda mandou ver em cenas rápidas como zumbi junto dos jovens, inclusive protagonizando uma das cenas mais nojentas da produção, ou seja, tá no gás total, e olhando sua ficha na internet já tem mais 3 longas para ser lançados, mostrando pique mesmo para atuar.
Sobre a parte cênica claro que vamos ter muita escatologia, sangue e tudo isso em dobro com foco duplo nos objetos inusitados, afinal é um filme de comédia zumbi, e quem não quiser ver isso não vai assistir ao longa. Dito isso, a equipe trabalhou muito bem com o pouco dinheiro que tinham em mãos, criando até que símbolos bem trabalhados, claro que procurando sempre cenas mais fechadas para minimizar o impacto de criar grandes sets, mas ao menos umas 3 cenas foram bem grandes tanto na quantidade de figurantes maquiados correndo como na ambiência completa do cenário, ou seja, deram um trabalho bem grande para a equipe cênica, que não decepcionou e mostrou apta para grandes projetos. Claro que todos foram companheiros do diretor nas suas outras produções, então já conheciam bem o que queriam fazer, e por trabalhar com longas de terror, a simbologia é quase a mesma, e funcionou. Felizmente o diretor de fotografia soube usar bem a luz artificial e não quis fazer graça de termos um filme de "terror" noturno com cenas escuras, pois isso acabaria totalmente com a comicidade da trama, então usando de boas cores nas roupas de todo o elenco e falseando com iluminações das locações, ele nos entregou um longa alegre e ainda deu toda liberdade para a equipe de efeitos especiais caprichar no sangue voando para todos os lados. Dito isso, a equipe de efeitos fez um trabalho realmente primoroso, pois é possível ver que usaram efeitos computacionais somente na explosão maior, deixando todo o restante para efeitos mecânicos que certamente deixaram os atores bem sujos de sangue cênico, o que deu um ar mais bacana para a trama.
A trilha sonora contou com grandes clássicos do rock e pop mundial de várias décadas, ou seja, temos Britney Spears, Scorpions, Iggy Azalea e Rita Ora, e claro que muitas trilhas instrumentais originais, que deram um ritmo bem legal para a trama, e isso é algo que não poderia ficar de fora, já que o longa também se classifica como ação, então sem dinâmica musical o resultado certamente seria outro.
Enfim, não é o melhor filme do planeta de zumbis e nem de comédia, mas juntando as duas coisas, e aliado com muitas cenas toscas, o resultado acabou divertindo bastante e cumprindo sua missão nos gêneros que é classificado comédia/ação/zumbis(ou terror), e dessa maneira vai valer o ingresso de quem gostar de coisas cômicas forçadas. Dito isso, acabo recomendando ele para uma sessão descontraída no cinema ou em casa. Mais uma vez agradeço meus parceiros da Difusora FM 91,3Mhz daqui de Ribeirão Preto pela ótima pré-estreia organizada e estamos juntos sempre pro que precisar. Fico por aqui agora, mas ainda é só o começo da semana cinematográfica, então abraços e até breve.
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