Bem amigos, como a proposta do site é falar de todos os longas que vejo, é claro que não deixaria de lado novo filho de Alexandre Carlomagno que estreou hoje e deve permanecer no espaço onde foi exibido por mais algumas semanas para que o público confira. Embora se olharmos com estranheza para a sinopse de "Entre Umas e Outras", o documentário nos leva a perceber uma certa humanidade num lugar que muitos até torcem a cara, que é o tradicional boteco de esquina e suas figuras irreverentes. Pois se perguntar para qualquer um, o que podemos enxergar é que ali só tem pinguço ou gente que não tem nenhum conhecimento e vai afogar as mágoas tomando uma cerveja. Mas se você parar para conversar um pouco com cada um pode descobrir histórias e com isso até mesmo uma pessoa que você imaginaria ser uma simples tiazinha de esquina, já foi presa por um certo tempo, outros viajaram muito, muitos tem família mas não convive e através desse microcosmo pode ampliar toda a vertente para uma cidade que praticamente tem seus bares lotados os sete dias da semana, e claro, com muita gente disposta a bater um bom papo. Então fazendo uma analogia para com o título da trama, entre umas e outras podemos conhecer uns e outros com um olhar diferente e que pode ser bem interessante.
A sinopse do filme nos diz: Um boteco... Várias pessoas com nada em comum a não ser elas mesmas. A equipe invade um boteco e monta um retrato humano com as diversas vidas que ilustram os bares. Não tenha dúvidas: o Brasil acontece entre umas e outras.
A maior dificuldade de um documentário sempre será a de que os entrevistados tenham muito o que falar, e consigam com isso responder as perguntas bases criando o texto que o diretor deseja, e diferentemente do primeiro longa do diretor Alexandre Carlomagno, "Patrícia", aonde a personagem principal tinha muito o que falar, aqui alguns dos entrevistados apenas responderam às perguntas de maneira simples e objetiva, o que certamente acabou dando um trabalho monstruoso para a equipe de edição conseguir fazer uma história alongada sem necessidade de pausas para as perguntas, então esse pode ser citado como a maior diferença entre os dois trabalhos do diretor, e claro, o maior defeito desse novo filme, mas que quem der continuidade nas frases dos entrevistados, certamente vai entender qual foi a pergunta e completará o contexto em si. Talvez se cortassem alguns desses momentos, o filme ficasse mais enxuto e até daria uma dinâmica bacana, mas também correria o risco de ficar com pouco tempo, então volto a frisar que é apenas um detalhe técnico que incomoda um pouco, e facilmente quem não for muito atento não irá pegar. Porém tirando esse detalhe técnico, o filme se desenrola bem, tem bons "personagens" e uma boa dinâmica entre eles, o que fez com que o longa tivesse um ritmo interessante e não cansasse (afinal já disse isso uma vez aqui no site, e documentários com muita enrolação, dão sono demais). Portanto, o resultado que certamente era desejado de mostrar que a vida em um boteco qualquer que pode estar acontecendo bem ao lado de sua casa e você nunca parou para observar, ou até mesmo conhecer quem são aquelas pessoas que estão ali, foi passado e bem feita pela equipe.
Um grande ponto positivo da trama, além claro das histórias (a qual sem dúvida alguma a melhor é de Silvia), é a fotografia do longa que trabalhou muito bem a luz natural e escolheu alguns ângulos de filmagem não muito usuais, evitando a centralização chata dos personagens, colocando-os meio que de lado e aproveitando o espaço rústico do bar, com as demais pessoas jogando baralho, bebendo e fazendo tudo atrás sem atrapalhar o desenvolver da história e muito menos chamando mais atenção do que o entrevistado que está na frente.
Enfim, é um filme gostoso de ver e que passa um tempo bem tranquilo acompanhando os diferentes tipos de pessoas que foram entrevistadas ali, e que certamente tem um lugar no mercado, desse modo o resultado da trama pode ser considerado bem eficiente. Citei outros defeitos técnicos para a equipe do filme, mas que podem ser facilmente melhorados para outras exibições, pois são detalhes da exibição mesmo e não do produto, e já que o longa vai continuar sendo exibido no Espaço Zavaglia em Ribeirão Preto e depois deve rodar por festivais afora, dá para darem uma melhoradinha para que todos gostem. Portanto recomendo que quem puder, vá conferir e se divertir com essas histórias que aconteceram entre umas e outras. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas neste Domingo já começa a Mostra Internacional de Cinema, então em breve volto com mais textos. Fiquem com meus abraços e até breve.
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