quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Jogos Vorazes: A Esperança - O Final em 3D (The Hunger Games: Mockingjay - Part 2)

E lá se vai mais uma saga para apenas nossa memória cinematográfica, pois após quatro anos sempre sabendo que teríamos no final do ano, a série de jogos com invenções insanas, personagens caricatos e boas tensões, eis que como diz no segundo subtítulo O Final chega para "Jogos Vorazes: A Esperança". Não sou e nem nunca serei favorável à um longa ser dividido em duas partes, primeiro pela quebra da expectativa, segundo que é apenas para que os produtores ganhem mais dinheiro, terceiro que rever o anterior todo ano é algo que cansa demais, então vamos parar com essa putaria, pois se juntarmos os 123 minutos da parte 1 com os 137 minutos da parte dois e cortarmos as partes de enfeite, teríamos um longa com 150 minutos daqueles de cair o queixo a cada ponto de virada. Claro que para isso, mataríamos personagens importantes do livro, não teríamos todas as inflexões pensantes que dá para remeter ao mundo moderno e tudo mais, mas ainda assim os fãs vão continuar reclamando de coisas que faltaram, e o público mais exigente vai reclamar de momentos cansativos, então as próximas sagas que inventarem de vir para substituir o coração carente do público que gosta desse estilo, tratem de entregar algo conciso e mais bem feito, que certamente ainda venderão muitos ingressos. Porém, como já analisei o primeiro filme no ano passado, que você pode ler aqui, vamos à análise dessa nova parte, que já vi vários torcendo a cara, falando que não empolga e tudo mais, mas temos boas cenas de ação, artistas dando gás de interpretação no nível máximo (afinal acabou a boquinha da sequência), e felizmente alguns bons efeitos para valer o gasto de pagar pelo 3D (nada que vai falar ser impressionante, mas agrada nas cenas que tem), de modo que não vou dizer que foi o melhor da franquia (o segundo ainda é o que tira o maior fôlego e me deixou mais emputecido com o final), mas com a forma que encontraram para fechar de uma maneira bonita com o epílogo, e com diversos problemas que a produção teve, o resultado como produção é bem satisfatório tanto para os fãs, quanto para quem gosta de um longa dinâmico e interessante (com ressalvas à algumas cenas bem monótonas no miolo).

O longa nos mostra que ainda se recuperando do choque de ver Peeta contra si, Katniss Everdeen é enviada ao Distrito 2 pela presidente Coin. Lá ela ajuda a convencer os moradores locais a se rebelarem contra a Capital. Com todos os distritos unidos, tem início o ataque decisivo contra o presidente Snow. Só que Katniss tem seus próprios planos para o combate e, para levá-los adiante, precisa da ajuda de Gale, Finnick, Cressida, Pollux e do próprio Peeta, enviado para compôr sua equipe.

É fato que a mudança criativa tanto dos roteiristas quanto de diretor logo após o primeiro filme deu novos rumos para a produção, pois se antes tínhamos algo mais violento e próprio de uma competição que Gary Ross e equipe fizeram, logo tudo foi substituído por rumos políticos e dinâmicas próprias de cada personagem, não importando mais tanto o Jogo em si para Francis Lawrence e equipe de roteiro. Não digo que nenhuma das duas vertentes estava errada, e pelo que conversei com alguns leitores do livro (mais uma saga que não gastei tempo lendo), essa mudança do estilo de escrita também é vista nos textos de Suzanne Collins, então isso sem dúvida alguma é um ponto positivo monstruoso, e a cena de infiltração de Katniss na mansão (não vou dar mais spoilers, mas preciso colocar isso aqui) se tivesse sido filmada uma semana atrás não teria sido tão atual com os acontecimentos políticos do mundo moderno!!! Dito isso, posso afirmar com toda certeza que vamos ver o diretor ainda apresentar grandes feitos no futuro, afinal errou bem pouco a mão nos três longas da franquia e em seus longas anteriores, e todo o trabalho conceitual que procurou colocar ficou visivelmente satisfatório para agradar à todos. Volto a repetir, a trama em si poderia facilmente ser resumida em um filme só, que não teríamos os momentos de calma e apresentação de personagens (mesmo no último filme sem utilidade alguma), mas com toda certeza os amantes do livro iriam reclamar demais da falta de diversos elementos, então já que fizeram dois, vamos curtir como foi entregue e quando sair em mídia os dois, vemos juntos e ponto final.

Sobre as atuações, já vimos acontecer isso em "Harry Potter", em "Senhor dos Anéis" e até mesmo na saga "Crepúsculo", e aqui não foi diferente, os atores se entregam mais nos últimos filmes, pois como não terão a garantia de voltar mais uma vez no papel (alguns dão sorte, pois como a Terra Média voltou, alguns puderam retornar seus papéis), então procuram chamar atenção por suas cargas dramáticas e expressivas, e isso é bem legal de ver. Digo isso, pois Jennifer Lawrence após ganhar seu Oscar e muito dinheiro com a renovação do contrato de Katniss, acabou ficando mais desleixada no segundo filme, e em diversas outras produções que estrelou, não que não tenha saído muito bem no "Em Chamas", mas acabou sendo mais repetitiva nas expressões e não decolou como poderia, daí com esse novo filme já vimos a atriz dando a cara para bater, e com o que acabou sobrando nesse final foi algo bem dinâmico e com formatos incríveis de mostrar que a atriz ainda está em excelente forma interpretativa. A primeira parte focou mais em Josh Hutcherson e aqui ele ficou mais de coadjuvante com seu Peeta, mas ainda assim, o jovem fez algumas caras e bocas tão bem pontuadas que voltamos a gostar de sua personificação e até torcer para ele, mas é engraçado que mesmo sendo filmado junto as duas partes, o ator parece outro, e não chama tanto a atenção como fez no ano passado. Fico com dó de Liam Hemsworth, pois vai continuar sendo sempre o irmão do Thor, pois seu Gale não convence, nem mesmo nas suas duas cenas expressivas, que o diretor falou vai e faz, ele titubeou frente aos outros dois jovens atores, então realmente fico com medo de quando lhe derem algum longa para protagonizar, pois ele vai falhar. Sam Claflin teve seu momento no segundo filme com Finnick, e aqui virou figurante de luxo com meia dúzia de frases para dizer e que não servem para quase nada, então poderiam ter podado mais, ou o jovem resolver chamar atenção, mas ele vem com tantos outros filmes para os próximos anos que quem sabe apague fácil isso. Julianne Moore é daquelas atrizes versáteis que sempre podemos apostar que vai sair bem no que lhe for entregue e sua presidente Coin é ao mesmo tempo forte e misteriosa, e certamente muitos vão torcer a favor e contra ela na trama, poderia ter mais cenas suas que não incomodaria ninguém, afinal suas expressões são sempre ótimas. Donald Sutherland vai ficar marcado como presidente Snow demais, pois mesmo tendo outros grandes papéis, suas sacadas interpretativas foram tão boas e cheias de expressão que vamos lembrar de cada fechamento de suas cenas, e se já havia dado show nos três filmes anteriores, aqui mesmo com poucas cenas, mandou bem demais novamente. Como bem sabemos (ou ao menos a maioria) Philip Seymour Hoffman morreu antes de acabar as filmagens das duas partes com seu personagem Plutarch, e também sabemos que era peça principal dos três filmes, então assim como tivemos em "Velozes e Furiosos" novamente a computação gráfica entrou em ação, e diferente do que aconteceu na primeira parte que não é possível notar, aqui ficou muito claro de ver todos os momentos, pois reduziram luzes, colocaram personagens em primeiro plano jogando o personagem sempre para trás, e principalmente na sua última cena que certamente não foi gravada deram um jeitinho de vir uma carta ao invés do personagem falando com a protagonista, ou seja, não podemos dizer em momento algum que ele esteve presente nesse filme, mas sua alma foi em paz com as boas intenções que foram colocadas na trama. Como disse antes, tivemos muitos personagens com ao menos duas cenas para chamar atenção, afinal temos 260 minutos divididos em dois filmes, então precisou de muita gente, e já vi que meu texto está enorme, então vale apenas citar bons momentos tanto de Woody Harrelson com seu Haymitch, Elizabeth voltando com a corda toda para sua Effie, e principalmente as boas cenas de Mahershala Ali com seu Boggs.

No conceito artístico, voltamos a ter boas invenções para dar dinâmica aos jogos insanos que os personagens precisaram passar para chegar até à mansão de Snow, e dessa maneira a equipe gráfica teve muito trabalho para criar cada cena, e principalmente desenvolver bem a Capital, pois diferente dos demais longas que tudo se passava mais em florestas e lugares estranhos, aqui temos uma cidade com tudo para ser mostrado, então as boas sacadas subterrâneas foram inteligentes e bem bacanas de ver, os bestantes ficaram bem legais, mas sem uma definição clara do que seriam, os figurinos novamente deram um show e souberam trabalhar muito bem com elementos chaves para cada cena, destacando o Holo, as flores em dois momentos, e até mesmo às filmagens que já haviam dominado no último filme. A equipe de fotografia trabalhou muito bem com cores mais escuras para dar o clima tenso que a trama pedia, e claro para resolver os problemas que a equipe de efeitos especiais necessitava, como já citei no caso de Hoffman e claro nos diversos momentos que a dinâmica fluía e necessitavam de explosões e tudo mais, então mais uma vez acertaram a mão. Falando mais especificamente dos efeitos, e juntando com a parte da conversão para 3D (que não será exibida em todos os países), tivemos grandes momentos que valem bem o ingresso mais caro, dando realce nas cenas com muitos personagens, ou principalmente na cena em que enfrentam diversas armadilhas, destaque na estação do metrô e na super metralhadora, então quem for conferir com a tecnologia pode até ser que reclame um pouco por serem cenas espaçadas, mas no geral funcionou melhor que muita conversão feita nos últimos anos, mas ainda longe dos longas que são realmente filmados na tecnologia.

Enfim, o texto ficou bem grande, mas o longa vale a pena dizer tudo sobre ele, pois vão ter os que vão reclamar com toda certeza, porém os fãs mesmo da saga irão chorar com o fechamento, vão ver diversas vezes, e dessa maneira volto com a frase que introduzi o primeiro longa no site, de uma forma modificada, mas com a mesma essência: "o longa foi feito para um determinado público, assim como muitos acabam sendo feitos, e certamente esse público ele vai atingir, que são os fãs dos livros e de longas de ação teen", e dessa maneira o resultado é de um bom fechamento que me agradou e vai agradar muitos também, portanto recomendo ele com certeza. E assim sendo é mais uma saga completada nos cinemas, o jeito agora é aguardar alguma que substitua ela na mesma altura, pois já temos duas outras rolando que até tem agradado, mas que não conquistou a mesma quantidade de fãs. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas nessa semana terei muitos posts no site, então abraços e até breve.


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