O Reino Gelado 2 em 3D

11/14/2015 01:52:00 AM |

Até que podemos dizer que a nobre Rússia se engajou no ramo das animações, pois passados pouco mais de 2 anos já estamos com a continuação de um filme que falei bem quando vi em 2013, mas claro que assim como reclamamos da falta de criatividade para inovar no lado de cá do mundo, por lá não é muito diferente, e com bem menos emoções e como a tentativa de enriquecer o carisma do personagem secundário no primeiro filme, promovendo ele para protagonista no novo não deu muito certo, acredito que "O Reino Gelado 2" até tenha passado bem a mensagem de que mentir não é legal para as crianças, mas deixar aberto ele para o terceiro filme que já estão gravando foi exagero demais da equipe criativa, pois a história já ficou bem em segundo plano dessa vez. Mas tirando esse detalhe, o filme vai levar a criançada aos cinemas, pois os bichinhos até são bem chamativos, porém não espere que saiam empolgados da sessão.

O filme nos mostra que após a queda da Rainha da Neve, o troll Orm precisa refazer sua vida em meio aos seres de sua espécie. Para tanto, ele passa a trabalhar como mineiro e morar com a avó. Apesar da vida regrada que leva, sempre dentro da lei, ainda assim Orm enfrenta dificuldades em pagar as prestações da casa. Desta forma, resolve se candidatar a um torneio onde o vencedor terá a mão da princesa e o direito de morar no palácio real. Entretanto, Orm esconde o fato de já ter trabalhado para a Rainha da Neve e, aos poucos, fica tentado a dar vazão ao lado malvado que possuía quando era lacaio dela.

Quem ler a sinopse e não tiver conferido o primeiro filme pode até achar que não vai entender nada da continuação, mas pode ir conferir tranquilamente, pois mesmo a história tendo um rumo bem semelhante e continuado, os protagonistas meio que mudaram e logo de cara no início é feito um resumão completo de praticamente tudo o que ocorreu no outro filme. Basicamente, a equipe completa foi substituída após o primeiro filme, sobrando apenas os produtores (claro afinal são pessoas que querem mais dinheiro do que história) que acabaram virando roteiristas também e novamente entregaram para um novato na direção trabalhar seu lado interpretativo de um bicho que não conseguimos identificar gênero nem nada que é o troll Orm e todos do seu gênero que são rapidamente apresentados antes do desenvolvimento da trama. Porém, o jovem Aleksey Tsitsilin não teve o mesmo currículo anterior que Vladen Barbe, de passar por desenvolvimentos artísticos e criativos antes de chegar a uma direção de animações, e isso fica claro no longa, pois o diretor quer mostrar tecnologia e ação e tudo na tela de uma vez só sem se preocupar com motivos, deixando apenas o mote da mentira flutuando a todo momento sendo repetido à exaustão e todos os demais personagens ficaram correndo em cena sem muito o que fazer, e isso não foi legal de ver.

Claro que de cara Orm é um personagem legal e que de certo modo teve um carisma bacana junto da gatinha, lontra ou sei lá o que é branco que corre junto com ele no primeiro filme, e aqui tentam ter a mesma química logo no começo, mas suas trapalhadas não se desenvolvem e nem ficam engraçadas para puxar o riso das crianças, então ficam apenas bem feitas visualmente e o resultado fica solto. João Côrtes até trabalhou bem sua dublagem impostando a voz e dando tons representativos para as diversas emoções do personagem, mas foi pouco perto da história toda que faltou, vamos ver o que ocorrerá no terceiro filme (que teoricamente já estreia no ano que vem) para ver se decola melhor. Gerda que foi dublada pela incansável Larissa Manoela apareceu bem pouco na trama, caindo de protagonista no primeiro filme, para quase figurante de luxo nesse novo longa, mas pela história do terceiro filme, volta a protagonizar a trama e deve trazer mais emoção para o filme, pois nesse não conseguiu fazer nem que a nossa jovem atriz suasse para a quantidade de falas que teve de gravar. Os demais trolls até que são engraçadinhos, destaque para o general e para a avó, os demais possuem até que boas simbologias para a trama, mas acabam no estilo dos Smurfs ficando mais como apoio dos grandes nomes.

A modelagem dos personagens praticamente se manteve intacta, não tendo muita evolução de texturas, mas cenograficamente conseguiram deixar a cidade dos trolls bem bacana de ver, com um colorido legal e que lembrou bastante jogos de videogame, aliás se fizerem o jogo do filme seria algo no estilo de Rayman com Donkey Kong, então acredito que seria bem vendável (fica a dica para os produtores). E junto com esse bom desenvolvimento, até foram colocadas boas cenas 3D na trama, nada que você saia falando que foi o melhor 3D que já viu, mas nos momentos em que valem a pena estar de óculos, pedras voam em sua direção e algumas perspectivas são bem exploradas, porém assim como no primeiro filme, a maioria do longa dá para ver sem óculos, então mais um daqueles que se quiser economizar é possível.

Enfim, posso até ser muito repetitivo com essa reclamação de animações não americanizadas, mas o pessoal precisa aprender que canções seguram a garotada, e que apenas lições de moral sem carisma e sem algo que acabe chamando para outros produtos, acabam passando e logo mais ninguém acaba lembrando do filme, mas ainda assim, na atual época de crise que não se tem nada para a garotada ver nos cinemas, essa é uma opção até que interessante. Portanto recomendo para levar os mais pequenos para que se divirtam com os bichos esquisitos, mas sem criar muita expectativa de que eles vão sair felizes e sorridentes da sessão. Bem é isso pessoal, fico por aqui nessa semana cinematográfica bem curta, mas volto na Quinta com mais textos no site, então abraços e até breve.


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