Bom, vou ser claro e objetivo com relação ao longa "Star Wars - O Despertar da Força", ou como também é chamado "Episódio VII", e claro vou tentar escrever sem spoilers. E o que posso adiantar é que expectativa demais, sempre acaba atrapalhando, e como desde o começo do ano só falavam que seria o grã-fechamento do ano com o longa, é claro que fomos sedentos demais ao pote, e embora seja um excelente filme, com os melhores efeitos da série, e muitas histórias novas para serem desenvolvidas unindo coisas do passado, o filme acaba sendo satisfatório para os fãs, que verão tudo o que desejavam dos demais episódios, mas para quem não for completamente fanático, verá um filme agradável, que para seguir com as novas ideologias, acaba aberto para os próximos que virão. Claro que o ingresso pago vai valer a pena, pois é um filme muito bem feito, mas longe de ser o melhor da série (Episódio V é imbatível) e mais ainda de figurar entre os melhores do ano.
A sinopse em si é bem simples e assim como nos demais filmes, serve também de abertura para o filme no formato tão tradicional que vem sendo mantido há anos: Muito tempo após os fatos de "O Retorno de Jedi", encontra-se a Primeira Ordem, uma organização sombria iniciada após a queda de Darth Vader e do Império. O grupo está em busca do poderoso Jedi Luke Skywalker, mas terão que enfrentar outro grupo em busca de Luke: a Resistência, liderada por Leia.
A série certamente é uma das mais queridas no mundo, e mesmo a última trilogia tendo sido bem inferior à original, ainda continuávamos apaixonados por tudo o que nos foi entregue no passado, e quando J.J.Abrams assumiu a direção, certamente a expectativa decolou mais rápido que a Millennium Falcon, afinal o diretor ultimamente tem nos entregue um filme melhor que o outro, e certamente não iria decepcionar com uma saga tão icônica. Então esperto como ele só, o que acabou fazendo foi pegar o que cada filme teve de melhor e inserir junto com novos personagens para começar uma nova trilogia, aonde tudo pode acontecer e claro que muito será vendido para os bolsos dos produtores ambiciosos. Só que ele pode mais e já fez muito mais, e apenas usar o bom senso de paparicar fãs, não empolga tanto quanto deveria (claro que em parte pela alta expectativa criada em cima de tudo), e quem for sedento ao pote pode acabar se engasgando, como diria o velho ditado, e o filme mesmo sendo muito bem produzido vai acabar e você vai olhar para a tela e dizer só isso? Mas sem dar spoilers não posso falar de muitos detalhes importantes e totalmente previsíveis que foram inseridos, principalmente na interação do vilão (o mais fraco da série toda, e se ele não decolar no próximo, o ator certamente vai acabar queimado) com sua figura paterna (algo que é marca clássica dos filmes da série), e isso apenas para começar, mas o longa inteiro nos sugere coisas que vemos, imaginamos, e logo na sequência nos é mostrado, sem que nada apareça para um ohhhh do público. Claro que também tivemos diversos alívios cômicos e emotivos, o que é de praxe, e certamente o destaque fica por conta de Chewbacca e BB-8.
Quanto da atuação, antes de falarmos dos novos personagens, temos de claro tirar o chapéu para a equipe de contratação, afinal conseguir que os atores depois de 32 anos voltassem para seus papeis originais é algo que poucas vezes vimos no cinema (se é que já vimos algo assim), então os parabéns vão mais do que para os atores, mas sim para a equipe de contratação de elenco. Dito isso, é claro que bem mais velhos do que em 1983, Harisson Ford como Han Solo, Carrie Fisher como Leia, Mark Hamill como Luke Skywalker, Peter Mayhew como Chewbacca conseguiram sair-se bem e ainda comover no que fizeram, ou seja, estão velhinhos, mas ainda dão no coro com suas boas expressões, além claro de outros menores que também voltaram. Com grande destaque agora, e provavelmente ainda maior na continuação em 2017, Daisy Ridley conseguiu fazer de sua Rey uma excelente estreia nos cinemas, pois antes só fez pequenas pontas em séries e agora agrada bastante com seu sotaque carregado e suas expressões bem incorporadas, de modo que terá um bom futuro certamente. John Boyega colocou seu Finn no mapa desde o primeiro trailer, e com muitas gírias (será que no espaço a turma dos Stormtrooper era contratada nos guetos?) e um desespero frenético acaba agradando bastante, de modo que acabamos sempre torcendo para que ele saia bem de tudo o que faça. Oscar Isaac, mesmo aparecendo bem pouco com seu Poe Dameron, faz boas cenas e chama a atenção por seu jeitão empolgado, sendo bem visto e que deve voltar para chamar atenção novamente. Agora como disse acima, infelizmente Adam Driver, que tanto já elogiei em diversos outros filmes, terá de vir com tudo na continuação, pois seu Kylo Ren, ficou mais para um garoto mimado que não sabe o que está fazendo do que para um vilão mesmo que a franquia necessitava, e sempre com uma interpretação moderada, não fez nenhuma maldade mesmo que impactasse no ódio (ou amor) dos fãs por ele. Dos demais personagens, temos de dar destaque somente para Lupita Nyong'o, que não aparece fisicamente, mas deu voz para uma personagem bem interessante que é Maz Kanata, uma baixinha alaranjada com uma perspicácia fortíssima e que certamente em histórias paralelas ao filme pode ser mais trabalhada.
Claro que a produção não nos desapontou no conceito gráfico da trama, e contou com muitas naves interessantes e bem desenvolvidas cenograficamente, cenários impressionantes em meio à desertos para chamar atenção, boas tomadas de voos que empolgaram bastante com o uso da tecnologia 3D, e claro tudo sempre bem detalhista para que no melhor estilo de longas da Disney e de heróis da atualidade, fossem colocados diversos easter-eggs que vão fazer com que os fãs vejam o longa 20x para poder discutir cada um, ou seja, um trabalho minucioso da equipe artística para que o filme convencesse visualmente e agradasse como deveria com elementos cênicos mais do que necessários. A fotografia trabalhou bem as cores da força e do lado negro para realçar os personagens de cada lado, e principalmente para evidenciar cada momento do filme, ou seja, com muitas cores fortes, sempre contrastando com tons pasteis, o filme acaba tendo um desenvolvimento objetivo e agradável. Falar do 3D da trama é quase que chover no molhado, afinal como muitos sabem, o longa não foi filmado usando a tecnologia, tendo apenas algumas tomadas filmadas com câmeras Imax, mas no geral sempre usando o 2D comum, e depois na pós produção resolveram converter para 3D para dar uma profundidade nas cenas de voo e empolgar mais o público com isso. De modo geral, nas cenas que utilizaram da tecnologia, o resultado funciona bastante, mas poderia facilmente ser visto sem óculos na maioria do tempo.
A trilha sonora é colocada no modo clássico, não tendo nenhuma criatividade de John Williams, e nem precisaria, afinal Star Wars sem o tan-tan-tararam-tan não é Star Wars, então deixem assim sempre.
Enfim, volto a frisar que é um bom filme e que vai agradar bastante aos fãs, principalmente aqueles que forem assistir mais contidos sem tantas expectativas, mas aqueles que forem apenas por curtirem a série, sem ser um starwarsmaníaco, talvez saia um pouco desapontado com tudo o que foi falado durante o ano. De modo geral, recomendo o filme, afinal é um clássico, mas agora é aguardar o spin-off que sai no próximo ano, e a continuação direta desse que sai em 2017. Bem é isso pessoal, fico por aqui já encerrando essa semana de poucas estreias pelo interior, então só volto após o Natal, então desejo boas festanças com a família, e até breve com mais filmes.
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