A Pixar acabou acostumando mal o público que gosta de animações que não fossem exclusivas para crianças, e com isso, sempre que um novo filme do estúdio é lançado, a expectativa já vai lá em cima, e claro que já disse isso inúmeras vezes aqui, que uma expectativa alta detona um filme mediano, e como "O Bom Dinossauro" possui uma das histórias do estilo voltando para casa mais fracas que o estúdio já pegou para fazer, nem o contexto visual lindíssimo consegue empolgar o público que for ver a trama e tiver mais que 10 anos, pois tirando alguns momentos sentimentais e outros com boa dose de comicidade, nenhum personagem consegue ter um bom destaque, nem carisma suficiente para segurar 100 minutos de tela, e dessa maneira com uma boa premissa por trás, o filme só conseguirá vender alguns bonecos e parar facilmente frente à outros que em breve surgirão nos cinemas.
Os dinossauros foram extintos após a colisão de um gigantesco asteróide com o planeta Terra. E se este evento não tivesse ocorrido? O filme parte desta premissa para trazer a história de dinossauros que ainda hoje controlam o planeta. E mostra a amizade de Arlo, um dinossauro adolescente, com um jovem menino humano, Spot.
Em sua estreia como diretor, já que passou por diversas outras funções na Pixar antes de ganhar um longa para chamar de seu, Peter Sohn até procurou usar o modelo tradicional do estúdio de jogar um sentimentalismo ali, uma piadinha acolá, alguns personagens bobos e filosóficos no miolo com pequenas participações e claro, a ideologia do "e se?" que tantos outros filmes já agradaram pais e filhos nos cinemas. Mas não posso afirmar logo de cara sem uma pesquisa mais a fundo ou ver o longa com pausas para ver pequenos cortes, pois aparentemente o longa seria bem mais longo do que os 100 minutos mostrados na tela, já que a cada ponto marcante da história, tudo ocorre e logo em seguida já estamos com algo novo acontecendo, sem que a priori a apresentação dos personagens que foram inseridos à 1 minuto tenha deslanchado e finalizado. Além disso, a simbologia e o enredo lembram tanto outro filme, "Em Busca do Vale Encantado", que se ao invés do garotinho, tivessem outros dinossauros, poderíamos dizer que o plágio foi perfeito, mas esse mero detalhe acabou dando uma nuance mais fofinha para a trama, transformando os seres humanos em animais selvagens que os dinossauros tentaram domesticar, mas não de forma tão implícita.
Agora, poderiam ter usado mais o apelo dramatizado, ou até inserido mais personagens cômicos para que a trama deslanchasse e criasse um carisma mais forte do público com os desenhos, mas preferiram manter o tom mais infantil de funcionar apenas com cores, o que não deu tanta simbologia nem envolvimento para a trama, o que é de certa forma ruim. Então não vá ao cinema esperando sair amando determinado personagem, que isso não acontecerá, de modo que os protagonistas Arlo e Spot até possuem uma química gostosa de ver durante toda a jornada, mas todos os demais que entram em seus caminhos acabam sendo tão repentinos que no final nem vamos lembrar mais quem é quem.
Agora se temos de aplaudir de pé algo do filme, isso certamente se deve ao visual criado para compor toda a cenografia da trama, que em diversos momentos nos pegamos olhando tanto ao fundo para ver se não foi gravado realmente alguma paisagem e inserido apenas os personagens por cima. De maneira que com muita certeza, esse pode ser considerado o melhor trabalho gráfico do estúdio para composição cênica, fazendo com o que já havíamos comentado que em breve não precisarão mais de locações para os filmes de live-action pois tudo no computador está ficando cada vez mais perfeito. Ou seja, pelo menos para ver lindas paisagens, o longa vai funcionar e muito, pois cada detalhe mínimo foi pensado para envolver nesse quesito. E não digo nem tanto que a profundidade causada pelo 3D foi trabalhada, claro que ajudou na perspectiva cênica, mas não temos quase nada vindo em nossa direção ou que tenha sido usada na modelagem para dar uma melhor ambientação, mas sim todo o contexto de materiais, e menos o bom uso da tecnologia com os óculos. Ou seja, antes que me perguntem, o preço do 3D é quase inviável para a trama, mas ajuda a compor o visual de profundidade.
Outro detalhe que poderiam ter aproveitado mais, e que a Disney precisa ensinar o pessoal da Pixar, é o uso das trilhas sonoras, pois mesmo usando diversas músicas empolgantes no trailer, durante toda a exibição o filme fica apenas com sonoras calmas e bem simples, nada que desse um ritmo melhor, ou até mesmo fizesse com que mexêssemos nossos pés para acompanhar a jornada dos personagens, de modo que o filme ficasse muito morno, e isso não é algo que esperamos de uma animação.
Enfim, poderia agradar bem mais com a ideia toda, e optaram por segurar um filme mais light que agrade as crianças pelas vendas de pelúcias, e não vão conseguir tanta bilheteria, ou seja, o trailer de 3 minutos foi anos-luz melhor que o filme inteiro de 100, e dessa maneira infelizmente não tenho como recomendar ele. Longe claro de ser algo ruim, não digo isso, mas não chega nem perto de qualquer outro filme que o estúdio tenha feito. Bem é isso pessoal, fico por aqui com a único longa que veio nessa semana, além claro dos outros que já haviam vindo como "pré-estreia"(se possui mais do que uma sessão não dá para considerar como pré-estreia), então volto somente na próxima quinta-feira, então se a abstinência de filmes me permitir deixo meus abraços e até lá.
2 comentários:
Esse vai ser em Blu-Ray bem rápido,igual aconteceu com Operação Big Hero,em Março já liberaram as edições...
Pois é amigo... tem filmes que aceleram mesmo o processo!!!! Abraços!
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