Tudo bem que quando vi o trailer já sabia que "Pai em Dose Dupla" seria um filme bem mediano, mas não imaginava que fosse passar o longa inteiro sem ter quase nenhum momento de diversão! O filme trabalha até que bem com a ideologia que muitos padrastos sofrem para conseguir que as crianças o assumam como pai, mas não existe praticamente comicidade alguma nessa situação, e nem forçando a barra como Will Ferrell faz no longa que ele mesmo produz, conseguirá tirar muitas risadas do público. Digo isso, pois até que havia uma quantidade interessante de pessoas na pré-estreia hoje, e deu pra contar em uma mão os momentos que o público riu de algo. Felizmente o fechamento foi engraçado, e infelizmente ele abre possibilidade para uma continuação, então oremos para que não permitam isso.
O filme nos mostra que Brad é executivo em uma rádio e se esforça para ser o melhor padrasto possível para os dois filhos de sua namorada, Sarah. Mas eis que Dusty, o desbocado pai das crianças, reaparece e começa a disputar com ele a atenção e o amor dos pimpolhos.
Se existe um nicho que faz muito sucesso nos EUA é o de series cômicas envolvendo família, e essa premissa de um tempo para cá tem rumado também para os cinemas. Porém uma coisa que os roteiristas e diretores precisam começar a pensar mais antes de achar que uma história é boa para ser lançada, é o público que desejam atingir, pois se ficarem em cima do muro, como é o caso dessa produção, não vão atingir ninguém, pois o longa trabalha a disputa dos pais, como se fosse um filme para ser visto pelos filhos bem pequenos, que sequer sabem o que é uma separação, quanto mais uma disputa entre dois homens por sua atenção. E dessa maneira tanto Brian Burns errou na concepção do texto quanto Sean Anders (que costuma fazer comédias escrachadas e bem divertidas) errou na direção do longa. Não posso dizer que foi algo mal produzido, mas está longe de ser algo que valha a pena gastar seu tempo e dinheiro vendo o filme quiçá numa Sessão da Tarde, quanto mais em um cinema.
Se existe uma coisa difícil é rir de algo que Mark Wahlberg faça nesse filme, o ator é próprio para longas de ação, fez sim algumas comédias que deu boas conexões, mas aqui parece perdido fazendo caronas de macho-alfa e só com seu Dusty, de modo que não chama a atenção em quase cena alguma, precisando de outros personagens na trama para que sua comicidade desenvolva. Um dos que tentam ajudar Wahlberg é o outro protagonista, e produtor do longa, Will Ferrell, que possui uma vasta carreira dentro da comédia, mas seus personagens são sempre bobos demais para passar alguma lição de moral ou divertir, e seu Brad recai sempre para o lado emotivo que não funciona dentro da proposta cômica do filme, talvez se fosse algo mais dramatizado e adulto, suas piadas funcionariam, mas para um filme familiar, foi fraco demais. Outro que aparentemente caiu de paraquedas na trama, principalmente para ser usado com piadas racistas é Hannibal Buress, que até consegue dar boas gags divertidas nas cenas próximas à geladeira com seu Griff, mas nos demais momentos ficamos nos perguntando o que ele está fazendo ali. Falar de Linda Cardellini no filme com sua Sara é o mesmo que falarmos que determinada planta ficou bem exposta em cima da mesa de jantar do filme, de modo que nem lembro se tinha alguma planta na mesa, quanto mais vou lembrar se a atriz fez algo bom, ou seja, teve seus dois momentos de aparição com seus pulinhos ao saber do grande médico e depois quando fica brava no baile, e só. Thomas Haden Church até tira boas histórias para contar com seu Leo, mas como quase nenhuma faz referência ou servem de consolo para o protagonista, também fica jogado demais no filme, então poderiam ter dispensado, já que nada é engraçado. As crianças até tentaram ser fofas e agradáveis nas cenas, mas estão longe de qualquer outra criança que chamasse atenção em um filme, ou seja, se quiserem seguirem carreira, ainda vão precisar trabalhar muito.
No conceito visual, a trama certamente deu um trabalho imenso para a equipe de arte, pois fazer uma casa na árvore, uma pista de skate, correr com uma moto por dentro de uma casa cheia de elementos cênicos, pegar um jogo de basquete lotado para fazer algumas babaquices, e ainda arrumar muitas figurações em todos os lugares, para depois entregar um filme sem vergonha como esse! Certamente o diretor de arte ao ver o trabalho finalizado chorou não de emoção, mas sim de tristeza por ter recebido para fazer isso. A fotografia foi bem clássica, sem muito para chamar atenção, nem colocando angulações nem nada, apenas câmeras sem muito movimento, luz clara para todas as cenas e um ou outro momento dando uma tonalidade de sono nas cenas dos quartos, mas nada que mereça muita atenção.
Enfim, é um filme extremamente fraco que pode ser completamente evitado. Como disse antes, se passar em uma sessão da tarde da vida em casa, e não tiver mais nada para fazer, até serve para passar algumas horinhas, mas sempre tem alguma louça na pia para lavar, então é melhor deixar a pia limpa. Vou rezar muito para que não façam uma continuação, pois aí a atriz brasileira Alessandra Ambrosio faria mais do que uma participação na última cena, e sofreria também dentro da mesma proposta. Portanto, não recomendo de forma alguma esse longa para ninguém, pois é gastar dinheiro à toa com toda certeza. Fico por aqui agora, mas hoje ainda confiro mais um longa, e volto mais tarde com outra crítica, então abraços e até breve pessoal.
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