Um dos gêneros que mais deixam as pessoas perplexas é o tal de guerra, pois a maioria das pessoas nunca participou de uma guerra, e só viram as imagens cedidas por jornais e afins, ou seja, não temos como falar que algo realmente aconteceu daquele jeito, ou a pessoa que escreveu a história floreou tudo para que ficasse do jeito que lhe assombrou os pensamentos por muito tempo. Digo isso, pois "13 Horas - Os Soldados Secretos de Benghazi" foi escrito com base no livro bestseller que narra a história real de alguém que esteve no meio de toda a confusão que é mostrada, mas se olharmos as letrinhas minúsculas e também no trailer, temos quatro pequenas palavras que nos fazem quase não acreditar em nada "um filme de Michael Bay", ou seja, vai ter explosão pra tudo quanto é lado, independente se tacaram um morteiro (como aparece na cena do trailer) ou se foi apenas um buscapé desses de festa junina. Porém tenho de me redimir, pois fui conferir o longa esperando algo bem pior, e o que foi mostrado por incrível que pareça, eliminando o excesso patriótico, é um filme bem condizente e interessante de ver, que nos mostra uma certa melhoria do diretor para com suas ideologias. Claro que está longe de ser um filme perfeito, mas agrada bastante pelo conteúdo e visual mostrado, só removeria algumas cenas desnecessárias que foram inseridas para criar mais tensão, e aumentaria a tensão de alguma outra forma que prendesse mesmo nossa atenção.
O longa conta a história de um grupo de seis soldados privados que trabalham num complexo da CIA em Benghazi, na Líbia, em 2012. Em um aniversário dos atentados de 11 de setembro, eles precisaram defender um posto diplomático que recebe a visita de um embaixador americano, e que, obviamente, será um alvo de terroristas.
Sei que muita gente não gosta de qualquer filme proveniente da mente explosiva de Michael Bay, e até usa como referência se for um filme dele passar bem longe, mas uma coisa temos de ser completamente conivente com sua ideologia de não economizar em efeitos especiais, pois pode ser a história mais simples que lhe for entregue, ele vai colocar muita explosão em cena. Isso pode ser considerado algo falho, mas que deixa uma impressão maioral num longa, certamente deixa. Aqui a história do livro certamente foi forte também, mas provavelmente trabalhou mais a dramaticidade da mente dos 6 homens que lutaram contra centenas do que as toneladas de tiros que rolou ali. um fato bacana, ao menos, é que os envolvidos da história trabalharam como consultores do filme, portanto puderam atestar algo mais factível e próximo da verdade, mas um filme sem floreios não vira ficção, e sim documentário, então o que acaba empolgando no estilo maluco de direção, junto com o conteúdo completo da história, é que esse pessoal que faz as teóricas "guerras religiosas" não estão nem ligando se sabem ou não atirar, ou se vão ou não morrer dando apenas dois passos com uma arma na mão, então pegam qualquer coisa que estiver pela frente e vai pra luta, e assim sendo o grande lance da história é vermos isso, que a tocaia completa que acabou virando os dois centros de reclusão dos americanos no país. Outra coisa para observarmos é o quanto os americanos foram "burros e ingênuos" de achar que uma milícia local vestida igualmente os inimigos seria útil no momento de guerra que o país estava vivendo. Ou seja, um filme duro, forte por diversas cenas sangrentas, e que faz diversas críticas para ambos os lados, e isso mesmo que tenha de inserir bandeira para todo lado, "heróis" dispostos a morrer pelo país, e tudo mais que estamos acostumados, o diretor sabe fazer bem quando quer criticar.
Não temos um longa com muitos atores conhecidos, e dessa forma, quem for ao cinema não fique procurando tentar lembrar de algum rosto, pois será algo bem difícil, mas o que posso falar de todos em cena, é que a maioria se esforçou para parecer engajado com o acontecimento, principalmente os soldados, pois o pessoal da CIA mesmo com o mundo caindo na cabeça deles, pareciam estar no meio de um supermercado com a moça falando nas caixas de som que iria fechar apenas. Dito isso, o foco principal é em cima de dois ou três soldados, e John Krasinski, James Badge Dale e Max Martini não decepcionaram com seus Jack, Rone e Oz, respectivamente, dando a cara para bater com muitos tiros vindo em sua direção, correndo, suando e empolgando até mesmo nos momentos em que precisaram falar um pouco mais e mostrar que são bons em diálogos, trabalhando expressões nos momentos de conversas com as famílias (um pouco desnecessário, que daria para diminuir o tempo de filme), e assim sendo agradaram bastante no quesito. No lado mais civil, Alexia Barlier e David Costabile, fazendo Sona e Bob (que por nomes não vão ser reconhecidos, mas na tela é fácil de lembrar, pois só os dois aparecem mesmo no filme) até tentaram fazer algumas expressões de desespero e trabalharam alguns momentos mais impactantes, mas sem muito agradar. Peyman Moaadi foi um ator interessante mais para rirmos nos momentos de tiro, pois o pobre, literalmente, foi jogado aos leões em cena com seu Amahal, e isso fez com que o jovem ficasse desesperado e representasse bem a cena. Do restante, poderiam ter matado todos ali na sala, que ninguém faria diferença.
No conceito visual, embora sejam poucas locações, ambos os "QGs" tanto a base da CIA quanto a "embaixada" ficaram muito bem trabalhadas dentro do contexto do filme, mostrando uma riqueza cênica impressionante, e claro que todo o redor ficou bem próximo do que foi mostrado em diversos jornais na época que retrataram a Líbia como um país pobre e "abandonado". Dessa forma podemos parabenizar a equipe artística por reproduzir bem o ambiente, e principalmente por arrumar muitas armas semelhantes à usadas nas guerras, que certamente foram bem usadas pelo diretor com muitos closes e detalhes para serem vistos. Destaque cênico para as cenas na Zumbilandia, que ao misturar o contexto de pastoreio com o abandono ficou muito bem representado, e os panos voando sempre deram um tom diferenciado, principalmente nas cenas finais. A fotografia usou recursos comuns de filmes de guerra, como tons puxados para o marrom para dar o contexto, várias cenas usando o tom esverdeado para câmeras de visão noturna, e em alguns momentos até abaixaram o tom para algo mais pastel para representar a calmaria, mas em seguida, tudo voltava ao tradicional de cena, que era o contexto mais sujo possível.
Enfim, é um bom filme, e que entrega bem o que promete ser, um longa de guerra com muitos efeitos visuais, que certamente forçam um pouco a barra, mas agradam pela situação de deixar o filme num âmbito maior, ou seja, quem não ligar para explosões cheias de fagulhas para todos os lados, muitos tiros dados à esmo, e claro que algumas amputações fortes sendo mostradas em detalhe, vai sair vibrante com o que verá na tela, mas se você tiver problemas com algo disso,, talvez não seja um longa recomendado para você. No geral recomendo bastante o resultado do filme para todos. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, agradecendo claro a parceria com o pessoal da Difusora FM 91,3Mhz por trazerem essa super pré-estreia para os ouvintes, pois novamente foi show de bola. Então abraços e até breve pessoal.
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