Acho bastante interessante que um filme nos surpreenda com um fechamento diferenciado, mas quebrar completamente com toda a ideologia passada durante a maior parte do longa é algo que nos faz pensar se o roteirista esqueceu de deixar pistas para que o público crie uma realidade mais próxima do final, ou se quiseram realmente ir contra as ideias imaginando que o público esperaria por isso. Digo isso, pois "Boneco do Mal" é um filme até que bem feito, mas com uma premissa de assustar pouco e criar uma história maior (quem sabe para futuras continuações) e isso num filme de terror só funciona se o personagem principal for forte, o que não é o caso de Brahms. Não posso afirmar ser algo ruim, mas faltou aquele algo a mais para impressionar, embora se juntar todos as fichas da história com o fechamento, até podemos dizer que tudo se ligaria, afinal com os ricos tudo é possível. Ou seja, quem gosta de longas mais mornos, aonde não precisam ficar tão apreensivos com o que vai acontecer, podem ver tranquilamente, agora quem esperar algo mais forte, passe longe, pois a chance de reclamar é alta.
O longa nos mostra que Greta é uma jovem americana que aceita um trabalho como babá em uma pequena vila inglesa. Porém, o garoto de 8 anos de quem ela tem que cuidar é, na verdade, um boneco de quem o casal cuida como se fosse um menino de verdade, como uma forma de lidarem com a morte do filho, ocorrida 20 anos antes. Após violar uma lista de regras do garoto, uma série de eventos inexplicáveis transformam a vida dela em um pesadelo.
A ideia que o roteirista estreante Stacey Menear teve até pode ser considerada original por trabalhar com poucos clichês, e principalmente pela reviravolta colocada como algo mais impactante, porém sua ideologia era de algo mais forte, o que acabou não sendo criada como deveria, pois o diretor William Brent Bell ("A Filha do Mal") até usou de simbologias para criar uma tensão em determinadas cenas, mas se assistirmos à pegadinha que o Silvio Santos fez do filme, iremos ver algo até bem mais assustador do que o que acabamos vendo no filme em si. Claro que há momentos mais trabalhados, principalmente pela cenografia pesada em si, mas diria que se o que ocorre no final, acontecesse lá pela metade, teríamos um filme BEM mais tenso e impactante de acompanhar. Detalhe, aqui não dei spoiler algum, mas quem assistir à pegadinha verá um spoiler imenso do longa.
Sobre a atuação de Lauren Cohan, podemos dizer que sua Greta é uma personagem bacana, com um passado traumático e que até mostra boas expressividades frente aos momentos de maior tensão, pensando estar louca, e até sonhando com coisas piores, mas convenhamos, mesmo alguém que estivesse precisando mesmo de muito dinheiro não aceitaria um serviço estranho desse, então o esforço da jovem para mostrar isso nos momentos ao telefone acabam ficando forçados demais, e isso é um dos erros maiores do roteiro para com a jovem, porém assim como ocorreu com a jovem do filme "Pânico" que seus sustos acabaram ficados tão marcados e voltou diversas vezes para as continuações, quem sabe aqui não vire uma musa inspiradora para os próximos longas, caso venha a ocorrer. Rupert Evans até chama atenção com seu Malcolm, porém é um personagem estranho pois tem uma linha de galã e é apenas um entregador de mercadinho da vila (que nem vemos a existência), e de certa maneira acaba nos incomodando isso, pois poderia ser um serial killer, ou algo do tipo para ficar menos bobo que alguém que vem pagar a moça do meio no meio do nada e trazer legumes/frutas. Os demais atores e personagens aparecem bem pouco na trama, e nem convém falar muito, mas que é bem estranho as atitudes dos velhos é, e para isso arrumaram dois atores bem enigmáticos para que fizessem boas expressões, e assim foi Jim Norton e Diana Hardcastle.
Sem dúvida alguma, o maior mérito do filme pode ser entregue para o produtor de locações, pois arrumar uma casa como a do filme é algo que poucas vezes vemos nos cinemas, e certamente o estilo que desejavam já estava impregnado no roteiro, e quem conseguiu locar esse belo castelo que alguns chamarão de mansão foi bem premiado. E claro que com uma casa desse porte, se não veio acompanhada de todos os elementos cênicos do casarão, certamente a equipe de arte sofreu um bocado para deixar tudo perfeito para a gravação da trama, afinal embora se passe na atualidade, o ar dentro da casa é de uma época mais clássica e interessante. A fotografia trabalhou bem os tons mais sombrios para envolver, mas não deixou nenhum momento tenso o suficiente para que o público ficasse arrepiado com algo, e isso sem dúvida é uma falha bem grande.
Enfim, não posso dizer que é algo ruim, mas também não é algo bacana de ser, o que acaba sendo mais uma daquelas boas ideias que mal aproveitadas acabarão sendo esquecidas pelo público, e olha que tinha até bastante gente para uma sessão vespertina. Talvez daqui alguns anos, alguém faça uma refilmagem e coloque uma tensão maior, e aí sim o filme acabará caindo no gosto popular, mas por enquanto é apenas mais um tentando chamar atenção sem conseguir. Recomendo só para quem não tiver nenhum outro filme para ver, mesmo assim só agradando mesmo com a reviravolta final, pois quem gosta de longas de terror mesmo acabará só reclamando do que verá na tela. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas ainda falta ver um outro longa que apareceu por aqui após bastante tempo da estreia, então volto em breve com a crítica dele. Por enquanto fiquem com meus abraços e até breve.
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