O que esperar de um filme de ação? Que empolgue o público ao menos com bons efeitos, e tenha uma história coerente com o que deseja passar. Porém, "Deuses do Egito" é algo tão bagunçado e cheio de efeitos bizarros, que sequer conseguimos pensar ma possibilidade de existir algum filme ali, o desastre de coisas absurdas é tão grande, que a cada momento pensamos que nada mais pode piorar, e piora! Ou seja, um filme ruim que não vale nem chegar perto para empolgar com algum efeito 3D, pois nem isso conseguiram.
O longa nos mostra que Bek é um mortal pacato que se considera apenas mais um soldado, e que vive em um Egito ancestral dominado por deuses e forças ocultas. Quando o impiedoso Set, deus da escuridão, toma o trono da nação e mergulha a sociedade no caos, o jovem se unirá ao poderoso deus Horus, para formar uma expressiva resistência.
Chega a ser engraçado algumas perspectivas que alguns diretores tentam alcançar com seus blockbusters, pois trabalham efeitos, estilos, simbologias e até mesmo procuram colocar alguma história para tentar empolgar o público, de modo que eles acreditem ao menos no que é mostrado na tela. Porém Alex Proyas falhou feio em "Eu, Robô", não foi eficaz em "Presságio", e aqui conseguiu cometer ambos os erros e ainda gastar um orçamento fora de qualquer padrão, ou seja, acabou se perdendo demais na grandiosidade e colocou símbolos exagerados, que mesmo trabalhando algo bacana que é a mitologia egípcia, ele acabou bagunçando tanto a vida dos deuses que não conseguimos acreditar em nada do que nos é mostrado. Não digo que a culpa seja inteira sua, afinal o roteiro é de uma dupla que também costuma abusar de coisas malucas, Matt Sazama e Burk Sharpless, que já haviam deixado "Drácula - A História Não Contada" algo fora dos padrões de qualquer conto já visto, e aqui beberam em demasia para imaginar as loucuras dos deuses em briga para conquistar o poder do Egito. Claro que se você não ligar para toda a maluquice do filme, e gostar de muitas explosões sem que qualquer história seja contada, talvez até saia empolgado com alguns momentos bacanas do final, mas do contrário sairá da sala pensando: "o que foi mesmo que assisti?". Ou seja, é quase um jogo de videogame daqueles que você compra empolgado pelo trailer, mas que ao jogar 10 minutos, já quer devolver por saber que vai zerar ele sem nada para empolgar a jogar outra vez
Sobre as atuações, ao menos pensaram nos portes dos atores, pois arrumaram atores bem grandes para fazer os deuses, e eles ao menos se esforçaram para fazer expressões rudes dentro de suas personalidades. Nicolaj Coster-Waldau até incorporou bem o estilo de um Horus, deus do ar, de modo que com a prepotência de um filho de rei que herda apenas a coroa sem muito impacto e trabalho, não colocou garra em nada, e acaba sendo apenas alguém que luta bastante nas cenas, mas não chama a atenção, ou seja, um brucutu sem muita clareza para as cenas, que não agrada em nada além do que foi proposto para fazer. Gerard Butler está acostumado com papéis desse estilo, e seu Set até chama atenção pela arrogância que deu às suas expressões, então talvez se o roteiro fosse mais elaborado, seu personagem agradaria mais e acabaríamos envolvidos mais com a trama e com seu personagem, mas confesso que torci por ele, já que os "mocinhos" do filme foram fracos demais. Brenton Thwaites até consegue nos cativar com a insistência de seu Bek, mas faltou um pouco de dinâmica no seu texto para que chamasse o destaque para sua história e de sua namorada, de modo que eles apenas ficaram simples demais. É falando nas mulheres da trama, tanto Courtney Eaton quanto Elodie Yung, com suas Zaya e Hathor, mesmo sendo bem bonitas e interessantes visualmente, acabaram sendo apenas jogadas na tela, sem que explicassem em nada, ou seja, quase enfeites de cena. Chadwick Boseman conseguiu algo bizarro, transformar o deus da sabedoria em homossexual, e isso é algo que nem o mais maluco dos roteiristas conseguiria pensar em fazer. Ao menos podemos ficar felizes com o deus sol Ra, sendo bem interpretado por Geoffrey Rush que não decepcionou em momento algum e chamou a responsabilidade para si, nas suas cenas.
Sobre a cenografia até podemos dizer que o orçamento foi bem usado, afinal o Egito antigo e mitológico é algo bem difícil de ser feito com a quantidade de elementos alegóricos, e a equipe de arte não falhou tanto nesse quesito, mas são tantos efeitos visuais que o excesso de computação gráfica acaba incomodando demais, e isso não é algo que gostamos tanto de ver na tela do cinema. Então a reclamação maior fica pelo exagero de coisas absurdas colocadas, mas de certo modo, algumas locações fictícias chamam bastante atenção e até agradam. A fotografia usou bastante do tom amarelado para dar o ar desértico na trama, e isso agrada, mas cansa e poderiam ter misturado mais, ousando em outros momentos. Sobre o 3D, até temos alguns bons momentos de profundidade e coisas saindo da tela, mas de modo geral acaba soando fraco perto do que poderiam fazer.
Enfim, é um filme bem fraco que não empolga em momento algum, e desse modo não recomendo ele para ninguém. Ou seja, só vá ver se você realmente quiser gastar dinheiro e não se importa com uma história sem pé nem cabeça. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas hoje ainda confiei outro longa nessa semana bem cheia de estreias por aqui, então abraços e até breve.
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