"Houston we have a problem!", garanto que essa frase não é dita no filme, mas certamente foi ouvida nos pensamentos dos produtores diversas vezes durante a pré-produção do longa e até mesmo durante a produção em si de "Invasão a Londres". Isso porque inicialmente desejavam que Antoine Fuqua dirigisse a continuação do bem feito "Invasão à Casa Branca", mas o roteiro não agradou o diretor e ele saltou fora, depois contrataram o diretor Fredrik Bond e tudo ia bem até terem desavenças criativas durante a produção, e lá se foi mais um nome fora do projeto, até que se chegou ao iraniano Babak Najafi, e esse desconhecido do público em geral finalizou uma obra também bem feita, mas que exagera demais nas situações, e quem não tiver estômago para ver altas explosões e mostrar que o chefe da segurança do presidente é quase Deus (digo quase, pois no filme já temos Deus Morgan Freeman) e consegue façanhas com um carro, com algumas armas e muita luta que nem ninjas especialistas conseguiriam fazer para salvar a vida de um presidente. Claro que tirando toda a paia master do filme, a diversão é bem interessante e agradará quem for disposto a ver uma sessão da tarde bem explosiva.
O longa nos mostra que com a morte misteriosa do primeiro-ministro britânico, a presença dos líderes mundiais no seu funeral é indispensável, tornando o evento uma ótima oportunidade para destruir grandes monumentos e assassinar os governantes mundiais. É o que acontece, mas, com sorte e a ajuda de Mike Banning, o presidente dos EUA Benjamin Asher consegue escapar. Responsável pelo ataque, um dos terroristas mais procurados do mundo não se dá por vencido e, enquanto Benjamin luta pela sobrevivência, o vice-presidente Trumbull se esforça para derrotar o criminoso.
Como falei no começo, o longa teve muita discussão criativa desde o feitio do roteiro até a direção oficial trabalhar com a ideia fechada, e isso é sempre uma característica que acaba trazendo grandes problemas para uma produção. Não digo que o filme tenha ficado ruim, muito pelo contrário, dá para curtir bastante a sessão e se divertir bastante com a alta quantidade de ação que resolveram proporcionar para o público, porém diferentemente do que aconteceu no primeiro filme, quase ninguém fica tenso com o que ocorre aqui! Aliás se no filme tivessem tido a sacada de colocar entre os líderes mortos algum brasileiro, acho que o cinema vibraria mais do que gol em final de copa. E assim como no primeiro filme, o exagero de coisas improváveis continuaram acontecendo, ou seja, a bagunça na direção conseguiu remover o ponto chave de um bom filme que é causar a tensão por conta de pessoas matando outras por algum motivo, e deixaram o exagero ficcional impertinente. Não sou contra filmes mostrarem coisas mentirosas, mas sim mostrarem coisas mentirosas passando como se fosse algo normal, e aqui só na cena do carro daria para falar que a mente criativa do diretor e dos roteiristas nunca dirigiu um carro em fuga atirando e batendo em tudo, fazendo mil manobras. Não posso afirmar que o problema seja do diretor (mesmo sem nunca ter visto um filme seu, possui vários prêmios), mas acredito que o roteiro por ter passado por tantas mãos já sendo escrito por 6 nomes e depois rodado na mão de 3 diretores fazendo inúmeras anotações, o filme acabou movimentado demais, e com foco de menos.
Sobre as atuações, é fato que Gerard Butler é um exímio ator de ação, e consegue convencer em cada cena de seu Mike, claro que nas devidas proporções, mas seu semblante sempre disposto a dizer "vou resolver tudo" consegue deixar até a pessoa no meio do maior tiroteio calma acreditando que ele poderá salvar você, e isso funciona bem para a personalidade que o protagonista deve ter, talvez se tivessem maneirado mais nos exageros, junto dessa capacidade do ator convencer ser um salvador mesmo, o filme ficaria perfeito. Diferente do que ocorreu no primeiro filme, Aaron Eckhart não consegue parecer um presidente tradicional, seu Ben parece ser um soldado de guerra tradicional, disposto a correr junto de um amigo, mas ainda assim se sai bem nas expressões fortes em confrontar os inimigos, então salva o que poderia ser um desastre total. As expressões fortes de Waleed Zuaiter conseguiram mostrar um lado bem sombrio da personalidade tradicional de muitos terroristas que vemos nos jornais, e dessa maneira, seu Kamran acaba soando convincente em todos os sentidos de mostrar a que está disposto. Preciso falar de Morgan Freeman? O cara pode estar com 200 anos e vai fazer excelentes expressões para agradar em qualquer estilo que seja colocado, e aqui deu um tom forte mostrando o que um vice presidente deve fazer com personalidade e clareza, agradando em cheio. Embora tenha ficado engraçado de ver na tela, foram um pouco impiedosos com relação às personalidades de cada líder de diversos países, e nem precisaria citar cada ator, pois eles não foram importantes para as cenas, mas sim o texto que lhes foram entregues para interpretar, e com muita certeza em diversos países, o filme vai sofrer sanções, ou até mesmo certas revoltas de pessoas pró-partidos políticos, mas é inegável que dá para se divertir com os trejeitos de cada um.
Sobre o conceito visual, é fato a boa escolha dos pontos turísticos característicos de Londres para filmar as cenas iniciais, mas para economizar na produção certamente diversas cenas internas foram feitas em estúdio e até trabalharam bem para representar cada momento, colocando bons elementos cênicos e deixando tudo realista como deve ser. Porém o problema ficou a cargo de muitas explosões, que soaram bem falsas para parecer mais bonito na imagem, e como disse acima, tentar parecer verdade é pior do que fazer algo fraco, mas mais realista, então a equipe de efeitos especiais quis mostrar um poderio monstruoso de equipamentos bélicos dos terroristas e acabou ficando forçado demais, mas para quem gosta de longas aonde tudo explode, o resultado acaba agradando bem. A fotografia usou de bons recursos de sombras, para dar preenchimento em diversas cenas mais escuras, e claro as tradicionais lentes para dar efeitos de visão noturna e iluminações mais densas, o que não é errado e acaba dando uma leve tensão no espectador na espreita da próxima ação, ou seja, tiveram bons acertos, da mesma forma que também tiveram grandes erros na parte técnica.
Enfim, é um ótimo longa para comprar uma pipoca grande e curtir numa boa sessão da tarde, mas como muitas vezes ouvimos que menos é mais, o exagero aqui pode ter pecado demais no conteúdo e quem se incomodar com isso vai acabar reclamando mais do que gostando. O jeito é esperar que se forem fazer mais uma continuação (o que acaba deixando no ar pela cena final), não vire essa bagunça com roteiro e direção, e logo de cara quem pegar faça um trabalho mais conciso e bem feito, para agradar a todos. Ou seja, de modo geral até recomendo o filme, mas vá com pouca sede ao pote para não esperar algo tenso como o primeiro filme, mas agora com muito mais ação. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas ainda faltam algumas estreias para conferir, então abraços e até breve.
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