O longa nos mostra que Will era um garoto rico e bem-sucedido, até sofrer um grave acidente que o deixa preso a uma cadeira de rodas. Ele está profundamente depressivo e sua família contrata uma garota do campo para cuidar dele. Ela sempre levou uma vida modesta, com dificuldades financeiras e problemas no trabalho, mas está disposta a provar para Will que ainda existem razões para viver.
Embora a ideia completa da história seja algo triste, o filme tem um colorido motivacional interessante que não cansa e nem deixa o público triste com a situação. Claro que não é algo que alguém festeje ou saia animadíssimo com o que verá na tela, mas a proposta foi bem trabalhada para funcionar mais como algo motivacional e emotivo, usando até mesmo a ideologia tão falada do viva o momento e seja feliz. E esse trabalho inicial de Thea Sharrock, mostra o quão potencial tem a diretora que antes só havia trabalhado em 3 episódios de séries de TV e agora certamente irá pegar um romance atrás do outro para dirigir nos cinemas, pois seu feito foi algo que beirou a perfeição. É fato que o sucesso da diretora se deve também ao didatismo que a roteirista Jojo Moyes empregou ao adaptar seu próprio livro, pois volto a frisar o que disse na abertura do texto, o que vemos na tela é algo como se realmente estivéssemos lendo cada página e imaginando como seria a cena, mas graças aos deuses do cinema não optaram por narração, e isso é o maravilhoso de ver e sentir a história de uma forma completamente diferenciada.
O elenco também ajudou muito a produção, pois cada um de seu modo se entregou para simbolizar bem os personagens, e dificilmente consigo pensar no filme sendo interpretado por outros atores, e isso é algo muito bom de se ver, pois mostra que entraram na personalidade que pensaram para a trama. Quem diria que o ator que era tão odiado na saga "Jogos Vorazes" viraria alguém que as mulheres iriam se apaixonar? Essa pergunta Sam Claflin pode responder depois de mostrar-se bem expressivo e cheio de nuances bem sutis com seu Will no filme, ao invés do rebelde Finnick que tanto vimos nos outros três filmes adolescentes, claro que só se passaram três anos desde o sucesso que fez lá, mas agora aparenta estar bem mais maduro e consciente de suas interpretações, e com pinta de galã deve chamar bastante atenção em outros romances que fizer futuramente. Emilia Clarke aqui também é outra completamente diferente do que estamos acostumados a ver semanalmente em "Game of Thrones" com sua Daenerys, pois lá a expressividade marcante e forte não deixa transparecer emoções, enquanto o que sua Luisa Clark demonstra aqui é a beleza interior de uma jovem que só pensa em ajudar os outros e transparece felicidade em tudo o que faz, ou seja, uma atriz que na mesma época consegue gravar dois estilos tão opostos, é com muita certeza alguém que merece ser observada, pois tem futuro grande. O elenco de apoio também é de um nível excepcional, pois cada um de seu modo acabou incorporando tão bem as cenas junto dos protagonistas que deram condições para serem lembrados pelos seus feitos, e desde Stephe Peacocke com seu enfermeiro Nathan sempre pronto para dar apoio tanto para Will como boas sacadas para Lou, agradando em cada momento sutil, depois a ótima conectividade de Jenna Coleman fazendo a irmã Treena de Lou, numa interação que deu uma excelente química das atrizes de tal forma que realmente pareciam irmãs, e claro os pais de ambos os lados deram ótimas lições em suas ótimas interpretações, então é claro que temos de parabenizar Samantha Spiro e Bendan Coyle pelo lado dos Clark, e Janet McTeer e Charles Dance pelo lado dos Traynor. E claro também tenho de citar a grande mudança visual de Matthew Lewis que na saga "Harry Potter" era bem cheinho, e aqui com seu Patrick mostrou-se um atleta e tanto, mas continua mala nos papeis que lhe entregam.
Sobre o visual da trama, é fato que a locação escolhida Pembroke na Ilha de Malta foi algo de maior acerto para o resultado que desejavam, pois tudo é lindo de se ver na paisagem geral, e a casa foi planejada em detalhes que certamente adornam todas as páginas do livro, e que podemos notar cada elemento funcionando certinho para a proposta funcionar, ou seja, a equipe de arte teve de devorar o livro e o roteiro diversas vezes para ver se não estava esquecendo algo, e a cada nova cena víamos algum detalhe bem trabalhado para representar, agradar e envolver sempre. A fotografia com ótimas paisagens externas só teve de ter o cuidado para não tornar o filme mórbido, e sim algo vivo e interessante, sem que fosse também alegre demais, o que acaba agradando e emocionando o público, dando certas sutilezas em determinados momentos com algum realce para simbolizar os momentos chaves.
Um bom romance é claro que contém uma trilha sensacional, e aqui as escolhas foram feitas para casar cada momento com a música certa e trabalhar as emoções do público com o que a trama desejava. E como sou um bom Coelho, aqui está o link com todas para que vocês possam ouvir muitas vezes no Spotify.
Enfim, não posso dizer que é o filme romântico que mais me comoveu, mas certamente é o que mais me transpareceu uma sinceridade tanto no que a proposta quis dizer quanto nas emoções passadas, ou seja, foi algo muito bem feito e que casou uma sinceridade para agradar no contexto de uma grande produção do gênero, e que claramente vai fazer uma ótima bilheteria, assim como o livro fez de vendas. Ou seja, recomendo muito o filme para todos que gostem de um bom romance. Fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, afinal essa semana está bem recheada.
PS: Até poderia reclamar de várias coisas, principalmente da obviedade das cenas que se tornam previsíveis demais, mas isso não chega a atrapalhar muito a trama, e como disse acaba funcionando bem como uma leitura, mas sendo crítico tenho de tirar um ponto por esse motivo.
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