Nem lembrava que já tinha jogado WoW, mas foi só ver alguns detalhes e ouvir duas frases que me remeti à época que tentei jogar e não tinha máquina suficiente para aguentar o jogo travando tudo há muito tempo atrás. Portanto, venho hoje falar de "Warcraft - O Primeiro Encontro de Dois Mundos", não somente analisando a parte cabível dentro da arte cinematográfica, mas sim, conhecendo (mesmo que remotamente, já que lembrei de algumas coisas ao ver o filme) um pouco da história desse que hoje pode ser considerado o segundo jogo mais jogado no mundo. Claro que assim como qualquer adaptação de livro, jogo ou qualquer coisa que resolvam transformar em filme, o longa possui diversos defeitos, mas se temos uma coisa que em hipótese alguma podemos reclamar é da falta de ação e batalhas durante os 124 minutos de projeção, e isso é algo muito bom para prender a atenção dos fãs e divertir o público que gosta de uma boa trama fantasiosa, mas volto a ser enfático no que falei para alguns amigos ao sair da sessão, se o longa tivesse trabalhado inicialmente com mais história sobre os personagens, e somente depois colocado em prática as batalhas, certamente teríamos uma nova linhagem de filmes fantasiosos para suprir os que já acabaram suas séries, pois como o subtítulo nacional já indicou, esse é apenas o primeiro encontro!!
O mundo pacífico de Azeroth está à beira de uma guerra enquanto sua civilização enfrenta uma raça temível de invasores: guerreiros Orcs fugindo de sua casa moribunda para colonizar um novo lugar. Enquanto um portal se abre para conectar os dois mundos, um exército enfrenta destruição e o outro enfrenta a extinção. De lados opostos, dois heróis são colocados em um caminho de colisão que irá decidir o destino de suas famílias, seu povo e seu lar.
É sábio dizer o quanto o diretor e roteirista Duncan Jones se dedicou nesses últimos 3 a 4 anos para que a adaptação funcionasse bem, tivesse um primor técnico nos efeitos e ainda envolvesse o público que não é fã do jogo, pois facilmente outros diretores correriam com a verba máxima, empregando alguns efeitos tradicionais, filmaria tudo em alguns meses, entregaria algo que muitos brigariam, mas ainda assim veriam, e já estariam filmando o segundo longa sem nem pensar em nada, enquanto Duncan, que afirmou jogar muito os jogos, procurou junto da equipe de produção arrumar locações (mesmo que poucas) para tentar fazer algo não tão artificial, passou quase 20 meses junto das equipes de computação para criar ótimos efeitos para o filme e renderizar tudo ao máximo de perfeição para que cada ambiente criado remetesse tão bem ao jogo e criasse uma ambientação tão completa que as pessoas desejariam conhecer mais sobre o mundo exibido na trama, e principalmente, trabalhou a história quebrando ela em partes, pois mesmo que eu esteja aqui reclamando que o filme não foi bem alinhado contando a história do começo tintim por tintim, entre uma cena de batalha e outra, tiveram algumas cenas trabalhadas para contar um pouco da história e juntarmos algumas partes para outros filmes (que certamente virão), e assim sendo, o resultado foi bem satisfatório, dentro do que pretendiam atingir, porém certamente a opção de muita ação e pouca história vai pesar na arrecadação para que o próximo filme pensem mais na possibilidade de tentar criar o ambiente antes da pancadaria começar. Já estava esquecendo de falar também na preocupação com os ângulos de filmagem, pois em diversos momentos, as lutas realmente nos remetem ao jogo quase invocando uma primeira pessoa para que o espectador participe do momento junto com os personagens, e essa aproximação dos ângulos foi certamente uma escolha pessoal para transmitir um realismo melhorado.
É interessante observar que como tivemos os orcs filmados através de captura de movimentos, o realismo nesse estilo vem crescendo de tal forma que daqui a pouco ficará difícil saber quando os atores realmente se maquiaram para personagens e quando o que vemos na tela é pura computação, pois ficaram muito bem feitos todos os personagens, sem nada para questionarmos, mesmo que os personagens não fossem tão bonitos de se ver. Acho que ultimamente Toby Kebbell vem passando por uma crise de identidade séria em Hollywood, pois praticamente todos seus últimos personagens não mostraram seu rosto real, ou se mostraram estava completamente deformado, e aqui seu Durotan está excelente tanto visualmente, quanto pelo estilo de interpretação que o ator empregou para compor sua personalidade, trabalhando com pausas interessantes na fala e criando uma forma condicionada para que o personagem agradasse bem ao público. Travis Fimmel já está bem acostumado com lutas, afinal já fazem quase 4 anos que está trabalhando na série "Vikings" e aqui foi apenas trabalhar mais o visual de seu Lothar para que ficasse bem rústico, mas com a pompa de um soldado, e isso deu a ele um estilo bacana visualmente e de personalidade, que certamente acabará sendo mais explorado ainda nas continuações, pois o ator saiu-se muito bem no personagem e não deve abandonar tão cedo o papel. Paula Patton aparentou um pouco de receito frente à personalidade de sua Garona, pois usando de trejeitos na maioria interrogativos, a atriz não deixou que a personagem fluísse e por bem pouco não acabou ficando deslocada na trama, e olha que em diversos momentos ela é a protagonista do filme, veremos se irá acreditar mais na personagem e fará o próximo filme com mais destaque. Dominic Cooper nos entregou um rei Llane bacana, mas um pouco frouxo demais, afinal como bem sabemos nesses reinos fantasiosos o rei partia para a luta sem temor algum, e aqui aparentou medo em diversos momentos, mas acabou de modo geral saindo-se bem na personalidade que deu para a trama. Ben Foster incorporou sem medo os trejeitos do guardião Medivh e agradou demais nos diversos momentos do personagem, de tal modo que até gostaríamos mais de ver um pouco mais de sua história anterior, explicando sobre tudo o que ocorreu com ele para chegar ao ponto que chegou, mas como disse no começo, optaram por mais batalhas, e assim sendo, ele ficou apenas como um personagem secundário. Do mesmo modo acabou ocorrendo com Ben Schnetzer, pois seu Khadgar é um personagem bem potencial, que claro será trabalhado mais nos outros filmes, mas acabaram dando trejeitos bobos para ele, e por bem pouco não virou um bobo da corte, contrariando a personalidade marcante que poderia ter. Os demais atores trabalharam bem, a maioria entregando apenas sua voz e seus movimentos, deixando de lado suas belezas para usar roupas verdes e com muitos sensores, mas o resultado acabou agradando bem e deve fazer com que voltem como alguns personagens.
Agora se temos que elogiar muito o filme por conta de algo, com toda certeza é por conta da excelente cenografia criada para ambientar o mundo de Warcraft, com cidades inteiras bem desenvolvidas, acampamentos minuciosos de elementos cênicos, personagens "feios" mas cheio de referências marcantes, de modo que tudo tanto interno quanto externo fosse bem trabalhado e tivesse algo que merecesse uma segunda olhada para nos remeter tanto ao jogo, como também nos conectasse para conhecer mais aonde tudo estava acontecendo na trama. E aliado à tudo isso, tivemos efeitos de primeiro nível com muita iluminação colorida, aonde com certeza uma equipe de iluminadores trabalhou e muito para dar sombreamento digital (afinal quase nada foi construído realmente) e que os efeitos funcionassem dentro das perspectivas que o diretor desejava. E claro que como ocorre em todo filme que lançam em 3D, me perguntam se vale a pena pagar mais caro para conferir o filme, e digo que como o filme foi praticamente todo computadorizado, é claro que não filmaram com câmeras 3D, mas a conversão digital foi tão bem feita junto de que o diretor já pensou bem nas cenas que utilizaria o efeito, que em diversas cenas de batalhas vemos personagens brigando ao longe como camadas, o que é bem bacana de ver, mas há um porém nisso, como a câmera de ação se movimenta em demasia, há cenas em que o 3D acaba bagunçado e falhando deixando um certo borrão na tela, o que não é tão legal de ver. Além de que como temos muitas cenas com voos, poderiam ter abusado mais do 3D para fora da tela, que funcionaria bem também, tanto quanto o imersivo que usaram bastante. Ou seja, vale sim o ingresso mais caro, mas não é nada que seja espantoso de ver.
Enfim, é um filme até melhor do que esperava, claro que como todo bom filme de ação, é abarrotado de defeitos de excessos que acabam cometendo, ora por muitos personagens sem história definida contada antes, ora por tentar contar algo desnecessário naquele momento. Mas como volto a frisar, a trama cumpre o que promete, que são batalhas épicas para agradar aos fãs do jogo que na maioria das vezes nem parava para ver a história e já saída brigando com todo mundo, porém se desejarem desenvolver melhor a história no próximo filme, arrumando os detalhes que não colocaram nesse, é capaz que a trama consiga suprir a falta que teremos de filmes fantasiosos por um tempo. Ou seja, recomendo o filme tanto para os fãs do jogo e dos livros, quanto para pessoas que gostem de uma boa trama de ação fantasiosa, pois não se encaixando nesses dois grupos é capaz que você não entenda nada do que está acontecendo (já que não contaram tanta história) e saia reclamando de tudo o que viu. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com uma estreia com cara de pré-estreia que acabou vindo para o interior com apenas duas sessões, então abraços e até mais.
2 comentários:
boa critica eu baixei ele aqui e tava em duvida se via em 3d ou 2d ... geralmente acho melhor 2d por que assim eu aprecio mais os detalhes do filme... mas o 3d tem algumas vantagens em certas cenas.... mas como eu baixo o pirata não tenho 100% da qualidade de 3d de cinema mas da pro gasto... enfim vou ver logo 2d depois 3d rsrs
Olá Vaizard, que bom que gostou da crítica! Isso aí veja primeiro 2D, pois se na telona já ficou borrado as cenas de ação com 3D, imagino baixado em casa! Abraços!
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