Já falei aqui diversas vezes sobre a diferença entre documentários cinematográficos e documentários jornalísticos, mas sempre vale ressaltar que a grande diferença entre eles, é que enquanto os cinematográficos procuram pegar um tema e desenvolvê-lo criando perspectivas sem quase mostrar entrevistas aonde o público consiga enxergar as perguntas, no jornalístico fica notável as perguntas que os diretores/entrevistadores fazem para as pessoas e isso acaba cansando um pouco os espectadores mesmo que o tema seja interessante. Em "Mulheres Selvagens", a temática de animais de circo e a vida dura das mulheres domadoras poderiam até ter uma nuance dura e bem crível ao ponto de discutirmos diversas metáforas e coisas interessantes, mas a diretora optou por trabalhar um filme mais cru aonde cada uma das entrevistadas falou sobre sua vida com os animais e a rotina de trabalho mais em forma de respostas, e isso não é algo gostoso e fluído de ver em um filme. Entretanto, como temos uma das práticas mais antigas do circo que é o tratamento entre animais e homens, a história mesmo de forma cansativa acaba agradando.
O longa nos mostra Namayca, Carmen, Nadezhda, Aliya e Anosa, domadoras de animais de diferentes países, brilham sob os holofotes enquanto lutam por suas vidas nos bastidores. Trabalhadoras e sorridentes, as artistas de circo revelam sua paixão pelos animais selvagens e pela profissão extraordinária: uma rotina cheia de dedicação e disciplina em meio a um perigo mortal. No documentário, Anka Schmid acompanha o cotidiano das mulheres de perto, pintando um retrato honesto das domadoras.
De modo geral o trabalho da diretora pode se dizer que foi bem ousado, pois ela foi a fundo na história e colocou sua câmera bem próxima dos animais selvagens fazendo claro que as domadoras tivessem um trabalho extra durante a gravação, mas vemos à todo momento que as moças estão respondendo perguntas moldadas, não que isso seja algo errado, mas para que o filme agradasse mais na montagem isso deveria rolar como uma história mais elaborada e não uma entrevista pura. Claro que para não ficar tão feio, o acerto na montagem, intercalando as diversas personagens ficou bem interessante de ver, e por horas acabamos misturando quem cuida de que tipo de animal, pois tirando os ursos que são bem diferentes, os diferentes tipos de tigres e leões acabam confundindo bem quem são suas donas.
Ou seja, embora a técnica usada seja bem simples, o resultado acaba até agradando de uma forma singela, mas certamente poderíamos ter um longa mais dramatizado, afinal o serviço e a vida das moças de circo não é algo tão bonito como acaba parecendo, e elas mesmas dizem isso a todo momento, então a diretora amenizou bem a situação e o filme acabou leve demais para empolgar, sendo apenas algo bem feito. Portanto só recomendo ele como um passatempo de quem quiser ver como é a vida de treinadoras de animais de circo, sem entrar muito em detalhes. Fico por aqui encerrando essa semana que foi bem longa, mas na quinta estou de volta com mais estreias, então abraços e até breve pessoal.
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