Se Spielberg não fazia um bom longa infantil desde "E.T. - O Extraterrestre", com "O Bom Gigante Amigo" certamente ele se redimiu de qualquer outra tentativa inusitada de filme feito para a família, pois é isso o que o longa nos passa, uma boa mensagem de amigos, de que sonhos fazem a mente fluir para criar novos rumos e usando de uma simbologia fictícia bem gostosa, o diretor trabalhou bem a linguagem infantil (de crianças que ainda não frequentaram as escolas e falam errado não por desejarem, mas por palavras difíceis se misturarem na correria de falar seus sentimentos), e com as boas nuances da eloquente boa atuação de Mark Rylance para com suas falas, junto da ótima química que ele teve com a estreante Ruby Barnhill, o resultado é um longa que emociona e cativa as pessoas à terem bons pensamentos para criar bons sonhos, ou seja, um filme incrível que merece ser visto, e digo mais até pontuo o que tanto estão reclamando do longa, pois como muitos cinemas optaram por passar somente cópias dubladas, os trejeitos infantis da fala do gigante certamente devem incomodar demais, enquanto no legendado, a sonoridade das palavras fazem todo o sentido, portanto vá ao cinema ver (se for possível) a cópia legendada do longa.
A sinopse nos revela que a pequena órfã Sophie encontra um gigante amigável que, apesar de sua aparência assustadora, se mostra uma alma bondosa, um ser renegado pelos seus semelhantes por se recusar a comer meninos e meninas. E sendo assim, a garotinha, a Rainha da Inglaterra e o ser de sete metros de altura unem-se em uma aventura para eliminar os gigantes malvados que estão planejando tomar as cidades e aterrorizar os humanos.
É claro que nem sempre os fãs de livros curtem a ideia final de um filme sobre ele, pois raramente adaptam de forma coerente e o resultado geralmente fica aquém do que o público fantasia sobre a história, porém o bom roteiro baseado no livro de Roald Dahl("A Fantástica Fábrica de Chocolate","Matilda") ficou muito interessante de ser visto, e acaba cativando por entremeios a aventura e a emoção dos personagens de maneira que mesmo quem não leu o livro consiga viajar por suas folhas com toda a dinâmica que Steven Spielberg fez em sua volta aos longas infantis. Claro que há defeitos no contexto completo da história, mas são tão irrelevantes que com ótimas nuances simbólicas da Terra dos Sonhos que nos faz divagar sobre grandes temas de sonhos e a mensagem que cada um traz, juntamente com o trabalho do gigante para soprar sonhos nos corações que ele ouve a necessidade de sonhar acaba comovendo e mostrando que o trabalho de pesquisa juntamente com a ótima criatividade do diretor nos levou a sonhar junto com tudo o que foi mostrado em seus planos bem amplos que felizmente não atrapalharam em nada a mixagem entre computacional e real, ou seja, um filme incrível tanto na base textual quanto na expressiva e produtiva que a trama exigia.
No quesito da atuação é maravilhoso ver os ótimos momentos de Mark Rylance trabalhando muito bem sutilezas como erros de fonemas e gramática para que a sonoridade das palavras que seu BFG fala ainda digam o mesmo entendimento, mas se embaralhe na alta velocidade de expressar, e também é interessante observarmos nele, o quanto um ator que teoricamente é alguém com uma cara dura e que transmite sempre uma seriedade incrível nos personagens que faz, pôde fazer um longa sendo tão doce e com nuances tão bonitas. É interessante ver que Ruby Barnhill não apenas estreou com o pé direito para aprender com um dos mestres do cinema como é atuar, mas também é notável todo o carinho que cada um depositou nela para que a jovem empolgasse e fizesse tudo como fez, ou seja, fica a dica para ficarmos de olho em mais uma ótima atriz britânica que surge no cinema. Penelope Wilton até teve bons momentos como a rainha da Inglaterra, mas foram tão poucas cenas que nem teve tanto trabalho em se divertir na cena mais cômica do filme, dando um ar bem carismático para a personagem (e claro que temos de dar destaque para seus corgis). Rebecca Hall também apareceu pouco com sua Mary, mas de cara entrega o final do longa, e isso é um certo erro para a dinâmica do filme, não sei se está no livro/roteiro assim, ou se foi uma falha da atriz. Os gigantes em geral mesmo com caras de idiotas, ainda trabalharam bem as faces maldosas que lhe deram os nomes engraçados, mas é difícil dar destaque para qualquer um que seja, pois todos agiram sempre sendo infantis e atrapalhados nas cenas mais comuns.
O excelente visual foi criado para mostrar perspectivas incríveis que deram todo o deslumbre da trama, que mesmo não seja algo tão profundo e elaborado, ainda acaba envolvendo pela beleza simbólica que foi mostrada, e cheia de elementos cênicos acabaram trabalhando muito bem tanto na terra dos gigantes (aonde tiveram de trabalhar acertadamente com objetos bem pequeninos para que ao gravar com os atores reais, eles parecessem gigantes mesmo), na terra dos sonhos aonde os protagonistas puderam brincar com muitas luzes (provavelmente digitais, mas que foram lindas de ver), e claro no palácio aonde o trabalho de criação foi algo digno de premiação, pois fazer com que tudo fosse trabalhado em dois tamanhos e tivesse algo para ser mostrado é algo muito bonito de se ver. E claro que também tiveram bom senso para criar uma cidade muito bem colocada numa época cheia de detalhes. A fotografia trabalhou diversos tons para dar o carisma necessário para cativar as crianças e claro os mais sonhadores adultos, e sem perder nuances, cada cena foi elaborada minuciosamente para que o digital se misturasse bem com real e criasse as perspectivas necessárias para um longa bem envolvente. Não assisti ao filme com a tecnologia 3D, afinal quase nem vieram cópias legendadas para a cidade, quanto menos 3D legendado, mas fica bem claro todos os momentos que usaram da tecnologia e de certa forma não é algo que mudará tanto a visão do filme, ou seja, não senti falta do recurso para o longa agradar, principalmente por ser algo convertido e não filmado com câmeras 3Ds.
Enfim, recomendo demais o longa que foi uma grata surpresa, afinal vi o trailer apenas uma vez nos cinemas e não conhecia a história do livro. Fiquei sabendo também de uma animação datada de 1989 que conta a mesma história e irei tentar conferir ela para fazer comparações, mas por enquanto deixo minha completa recomendação desse filme que é emocionante, divertido e com boas nuances tanto para os pequenos, quanto para adultos que gostem de histórias mais infantis. Como disse acima, quem puder ver legendado, certamente irá ver um longa bem mais interessante pela sonoridade das palavras, então fica a dica. Fico por aqui agora, mas volto mais tarde com o texto da última estreia da semana no interior, então abraços e até breve.
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