A sinopse do filme nos conta que após a aparição do Superman, a agente Amanda Waller está convencida que o governo americano precisa ter sua própria equipe de metahumanos, para combater possíveis ameaças. Para tanto ela cria o projeto do Esquadrão Suicida, onde perigosos vilões encarcerados são obrigados a executar missões a mando do governo. Caso sejam bem-sucedidos, eles têm suas penas abreviadas em 10 anos. Caso contrário, simplesmente morrem. O grupo é autorizado pelo governo após o súbito ataque de Magia, uma das "convocadas" por Amanda, que se volta contra ela. Desta forma, Pistoleiro, Arlequina, Capitão Bumerangue, Crocodilo, El Diablo e Amarra são convocados para a missão. Paralelamente, o Coringa aproveita a oportunidade para tentar resgatar o amor de sua vida: Arlequina.
O maior problema do filme sem dúvida alguma se chama tempo, pois um filme com tantos personagens diferentes e que nunca foram apresentados no cinema (tirando Batman e Coringa), necessitavam pelo menos umas três horas de duração, e entregar algo com 130 minutos apenas é algo que nem o mais ensandecido editor ou diretor conseguiria sem penalizar demais o resultado, e com isso em mente a forma de abertura/apresentação de cada personagem foi algo completamente errôneo, pois capricharam nos escritos, elaboraram boas cenas introdutórias, mas passa tão rápido que você nem presta atenção no que aparece, e muito menos consegue ler tudo (talvez quando lançar em DVD venha tudo separado que será algo bacana de ver), ou seja, se a forma de abertura já deu errado, colocar mais personagens ainda foi quase um crime, pois do nada apareceu um outro personagem que disse sequer umas duas ou três frases e você já fica pensando "De onde surgiu esse cara? Quem é ele?", e claro que mais do nada retiram ele também do esquema, ou seja, se o caboclo ia ser inútil (não que seja, pois acabam aprendendo algo com ele) pra que colocar mais um aonde já temos vários que não vai dar tempo de apresentar e usar o pouco tempo com ele? Não sei até onde a liberdade criativa de do diretor David Ayer pode ser usada, mas ele certamente poderia ter trabalhado com menos personagens (o que alguns fãs cairiam matando ele também) ou talvez não ter abusado tanto de apresentações, já indo direto para o ponto chave (o que daria errado também). Ou seja, o mais correto era ter mais tempo, ou dois filmes para que tudo se encaixasse direito e agradasse bem mais, porém volto a frisar, isso é um erro grave, mas que não atrapalha a diversão completa que a trama conseguiu atingir, pois cada momento funciona bem na dinâmica em geral, então quem relevar poucas apresentações vai acabar curtindo e ao final até parecerá bem íntimo de cada um dos personagens, pois no desenrolar da trama o diretor soube dosar bem as qualidades de cada um para que o filme agradasse sem ser muito pesado, o que funciona mais para os não fãs do que para os reais fãs mesmo. Ainda falando sobre o pouco tempo, outro problema da trama foi que certamente foi filmado muitas cenas, e na montagem para dar a duração desejada pelos produtores/distribuidores, acabaram cortando muita coisa, e em alguns momentos até de maneira mal-feita, o que para quem tiver um olhar mais aguçado vai até assustar com alguns pontos que do nada quebram o andamento correto e fluido que um longa poderia ter. Ou seja, poderia falar muito mais desse problema, mas vou optar em falar do resultado final da história, que esse sim vale a pena ser comentado, pois acaba agradando bastante quem não se ater tanto a detalhes, e for disposto a curtir um filme que poderia ter ao menos um vilão mais decente e com um arquétipo mais bem montado, pois nem os motivos reais de sua fúria são mostrados, quanto mais sua real força.
Sobre as atuações, definitivamente esse é o ano de Margot Robbie mostrar que pode fazer o que quiser no cinema que iremos amá-la, pois sua Arlequina é o ponto forte em sutilezas, comicidade e claro sedução, pois não vai existir um marmanjo que não fique babando em suas curvas, e claro que o figurino também deu uma forcinha para isso, porém voltando à falar de sua interpretação, a jovem atriz australiana de apenas 26 anos já vem mostrando serviço e assim que lhe derem um protagonismo realmente para assumir à frente vai colocar com unhas e dentes toda a ótima personalidade que tem, pois expressiva ela é e mostrou muito bem como segurar a onda no meio de diversos personagens em um filme, ou seja, detonou geral e quase roubou o filme para si. Para quem achava que Will Smith não combinava muito com o personagem do Pistoleiro vai ficar impressionado com a dinâmica que o ator deu para o papel e até de certa forma como ele pode ser usado em outros filmes da DC, é claro que poderia ainda fazer muito mais, mas ainda assim agradou bastante. Viola Davis é uma atriz completa, isso todos sabem pelos ótimos papeis que já fez, e aqui não foi diferente com sua Amanda Waller, pois impôs uma postura rígida, sem amizades e que determinou bem o ritmo de suas cenas, talvez faltasse um pouco mais de conhecimento sobre quem é ela no mundo em geral, mas agradou bastante. Outra grande atuação ficou por conta de Cara Delevingne com sua Magia, pois inicialmente antes de sair a sinopse original acreditava que ela seria de um lado da história, mas era algo mais factível que uma bruxa não seria alguém bem normal de ajudar um grupo, e com ótimos semblantes expressivos, a atriz soube dominar bem suas cenas e agradar bastante no que fez, claro que volto a afirmar que está longe de ser a melhor vilã de um longa, mas soube trabalhar muito bem com suas duas personalidades e chamar a atenção para si, juntamente com o outro vilão interpretado por Alain Chanoine. O que falar de Jared Leto, que foi esforçado na personalidade de seu Coringa, e que trabalhou bem a expressividade para mostrar sua loucura, mas infelizmente o personagem é um coadjuvante na história, e suas cenas foram quase jogadas rapidamente para dar um tom na trama, portanto ele tem de ser colocado no novo longa do Batman de Ben Affleck (que aqui faz uma leve participação em algumas cenas), para aí sim mostrar sua ideologia e ficar marcado como um bom Joker, pois de certa maneira agradou no que fez, mas bem longe da insanidade expressiva de Heather Ledger. Os demais personagens, podem até agradar em diversos momentos tentando chamar a atenção, mas foram quase que enfeites cênicos da equipe, fazendo aparições para mostrar sua força e/ou característica, mas tudo ficando bem superficial, de modo que podemos dar destaque somente para a história de vida de El Diablo interpretado muito bem por Jay Hernandez, e pelo determinismo de Joel Kinnaman com seu Rick Flag, mas nada que seja impressionante de ver.
O que posso dizer sem dúvida alguma é a qualidade da equipe de produção que junto de uma direção de arte impecável fez das locações lugares completamente destruídos pela antagonista de tal maneira que realmente parece o fim do mundo o lugar aonde os personagens vão, além claro de não pequena amostragem da vida anterior de cada um, montarem ótimas esquetes cênicas recheadas de elementos visuais para não botar defeito algum (tirando o pouco tempo, sei que estou sendo bem chato com isso). Ou seja, um filme que tinha elementos precisos, bons figurinos, efeitos digitais de primeira linha, composições computacionais bem encaixadas, mas que não teve o impacto da forma que poderia para mostrar tudo isso, de tal maneira que temos um filme tecnicamente perfeito para ser visto e apreciado, mas que não atinge o clímax em momento algum pela correria das cenas. No conceito da fotografia trabalharam bem o tom mais escuro para dar uma certa tensão, mas após o fracasso da bilheteria de "Batman vs Superman", as cenas foram mais colorizadas e dado mais participação para Arlequina e Coringa com toda certeza pelo vigor de seus tons e um chamariz mais cômico para a trama, o que não foi errado, mas que acabou pecando em sutilezas mais duras para que o filme criasse uma certa tensão. Ou seja, não temos algo ruim por ser divertido, muito pelo contrário, talvez tenha sido o grande acerto, pois se além de picotado e corrido, tivessem deixado um filme morno, o povo sairia explodindo os cinemas após reclamar muito. Sobre o 3D, temos umas 3 ou 4 cenas excelentes, com objetos voando, uma profundidade bem encaixada, mas só, de tal maneira que até os efeitos nos créditos são mais tridimensionais que a trama inteira, portanto quem quiser economizar pode ir tranquilamente que não irá perder nada, afinal foi um longa convertido após as filmagens, sem que houvesse qualquer preocupação de usar a tecnologia sem ser para ganhar uns trocos a mais.
Agora um ponto extremamente positivo ficou para a escolha musical do longa, com trilhas que deram um ótimo ritmo e principalmente desfocaram os erros de timing, que tanto falei acima, ou seja, vale muito a pena escutar tudo seja no filme ou em casa, e por isso, deixo aqui o link das canções.
Enfim, volto a frisar que gostei muito do que vi, ficando dentro da expectativa que criei sobre o filme, mas longe claro de superá-la, afinal estava bem alta, mas precisei pontuar todos os problemas que notei, senão não estaria sendo crítico como devo ser. Ou seja, é um filme bem divertido, que agrada, bem contextualizado, com ótimos personagens que poderiam ser muito mais utilizados, mas que falha em ser curto e picado demais, pois teria tudo nas mãos para ser o longa do ano, e acabou ficando com erros demais para sequer passar perto disso. Portanto recomendo sim que todos confiram o longa nos cinemas, mais para que a bilheteria seja alta e façam continuações mais desenvolvidas, afinal todos caberiam completamente ter suas histórias contadas. Fico por aqui hoje, mas volto em breve com as outras duas estreias da semana, então abraços e até breve pessoal.
PS: Fiquei entre dar 7 ou 8 para o longa, mas como me diverti demais e só a beleza da Arlequina já vale um ponto a mais para corrigir os erros do longa, vou ficar com 8, mas valeria um 7,5 se tivesse notas quebradas.
4 comentários:
Cara eu sempre venho aqui ler suas críticas antes de assistir ao filme, concordo com algumas, discordo de outras, mas acho seu trabalho incrível e não deixo passar uma crítica. Agora o que eu dou mais atenção nos seus textos é na parte de imagem, fotografia e o 3D porque eu observo muito essas qualidades. Até agora eu ainda não assisti a um filme em IMAX 3D que superasse Mad Max, o que fizeram naquele filme foi fantástico, eu saí de lá pulando de alegria (ainda mais que foi no meu aniversário kkkk). Mas enfim, eu realmente posso dispensar o IMAX 3D do Esquadrão?
Olá meu amigo!!! Que bom que curte o que escrevo, e com certeza nem sempre o gosto e a opinião vai bater (ainda bem né!!)... Agora com certeza Mad Max vai ficar guardado por muito tempo, afinal foi algo extremamente preciso!! Quanto ao Esquadrão, vale alguns poucos momentos pelo som, mas o 3D está bem fraquinho para ser visto na Imax, de modo que até o 3D é dispensável! Vamos torcer pra que pensem mais no recurso para usar bem, pois senão é gasto desnecessário! Abraços!
Olá, Xará! Você também notou que o filme não possui cenas rodadas em IMAX? As únicas em IMAX, com abertura da tela toda na vertical, foi a da vinheta IMAX trabalhada com as cores e visual do filme!
Pois é xará... a galera de Hollywood parece que tá sem grana pra pagar carregadores de câmera pesada, pois o preço eles dão um jeitinho de pagar (rssss)... ao menos a vinheta ficou bacana!!! Não andam fazendo mais quase nada filmado com as câmeras e nos trailers ainda tentam chamar pra ver em Imax, o que é uma pena, pois só o som de lá já vale muito!!! Você se lembra mais alguma vinheta sem ser a do "Missão Impossível"? Estava falando isso com um amigo outro dia e não lembrei mais nenhuma sem ser as duas, e acho que teve mais!
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Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...