Sei que tem muita gente que foge de comédias mais escancaradas e alguns críticos até já queimam alguns filmes desse estilo (alguns até sem assistir) por não fazer uma linha mais cult e cheia de detalhes em roteiros, mas com toda certeza temos de deixar de lado alguns preconceitos e ir assistir alguns filmes por diversão somente, e geralmente indo sem esperar muito do filme acabamos gostando e nos divertindo bastante com alguns longas. Digo isso sem nenhum pesar, pois "Perfeita é a Mãe!", que foi um título ruim para "Bad Moms", é cômico na medida certa para agradar quem for disposto à curtir toda zoação no estilo "Se Beber, Não Case!", mas agora com mães revoltadas por todo o perfeccionismo imposto em algumas instituições de ensino no mundo para com as mães de seus alunos. E com ótimas músicas, atrizes dispostas a fazer de tudo, e claro mensagens fofas em alguns momentos rebatendo o excesso de palavrões em outros, o longa é uma grande dica para diversão escrachada nos cinemas.
A sinopse nos mostra que uma mulher, com vida aparentemente perfeita - bom casamento, filhos exemplares, ótimo emprego, etc - acaba ficando estressada além do ponto com as obrigações domésticas. Cansada da situação, ela se une a duas outras mulheres que passam pelos mesmos problemas e juntas iniciam uma intensa jornada de libertação.
Não bastassem terem roteirizado bem toda a franquia "Se Beber, Não Case!", os diretores/roteiristas Jon Lucas e Scott Moore voltam agora com seu segundo longa, após irem muito bem em "Finalmente 18", e aqui mostram que seu estilo é justamente esse: o escracho colocado na medida certa para não colidir com a boa pegada, e ainda souberam administrar bem os momentos mais emotivos de lições familiares para mostrar que embora seja um ser mitológico (afinal mães fazem tantas coisas que nem conseguimos explicar) elas também erram e desejam sim ter um tempo para poderem viver suas vidas. E com uma dinâmica bem cheia de nuances, os dois pegaram o que as atrizes possuíam de bons recursos e trabalharam ora colocando exageros cômicos (e até forçados), ora trabalhando com o ritmo bem acelerado para funcionar o estilo que desejavam. E se em alguns filmes essa fórmula batida incomoda e até irrita, aqui soou na medida certa para divertir, pois acaba dando certo tanto a forma de homenagem para as mães que por muitas vezes abandonam tudo para fazer os gostos dos filhos, mas sem apelação emocional ou dramatização barata, deixando que as piadas e as gags funcionassem sozinhas dentro da proposta exata.
Sobre o elenco é interessante ver como Mila Kunis conseguiu ficar perfeita para o papel de Amy, principalmente por sempre oscilar entre comédias e dramas familiares na carreira e com isso ela acabou dosando bem o papel nos dois vértices, claro que pareceu bem desgastada ao final por principalmente muitas cenas rápidas, mas de certo modo a atriz se mostra disposta a encarar tudo o que lhe for proposto e ainda fazer bem. Do elenco completo, certamente quem extrapolou todos os exageros possíveis dentro de uma única personagem foi Kathryn Hahn com sua Carla, mas mesmo com cenas forçadas, a atriz soube ter a pegada certa para alguns dos momentos em que a protagonista mereceu alguns socos de realidade, e isso é algo que temos de levar para a vida, tendo aquele amigo que quando estamos viajando muito vem e fala com certeza o devemos fazer, mas poderiam ter amenizado muitas cenas desnecessárias suas (por exemplo o mercado completo de todas as personagens). Kristen Bell fez bem sua Kiki de modo inicial abobada demais, mas foi se encaixando e agradando com sua simplicidade, além de funcionar para uma das ótimas piadas com sua personagem mais icônica (a Elsa de "Frozen"). Agora se existe uma pessoa com personalidade marcante é Christina Applegate, pois sua Gwendolyn é daquelas mulheres que você fica com medo de mexer e a atriz mostra em cena como apenas um olhar pode dizer muitas palavras, trazendo até o final uma característica própria e agradando muito. Tivemos outras mulheres bem encaixadas na trama, mas para não alongar muito, vou preferir falar um pouco dos dois homens do filme, pois David Walton apareceu em poucas cenas com seu Mike e fez papel de bobo com uma personalidade fraca, enquanto Jay Hernandez já foi por outro rumo servindo de apreço para os olhos das mães do filme e claro da mulherada presente na sessão, ou seja, aquele contrato maroto para aparecer sem camisa. As crianças até tentaram fazer boas cenas, mas nitidamente se mostraram sem preparo ou cuidado por parte dos diretores, pois ficaram bem artificiais em todas. Destaque altamente positivo para as mães reais das atrizes dando depoimentos nos créditos das suas "maldades" com as filhas.
Comédias desse estilo não costumam ser muito primorosas em relação ao visual, pois acabam deixando de lado bons cenários e elementos cênicos para que as piadas fluam somente com as personagens, mas aqui os diretores brincaram bastante com outros filmes, trabalharam bem algumas festas e colocaram carros para correr a todo vapor gastando até bons momentos com alguns objetos luxuosos, mas sempre usando à favor do filme e não apenas para ostentar, o que é muito bacana de se ver. No conceito fotográfico é claro que usaram muitas cenas bem iluminadas para manter o tom divertido, e baixaram o tom nas cenas mais envolventes para dar uma leve dramatizada, mas sem que destoasse de todo o restante, ou seja, um trabalho simples, mas muito bem feito.
Agora sem dúvida alguma um grande acerto ficou por conta da ótima trilha sonora escolhida para dar o tom certeiro na trama, de tal maneira que é uma ótima dica para escutar em qualquer momento todas as canções que se encaixam dando a dinâmica mais coerente para cada cena, e em algumas cenas até chamando mais atenção do que todo o conteúdo ao lado. Claro que o Coelho não ia deixar seus leitores procurando, e aqui já fica o link completo do filme.
Enfim, fui conferir o longa até com um pé atrás pelo trailer já esperando muito mais bobeira do que o que me foi apresentado, e dessa maneira acabei me divertindo demais com tudo o que vi no cinema, e sendo assim recomendo o longa com toda certeza para quem quiser ver uma boa comédia, apelativa mas sem exageros e que vai divertir quem estiver disposto a rir das situações que as protagonistas acabam fazendo. Fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais algum post das estreias que vieram para o interior, então abraços e até logo pessoal.
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