É interessante observar como as comédias acabam sendo o gênero que mais consegue surpreender positiva ou negativamente, pois algumas acabam entregando todas as boas piadas no trailer de tal maneira que chegamos no filme e sequer rimos das situações que são incluídas. Em "Um Espião e Meio" até conseguimos rir em alguns momentos pelas boas referências que acabaram inserindo de outros filmes com os atores e até mesmo alguns clássicos de segundo escalão, mas é tão difícil se divertir a valer com a trama de tal maneira que nem fazer jus à classificação de comédia com espiões que era um gênero muito bem trabalhado antigamente o longa se pode classificar. Claro que vai ter aqueles que vai rir bastante com algumas sacadas da trama, mas o roteiro acaba se perdendo de tal maneira que chega a dar pena a tentativa frustrada de encaixar dois atores esforçados para conseguir tirar algum riso em algumas cenas constrangedoras.
A história acompanha um nerd que sofreu muito bullying no passado, mas que ao crescer se tornou um agente letal da CIA. Dizendo estar em um caso ultrassecreto, ele recruta a ajuda do antigo “cara forte da sala”, que agora é um contador que sente falta de seus dias de glória. Mas, antes do sério contador perceber no que ele está se metendo, é tarde demais para sair, enquanto seu imprevisível novo amigo o arrasta para um mundo de tiroteios, traição e espionagem que pode mata-los de maneiras incontáveis.
Alguns diretores costumam ser apelativos em seus filmes, outros acabam trabalhando bem as referências e se perdem completamente na dinâmica rumando para lados confusos e sem muito resultado para com o que desejava atingir e em alguns casos a mistura de gêneros nem sempre nos entrega bons momentos. Aqui o problema principal de Rawson Marshall Thurber é que seu estilo de direção é desorganizado, e acaba trabalhando a comicidade em momentos que não soam engraçados e com isso vai se perdendo com o filme todo. Claro que ele não se atrapalhou sozinho, pois a história foi escrita a cinco mãos, e com toda certeza a bagunça no desenvolvimento completo do texto final é notável por cenas que começam de uma maneira se desenvolvem de outra completamente diferente e termina sem ter um fluxo coerente nem com o começo, muito menos com o miolo, e assim sendo mesmo com boas piadas, as quais a maioria já estavam nos dois trailers lançados, o filme acaba patinando e falhando no ponto principal que é divertir. Porém felizmente os erros de filmagem mostrados após o fim do filme foram bem divertidos e fizeram valer a noite.
O mais engraçado é saber que ambos os protagonistas já fizeram boas comédias e Dwayne Johnson já fez diversos filmes desse estilo aonde trabalha comicidade com âmbito policial, mas seu Bob pareceu meio perdido nas filmagens soando apenas simpático para com seus momentos, o que não é algo que venhamos a esperar dele, porém quando bota a pancadaria para funcionar no filme, ele se sobressai e entrega boas cenas, o que faz valer assistir ao filme, além disso sua versão jovem interpretada por Sione Kelepi fez boas caras e bocas mesmo que tenha sido uma cena totalmente apelativa. Kevin Hart é outro que gosta de trabalhar em longas policiais, e sempre jogando firme com seu estilo de comicidade fez do ator alguém bem credenciado para o papel de Calvin, mas o ator até tentou chamar a responsabilidade para si em alguns momentos, mas oscilou demais nos momentos mais sérios e acabou atrapalhando um pouco, claro que dá para rir bem em suas cenas, mas poderia ter sido bem melhor. Os demais atores funcionaram mais como elos para as cenas, e quase raramente deram o tom correto para a trama, de tal maneira que Amy Ryan destoa completamente como uma agente da CIA (tirando sua cena tomando café e explicando tudo), Danielle Nicolet é quase um enfeite com sua Maggie e Aaron Paul ainda deve estar se perguntando de onde veio o cachê pelas três cenas que fez (sendo que uma praticamente foi feita só por seu dublê).
Visualmente o longa até possui bons momentos, trabalhando duas épocas, colocando os personagens em boas cenas de perseguição e trabalhando as locações com determinação e coerência para que nada saísse jogado demais, mas de certa forma esqueceram que em filmes cômicos se necessita trabalhar mais a perspectiva cênica, mesmo que de forma exagerada e escatológica, e aqui deixaram que o filme fluísse totalmente dependente das piadas dos protagonistas em cena, o que não acabou rolando, ou seja, fizeram a ambientação, mas nada em cena foi quase usado, vide a cena no local secreto que sequer trabalharam ali dentro e poderia ter diversas cenas engraçadas. Nesse quesito o destaque fica por conta das cenas com o avião tanto no chão quanto no ar. A equipe de fotografia certamente teve muito trabalho já que o diretor fez diversas cenas noturnas e em locais fechados com muito espaço, pois a iluminação não teve erros, mas também não pode ser ousada.
Enfim, a ideia do longa foi boa e até bem usada, mas acabou falhando em tantos pontos e principalmente no ponto mais forte que é a falta de um ótimo humor que acabamos saindo da sessão mais incomodados do que felizes com o que nos é mostrado, e sendo assim não dá para recomendar o longa para quase ninguém, só se você já viu tudo o que está passando nos cinemas e ainda deseja ir ao cinema ver algo novo, senão com certeza haverá comédias melhores para conferir nos cinemas. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais posts, então abraços e até breve.
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