Se com a refilmagem de "A Morte do Demônio" o diretor Fede Alvarez estreou no mundo dos longa-metragens com uma qualidade bem interessante, mas que ficou mais próximo de algo nojento do que um suspense/terror mesmo, com "O Homem Nas Trevas" ele conseguiu apagar qualquer deslize e fazer algo para prender o público na poltrona suando junto com os protagonistas ao tentar fugir de um homem cego. E para quem acha que isso é algo bem simples, afinal o cara não enxerga nada e está apenas em um casebre praticamente abandonado, ledo engano, o veterano de guerra dará muito trabalho para todos e provará para eles que o crime não compensa e que uma simples casa pode ter muito mais armadilhas do que você pode pensar. Ou seja, um filme tenso, bem trabalhado numa única locação de diversos ambientes, tecnicamente barato e que se não fosse por alguns absurdos (como por exemplo cair de um vidro numa altura imensa, ser super socado, levar um tiro e tudo mais, e na sequência levantar e continuar andando normalmente) seria um longa que ganharia nota máxima.
Três adolescentes sempre escaparam de seus roubos, todos perfeitamente planejados. No entanto, quando realizam seu último crime, assaltando a casa de um senhor cego, o jogo muda. Encarcerados no local, eles precisam lutar por suas vidas contra um psicopata cheio de segredos e terrivelmente habilidoso.
Claro que o grande mérito do longa é a essência do roteiro que foi escrito pelo diretor Fede Alvarez juntamente com Rodo Sayagues, porém o diretor soube dar tanta dinâmica para as cenas que a cada nova reviravolta da trama (e não são poucas), algo novo nos era mostrado e fazia com que ficássemos mais aflitos com cada situação, e isso sim é o grande funcionamento de um bom longa de suspense, que por ter um mote aterrorizador como mortes e clausura acaba sendo classificado como terror, e que claramente irá aterrorizar muitos criminosos que pensarem em fazer esse estilo de crime após ver o filme. Embora a ideia e o ambiente sejam bem simples, a equipe de produção liderada pelo grande Sam Raimi procurou trabalhar bem o ambiente para que as situações tivessem um conteúdo visual para ser apresentado nas ótimas tomadas e ângulos que foram escolhidos pelo diretor, e assim sendo, quem for ao cinema conferir o longa certamente verá que uma embalagem simples por fora nem sempre retrata uma simplicidade interna, e pode conter muitas surpresas.
Outro grande mérito do sucesso do longa se dá pela expressividade e ótima desenvoltura de Stephen Lang, que mesmo usando de uma lente de contato para realmente dificultar sua visão conseguiu dar um show de habilidades e fez com que cada cena sua fosse incrível de ser vista, de tal maneira que mesmo longe dos demais protagonistas, o público ficasse esperando de onde ele viria novamente para surpreender, e assim sendo, até antes das suas últimas cenas (ou vendo por outro lado, o filme inteiro também, afinal ele estava certo no que fez), ficamos torcendo muito para que ele faça os criminosos sofrerem muito. Jane Levy é uma atriz até que interessante que soube mostrar expressões corretas quanto ao desespero e medo que sentiu na pele fronte ao risco que corria ali, e acabou acertando bem no estilo que sua Rocky precisava, talvez pudesse ter mancado um pouco mais nas cenas de correria final, afinal caiu de um lugar alto (não só ela, o mesmo detalhe pode ser colocado para o outro jovem também) e nem que fosse uma super atleta iria andar normalmente como acabou fazendo. Dylan Minnete é um dos motivos pelo qual não dou nota máxima para o filme, pois o jovem pode ser considerado o novo superman após tudo o que ocorre com ele e sempre volta para apanhar mais um pouco com seu Alex, e como é mostrado logo nas cenas inicias, o jovem é digamos um bundão para ter toda a coragem e força que tem na maioria das cenas. Por sorte os demais atores apareceram pouco, pois foram completamente forçados, inclusive a garotinha que faz a filha de Rocky e isso não é algo legal de ver em um suspense, e mesmo Daniel Zovatto não conseguiu deixar seu Money como alguém maldoso e impactante, ficando bem em cima do muro em suas poucas cenas.
Sobre o visual da trama, mais uma vez tenho de frisar que o acerto na escolha da locação, aparentemente num bairro bem isolado (mas que pode ter sido usado computação gráfica para recriar o ambiente ao redor) que logo de cara já vai assombrar muita gente pela força impactante que cria, depois temos de pontuar a alta quantidade de elementos que conseguiram colocar na casa, como cadeados enormes, ótimas trancas, prateleiras e muito mais para dar um aspecto de bagunça (afinal um cego não vai ficar arrumando tudo, não é mesmo!) e até a parte inferior da casa foi muito bem planejada para o que ocorre lá com um cenário completamente incrível de ser visto, e que na parte final acaba sendo até um pouco nojento (Fede não iria perder suas origens tão rápido), ou seja, tudo muito bem arquitetado pela direção de arte junto com a produção para que o filme ficasse incrível. Agora se tenho de reclamar de algo na fotografia do longa é o fato de nas cenas completamente escuras usarem câmera noturna, pois poderiam fazer o assalto num dia bem ensolarado e usar artifícios de poeira e fachos de luzes do sol ou até mesmo do luar caso quisessem, para que não ficasse tão artificial as filmagens, mas como estamos falando de cinema, tudo é possível, então é um mero detalhe que não atrapalhou em nada o ótimo andar de tudo.
Enfim, um filme mais do que recomendado para todos que gostem de um bom longa de suspense/terror, que do começo ao fim cria tensão e tem reviravoltas suficientes para impressionar e deixar o clima mais pesado ainda do que você sequer imaginaria de ver no filme. Ou seja, vá agora conferir no cinema, pois mesmo com os pequenos detalhes que citei para não dar nota máxima para ele, tenho certeza de que todos irão gostar muito do que irão ver, ficando completamente tensos sem precisar ficar com medo de fantasmas, espíritos, maldições e afins. Fico por aqui hoje, mas vou conferir agora mais um longa e volto amanhã cedo para falar o que achei dele, então abraços e até breve.
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