Se a ideia do primeiro filme em 2013 foi genial, porém mal executada devido a simplicidade de focar somente em uma casa, e ainda assim rendeu muito, é claro que fariam uma continuação. Daí em 2014 com a continuação, já foram para as ruas e a emoção foi no nível máximo com muita violência e uma história bem mais trabalhada para empolgar o público, que fez ainda mais dinheiro para o diretor em seu segundo longa, ou seja, não ia deixar sua mina secar. Então cá estamos em 2016 e no Brasil como gostamos de mudar o nome de algo para não fazer "Uma Noite de Crime 3", eis que temos "12 Horas Para Sobreviver - O Ano da Eleição", que seguindo a mesma linha do segundo filme, porém agora mais politizado ainda, consegue agradar bastante desenvolvendo situações fantasiosas, mas que com muita violência acaba empolgando quem gosta de uma ação mais impactante. Porém se no segundo tudo já implicava para uma continuação, o diretor agora acredito que deva mudar seu disco, pois aparentou um encerramento mais fechado, e isso não é ruim, afinal uma trilogia bem feita funciona mais do que tentarem ir empurrando novidades que não irão mais empolgar, ou seja, veja o filme como uma boa conclusão e se empolgue bastante. Um pequeno detalhe que é sempre bom dizer é que quem não viu os dois anteriores pode ver tranquilamente esse sozinho, pois embora tenha alguns atores dos outros filmes, a história funciona completamente sozinha e agrada bastante por essa condição, mas quem viu os demais vai se assustar bem menos com os momentos clássicos bem marcados da mesma maneira.
O longa nos mostra que já se passaram dois anos desde que Leo Barnes deu fim a uma ação de vingança lamentável em uma noite de expurgo. Servindo agora como chefe de segurança para a Senadora Charlie Roan, sua missão é protegê-la durante sua corrida para a presidência e sobreviver ao ritual anual que tem como alvo os pobres e inocentes. Mas quando uma traição os força a sair às ruas da capital em uma noite onde nenhuma ajuda é disponível, eles devem continuar vivos até o pôr do sol... ou ambos serão sacrificados por seus pecados contra o Estado.
É interessante ver que esse é apenas o terceiro filme do diretor James DeMonaco, ou seja, até agora ele não saiu da história que criou e tem se dado bem, ele e todos os produtores sanguinários (Michael Bay e Jason Blum) que não perdem um longa de baixo investimento e grande lucro, afinal nos dois primeiros longas gastaram 12 milhões e lucraram 200 milhões, agora nesse novo já ousaram e gastaram logo de cara 10 milhões de dólares, e por enquanto o rendimento já está em 80 milhões, ou seja, nem um pouco tristes ficaram com seus gastos!! Dito isso, o que posso falar com certeza é que James determinou o estilo que vai seguir logo no primeiro filme, e aqui manteve sem muitas invenções toda a determinação coerente que o público desejou ver. Claro que há diversos momentos clássicos, e isso só quem viu os demais irá perceber, porém a desenvoltura para que o longa ande sozinho fez desse novo filme algo bem encaixado e próprio de se ver, pois acabamos nos conectando bem com os dois protagonistas, depois na sequência encaixando bem com a turma do mercado, para daí só bem para o finalzinho nos conectarmos com o único sobrevivente dos dois filmes anteriores que agora lidera completamente a revolução. E se no primeiro filme o diretor economizou em sangue, no segundo já botou tudo mas sem mostrar a violência em primeiro plano, agora tudo acontece com o maior frescor possível que quase espirra sangue para fora da tela em algumas cenas (não se preocupe que a maior parte ainda é light de assistir). Como estamos em ano político também no Brasil, muitas das situações que ocorrem vão lembrar um pouco as brigas políticas de alguns candidatos, claro que ainda não chegamos a tal ponto, mas que tudo vai remeter, com certeza vai.
Chega a ser curioso ver o estilo de Elizabeth Mitchell como uma senadora candidata à presidência, pois é fato que o diretor deu uma leve baseada no que anda ocorrendo nas eleições presidenciais dos EUA e a atriz que não é boba deu um certo charme e carisma próprio para sua Charlie, fazendo cenas contundentes e bem colocadas, mas também falhando um pouco no semblante, pois aonde precisaria demonstrar pânico, fez apenas algumas caras assustadas e quando o desespero deveria tomar sua fronte ficou homogênea demais, o que não condiz com a situação. Frank Grillo já havia mostrado uma ótima desenvoltura no filme anterior e aqui agora com um papel menos corrido pode fazer semblantes mais propícios para que seu Leo não ficasse tão forte, mas ainda conseguiu chamar mais atenção que os demais por sempre ir direto ao ponto e ser até mais forte com um tiro quase metade do filme, ou seja, foi bem e se inventarem uma continuação é capaz que volte. Se no primeiro filme Edwin Hodge surpreendeu bem dentro da casa, e no segundo filme foi mais um braço direito do grande chefão da revolução, aqui seu Bishop (agora possui um nome para ser chamado, diferente dos outros dois filmes) veio preparado para arrebentar, mostrando-se um líder nato disposto à tudo para ajudar a senadora para que ganhe a eleição e acabe com o dia do expurgo que lhe fez sofrer muito há tempos atrás, porém diria que poderiam ter dado mais cenas para ele chamar atenção, e isso acabou ficando muito em segundo plano para agradar mais. Do grupo do mercado, todos foram bem colocados e empolgaram na medida do possível com uma atuação correta e inteligente, claro que dando um ótimo destaque para o semblante forte de Betty Gabriel com sua Laney, para o estilo descontraído e bem forte de Mykelti Williamson com seu Joe e mesmo com uma cara estranha de piedade Joseph Julian Soria fez Marcos parecer alguém interessante de ver na tela. Kyle Secor fez de seu Pastor Owens alguém completamente exagerado e que assim como aconteceu no caso feminino da candidatura, também fez trejeitos clássicos do outro candidato à presidência americana, então temos de dizer que caiu bem no personagem.
No quesito visual fizeram um bom trabalho com carros enfeitados, personagens com máscaras interessantes, locações bem preparadas para o evento (tanto o ponto de socorro quanto a igreja ficaram bem trabalhados, e a casa da senadora também ficou interessante de ver, mesmo explodindo tão facilmente), mas senti falta de umas armas mais fortes e chamativas, pois aqui o pessoal foi tão tradicionalista que parece que quiseram economizar, pois no segundo filme já tivemos supermetralhadoras, armas com fogo e tudo mais, enquanto aqui tivemos revolveres, facas, no máximo alguns rifles, ou seja, quiseram ir para uma pegada mais leve. Vai estou sendo muito criterioso, colocaram uma guilhotina!! E claro que não iriam deixar de lado algo que está tão na moda, drones sobrevoando e fazendo parte dos meios de expurgo. No conceito fotográfico usaram bem as luzes das ruas para não parecer uma iluminação falsa, e principalmente não deixaram o longa escuro como acabou acontecendo no segundo filme, e com tons mais quentes a tensão ficou dentro de uma proporção mais rápida do que densa para algo mais intimista, destaque claro para a cena com muitas velas dentro da igreja.
Enfim, um filme bem feito e interessante de ver, que talvez tenha pecado em não ser mais violento, pois como bem sabemos política não é algo tão amistoso e simples, que com unhas e dentes poderiam ter impactado bem mais na concepção de alguns momentos. Mas ainda com pequenos deslizes recomendo o filme para quem gosta do estilo de ação misturado com pequenas doses de terror, e veremos se vão inventar mais alguma continuação, ou retomar com a ideia de um prequel aonde irão mostrar como foi o primeiro dia do expurgo. Bem é isso pessoal, esse foi apenas o primeiro filme dessa semana recheada de estreias, então abraços e até breve com mais textos.
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