Filmes de ação costumam sempre empolgar, mesmo que para isso utilize das tradicionais cenas que ficamos abismados, por exemplo 1000 tiros dos vilões no mocinho que passam sequer raspando e 1 tiro do mocinho que mata 10 vilões ao mesmo tempo, mas como já sabemos que vamos sempre ver isso, o jeito é relevar e curtir todo o restante, pois "Assassino à Preço Fixo 2 - A Ressurreição" não possui o mesmo primor que o longa de 2011, muito menos o charme do original de 1972, mas consegue funcionar tão bem nas cenas em que o protagonista mostra suas habilidades para preparar o ato de suas mortes, que acabamos nos divertindo e até querendo mais calma nessa execução, ou seja, poderiam fazer uma série aonde cada episódio seria uma das mortes, para que tudo fosse bem desenvolvido e agradasse até mais do que o longa todo nos proporciona. Porém como temos que nos contentar com o que foi mostrado, temos um filme bem interessante de assistir e veremos se a bilheteria irá empolgar também para que tenhamos "a origem da Fênix" já que já morreu, ressuscitou, morreu de novo, e o que virá a seguir?
Vivendo escondido no Rio de Janeiro há cinco meses, Arthur Bishop é descoberto por uma capanga enviada por Riah Crain, um velho conhecido da época em que viveu no orfanato. Crain quer que Bishop retorne à vida de assassino para eliminar três pessoas que atrapalham bastante seus negócios, mas com uma exigência: que as mortes sempre aparentem terem sido acidentais. Para tanto, usa como isca Gina, uma ex-agente que dá aulas na Tailândia, por quem Bishop está interessado.
Se no primeiro filme a ideia de ensinar alguém seus truques foi mais bem elaborada, aqui os roteiristas se preocuparam mais com as cenas de ação do que em tentar criar uma história mais coerente e instigante, pois o romance acontece de uma maneira completamente jogada, a história do orfanato é dita apenas de enfeite, apenas o elo dos três assassinatos é montado pelo protagonista para que ele decida o que fazer, pois o filme todo acaba acontecendo e rolando sem muitas perspectivas de história, o que se olharmos a fundo iremos apenas reclamar, mas se formos por toda empolgação que ele causa dentro do conceito de um bom longa de ação, o resultado muda completamente. Por isso que insisto em transformarem a história toda em uma série, que seria incrível de ver cada momento criado pelo diretor naquele ato, e aí sim o conteúdo sendo transformado para um grande desfecho ou início de uma nova temporada. Ou então que os roteiristas tivessem trabalhado mais para criar um enredo completo e não apenas um filme de ação. Outra grande diferença entre o primeiro filme e esse novo ficou na mudança de diretores, pois Dennis Gansel trabalhou bem menos os atores do que Simon West, e isso é notável nas cenas que possuem mais diálogos, pois os protagonistas logo se esquivam de ficar muito tempo desenvolvendo e partem logo para a ação, enquanto notoriamente esquecemos do que cada um representa.
Tirando o detalhe da expressividade nos diálogos, temos claro que pontuar que Jason Statham beirando os 50 anos ainda se acha o moção galanteador e completo astro das lutas, pois a cada cena que vemos no filme, seu Bishop faz algo mais impossível ainda e se mostra com mais gás do que na cena anterior, ou seja, um misto de 007 com Rambo e McGyver que não economiza tempo nem força para conseguir alcançar sua meta, e isso é bacana de ver na personalidade tanto do personagem quanto na de Statham, pois eles são quase um mix só que flui facilmente pela tela, e acaba empolgando por tudo o que faz. Jessica Alba como sempre é um colírio para os olhos, e talvez seja por isso que é tão fácil a forma que o romance acontece entre sua Gina e o protagonista, mas convenhamos que poderiam ter utilizado mais ela, e ela se mostrou apta para isso, fazendo boas cenas de luta e usando de olhares para chamar a responsabilidade para si nos momentos certos, o que faltou foi o diretor querer isso. Sam Hazeldine foi praticamente jogado na personalidade de seu Crain, e isso é algo que confunde um pouco o espectador, pois em diversos momentos vemos o ator desenvolvendo o papel sem saber o rumo que deseja atacar, e teoricamente ele é o vilão da trama, mas precisou passar quase o longa inteiro falando ao telefone para somente na última cena mostrar o que o protagonista falou que ambos foram treinados para serem guerreiros, e cadê a luta então, na última cena é mostrada, mas antes o cara foi quase um narrador apenas. Agora a grande piada do ano ficou a cargo do personagem de Tommy Lee Jones, pois um senhor de 70 anos aparecer como um traficante de armas no melhor estilão caribenho com cavanhaque, óculos laranja e a maior pinta de mal com seu Max foi algo que já valeu a pena demais, e com certeza iremos torcer muito para caso ocorra uma continuação ele volte, afinal seus trejeitos foram bem bacanas de conferir.
Agora com toda certeza os produtores do longa são corajosos demais, pois se gastando 40 milhões no primeiro longa ganharam 62 milhões, praticamente só pagando o custo, agora certamente gastaram bem mais com viagens por diversos países e claro cenas incríveis de ação, mas isso mostrou também o grande potencial da equipe artística para escolher as locações (ainda estou em dúvida se filmaram realmente no Rio de Janeiro ou se a computação fez o trabalho todo) e preparar bem cada cenário do filme, pois são barcos incríveis, prisões aterrorizantes e arranha-céus perfeitos de ver em cena, que junto de todo um arsenal completo de armas fez o filme ficar dentro do conceito de ação na medida certa para empolgar. A fotografia ousou bem em iluminações claras para mostrar que não usou quase truque algum em cena, e isso é bacana de ver em um longa de ação, e digo mais, pelos ângulos que o diretor escolheu, se converterem o longa para 3D quando lançarem em mídias físicas, é capaz que o resultado fique bem interessante, pois temos diversas perspectivas tridimensionais interessantes de se ver.
Enfim, é um filme bem interessante e bacana de ver, que pecou sim por correr demais com a história, e ter acontecimentos não tão bem planejados, mas no contexto geral de ação acaba valendo bem o ingresso e a diversão acaba sendo garantida. Portanto como costumo dizer nesse estilo de filme compre um combo de pipoca bem grande e se divirta assistindo sem prestar muita atenção aos detalhes que aí sim o programa fica perfeito. Fico por aqui hoje, mas volto amanhã cedo com mais um texto, afinal agora vou conferir mais um longa que não dará tempo de publicar o texto hoje, então abraços e até amanhã galera.
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