Quando falamos bem de comédias com humor negro muitos já viram a cara, então se falarmos que uma animação para adultos onde a putaria rola solta então? Pois bem, se alguém esperava qualquer outra coisa de "Festa da Salsicha" com toda certeza estava bem enganado, pois o filme mesmo sendo bem sujo de palavrões e situações embaraçosas, possui um tema bem montado, com começo, meio e fim coerentes e que por mais incrível que possa se pensar, tem uma lógica bem interessante de acompanhar, pois como disse o roteirista Seth Rogen, se nos filmes da Disney os animais tem pensamentos, o que será que as comidas pensam, e se ainda por cima tiverem formas sexuais sugestivas, porque não montar algo em cima disso. E lá foi ele com todo seu humor criativo e abusado fazer um filme que pode até chocar as almas mais puritanas, mas quem for de mente aberta vai rir muito de diversas situações, e sendo assim o filme com toda certeza vale o ingresso.
A sinopse do longa nos mostra que dentro de um supermercado, os alimentos pensam que as pessoas são deuses. Eles sonham em serem escolhidos por elas e serem levados para suas casas, onde pensam que viverão felizes. Mas eles nem suspeitam que serão cortados, ralados, cozidos e devorados! Quando Frank, uma salsicha, descobre a terrível verdade, ele precisa convencer os outros alimentos do supermercado e fazer com que eles lutem contra os humanos.
Muito mais do que falarmos somente sobre o cunho sexual (partes íntimas, opções sexuais e até posições eróticas) que o longa trabalha, temos de atentar para as diversas outras vertentes que acabaram desenvolvendo, como religião, política, patriotismo e até mesmo brincar com as ideias dos desenhos em si, mas mesmo que tudo seja jogado em nossa cara pela equipe, o principal ensejo da trama é que tudo é feito de uma maneira gostosa de assistir (claro para quem tiver a mente aberta, pois quem for mais fechado é capaz de achar tudo ofensivo demais). E assim um filme que de cara possamos pensar ser apenas besteiras e palavrões jogados na tela (que não são poucos) acaba tendo um cunho tão bacana dentro do desenvolvimento da história que os exageros acabam sendo relevantes frente à diversão que acaba propiciando. Ou seja, um filme completamente diferente que Seth Rogen e seus amigos insanos acabaram desenvolvendo com muita criatividade para que tudo tivesse um bom propósito (apelativo por alguns momentos) e que fosse trabalhado de modo a chocar o público com boas referências.
A grande sacada da trama se desenvolve principalmente pela modelagem dos alimentos, que aí é que entram todas as brincadeiras com formatos, estilos, crenças e afins, e claro que com grandes indicações livres para cada um pensar (de forma suja ou não) o filme fluiu bem mais impactante do que se apenas fizessem tudo colocadinho como alguns fariam. Ou seja, com frases prontas para cada ato, os personagens acabam criando um carisma próprio para cada momento do longa de tal maneira que nem todas as cenas da salsicha Frank nos remeterá a ele como um bom protagonista, que com a voz do próprio Seth Rogen acaba fluindo por diversas nuances que vão agradar quem estiver mais despojado com o linguajar chulo, e claro que também irá rodear algumas cenas com algo politicamente correto. A pão Brenda já faz Kristen Wiig oscilar entre o pecado e o pudor, e isso é interessantíssimo de ver, pois com uma personagem com suas formas chega a ser difícil ponderar isso, enquanto que a atriz joga boas nuances na voz para que tudo vá em outro rumo. Agora embora os humanos/deuses sejam vilões por devorar os alimentos, o grande personagem malvado ficou a cargo de uma ducha dublada por Nick Kroll, e o ator colocou um ar tão forte em sua interpretação que por alguns momentos ficamos até assustados com seu estilo, mas no contexto geral da brincadeira é bem interessante sua meta. Outro grande personagem que apareceu só na metade final foi o Chiclete (à lá Stephen Hawking) que divertiu demais com seus pensamentos metafísicos incríveis sendo muito bem trabalhado e incrivelmente colocando pensamentos realistas acabou agradando e dando um frescor maior para a trama que andava pesada. Pretendo rever o longa dublado para ver como ficou a dublagem da trupe do "Porta dos Fundos", e assim que fizer volto para falar se as piadas funcionaram melhor no estilo original (que embora tenham legendado quase tudo da forma mais sem pudores possíveis) ou se na dublagem que prometeram ir a fundo no contexto (embora tenham baixado a classificação indicativa de 18 para 16 anos no Brasil).
Enfim, um filme com um bom mote e que foi muito bem desenvolvido por toda a equipe para que a diversão não se limitasse aos personagens, mas sim à toda história. Como o supermercado é bem grande e mesmo tendo a sacada do desfecho na última cena, é possível que façam uma continuação, pois dá para trabalhar muito ainda com outros personagens, então veremos como vai ser o rendimento das bilheterias se a putaria completa do final vai estragar ou não a ideia de muitos. E por ser algo bem bacana, quem tiver idade, vá conferir nos cinemas, pois a diversão é garantida para quem tiver uma mente aberta. Fico por aqui hoje, mas volto em breve com outros textos, então abraços e até lá pessoal.
2 comentários:
Coelho, não gostei desse aí.
Sinceramente, achei bem ruinzinho.
Olá amigo, é um filme feito pra quem gosta de palavrões e obscenidades, pois esses vão rir do começo ao fil, mas o restante vai até se irritar com tudo! Abraços!
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