Fogem dos dedos as palavras para falar de "Inferno", pois é um filme tão bom, cheio de grandes mistérios, correria para todo lado em perseguições complexas, que qualquer coisa que seja falado será pequeno perto do tamanho maior que é a produção toda, de tal forma que se "O Código Da Vinci" iniciou lá trás uma trama perfeita de códigos e símbolos misteriosos para Langdon desvendar, em "Anjos e Demônios" ele teve seu ápice com um longa cheio de situações digamos fortes, e aqui ele vem com um pouco de tudo em algo bem mais crível e próximo da realidade que vivemos, pois existem muitos malucos espalhados por aí e armas químicas certamente estão sendo feitas a todo momento, ou seja, aqueles mais paranoicos é capaz de sair bem preocupado com o que nos é mostrado na ficção, e isso é um fator que mostra o quão sagaz está a escrita de Dan Brown e segura está a mão de Ron Howard para fazer outro longa no mesmo nível que seus anteriores e perfeito de acompanhar do começo ao fim. Ou seja, vá correndo ver, depois reveja muitas vezes e vamos ficar na torcida para não ser apenas um anúncio falso de que o terceiro livro da saga tenha sido liberado para as filmagens, pois como disse ao acabar o longa ainda na sala, tínhamos de ter um filme desse estilo por ano pelo menos para valer a pena o cinema mesmo!
O longa nos mostra que Robert Langdon, professor de Simbologia de Harvard, é levado para um mundo angustiante centrado em uma das obras literárias mais misteriosas da história: "O Inferno", de Dante Alighieri. Em uma corrida contra o tempo, Langdon encara um inimigo assustador e enfrenta um enigma genial que o leva para uma clássica paisagem de arte, passagens secretas e ciência futurística. Tendo o poema de Dante como pano de fundo, o professor precisa encontrar respostas e escolher em quem confiar, antes que o mundo que conhecemos acabe de uma vez por todas.
Em uma das cenas do filme vemos a personagem Sienna descobrindo rapidamente um enigma que demoraram 3 dias para lhe ser preparado, e isso é algo que certamente passa na cabeça de diversos diretores, que passam dias, meses e até anos preparando todo o misterioso mundo do cinema, para que em poucas horas todos vejam e descubram o simbolismo da história, e se Ron Howard se apaixonou tanto pelas histórias de Robert Langdon é fato que irá brigar com toda certeza pela terceira história (que acabou sendo pulada devido aos problemas com os maiores financiadores do cinema americano), "O Símbolo Perdido", pois o trabalho que ele tem feito com os livros de Dan Brown é algo digno de se apaixonar, colocando simbolismos em tudo, escolhendo perfeitamente as locações, e claro trabalhando magistralmente com Tom Hanks para que o personagem vá evoluindo tanto no estilo quanto nos moldes investigativos que nos proporcionam a ver na telona. Como disse no começo, essa é a história de Brown que mais fica perto de uma realidade, pois nos demais livros/filmes as ideias de coisas sobre-humanas e envolvimentos religiosos podem parecer balela demais para um público mais cético, enquanto aqui a ideia de armas químicas para evitar a superpopulação que o mundo anda seguindo é algo que pode ser bem discutido, e que mesmo sendo apenas a base do longa, as diversas cenas que o antagonista aparece distribuindo suas ideias vão deixar certamente muitos intrigados após a sessão. Mas mais certo do que qualquer intriga, é o fato que Howard usou de toda sua habilidade para segurar a ótima trama que David Koepp adaptou com a dinâmica certa, a trilha certa e muitos ângulos pelas locações corretas, fazendo com que a respiração se prenda na primeira cena e somente após subir os créditos que vamos poder respirar novamente aliviados de toda a tensão criada maravilhosamente para entreter o público nas duas horas de projeção.
Uma boa história só fica memorável com boas atuações, e aqui o elenco não decepciona em momento algum, a começar claro com Tom Hanks, que foi evoluindo seu Robert Langdon de tal forma que não conseguimos sequer imaginar outro ator no lugar dele, e dessa forma, seus trejeitos, seus olhares, e até mesmo a boa dinâmica de ir desvendando os mistérios nos remetem desde o mais singelo momento de sua jornada que começou lá trás em "O Código da Vinci" e que certamente não irá parar aqui, pois assim como necessitamos de mais filmes com esse estilo, o ator também demonstra uma certa paixão pelo personagem, e como bem sabemos com paixão pelo personagem não tem como dar errado a interpretação. Ben Foster aparece até mais do que imaginava no filme com seu Bertrand Zobrist, pois com a cena inicial já sendo fechada, qualquer um imaginaria que seu legado ficaria sem muitas aparições, mas como o filme é todo costurado com as ideias do vilão, a todo momento ele vem com alguma nova sacada e o ator se mostra completo e bem adequado para o semblante que o filme desejava, de um homem rico, bonito e maluco, e ele fez de tudo um pouco para mostrar essas suas vertentes. Felicity Jones despontou a pouco tempo, mas vem provando a cada dia que é merecedora dos papeis que estão lhe entregando, e aqui sua médica Sienna é quase um Langdon versão feminina, com uma sagacidade para desvendar os enigmas que chega a impressionar, e claro que sem pestanejar agarrou a chance de trabalhar trejeitos que o diretor tanto gosta para marcar ponto nos olhares certeiros de suas cenas mais fortes. Outro grande ator que de cara já sabemos que vai dar trabalho é Omar Sy, que incrivelmente teve várias reviravoltas na trama com seu Christoph Bruder e sem faltar com a empolgação mostrou que pode agradar em todos os estilos de filmes que quiserem lhe colocar. Irrfan Khan apareceu só na segunda metade do filme com seu misterioso Sims, e mostrou que sua personalidade e trejeitos fortes combinam bem para personagens que muitos vão chamar de nomes inapropriados para escrever aqui, mas que não vão desapontar o diretor quando deseja que algo seja resolvido de uma forma incomum, e sua entrada deu um tom bem diferente e bacana para a trama. E por fim, mas não menos importante, temos Sidse Babett Knudsen como a Dra.Elizabeth, que além de trabalhar com clareza na sua investigação, acabou tendo uma personificação bem mais especial para o protagonista nas cenas de fechamento, pois acabamos conhecendo um pouco mais dela, e a atriz foi bem coerente em ambos os momentos para que nada ficasse jogado em cena, e com isso acabou acertando bastante. Se tivesse de mencionar dois atores que não agradaram tanto, posso dizer de Ana Ularu que acabou forçando demais na personalidade de sua Vayentha e Cesare Cremonini como Ignazio Busoni, pois apenas apareceu em duas cenas rapidamente citadas e sequer mostraram o que aconteceu com ele, o que soa até como um pequeno deslize do roteiro, ou quem sabe uma continuação não baseada nos livros de Dan Brown.
Já de praxe do mundo de Dan Brown, a equipe de arte teve de trabalhar com grande afinco em colocar detalhes aonde quer que pudesse simbolizar, e claro que com isso não poderiam deixar de lado diversos museus e igrejas da Itália, passando por Florença e Veneza, e também indo até Istambul na Turquia para a cena final, ou seja, um filme com locações emblemáticas e que certamente vão ser vistas por outros olhos quando turistas forem e quiserem conhecer as passagens secretas e detalhes de cada lugar mostrado. Com pequenos elementos cênicos marcantes, como o apontador laser, a máscara e até mesmo a maquiagem do protagonista, o filme se desenrola mais nos diálogos e na cenografia geral da trama, o que por si só já não é algo pequeno dentro da grandiosa produção, e assim sendo, cada detalhe passa a contar mais história do que tudo. A fotografia clássica de Salvatore Totino volta com a mesma qualidade que fez nos outros 2 filmes da saga e o que mais se destacou foi o fato de agora que se acostumou com as câmeras Imax, certamente não voltará tão cedo para as câmeras simples, pois o contraste de cores e sombras para filmes densos é algo impressionante que ele conseguiu transmitir. Portanto quem puder ver nas salas Imax, veja, pois o ambiente maior do chão até o teto ajuda a dar uma grandiosidade a mais para o longa, e como foi filmado com a tecnologia o resultado agrada bastante.
Mais uma vez o gênio das trilhas sonoras Hans Zimmer não decepciona, fazendo algo que poucas vezes acaba funcionando e que muitos outros compositores gostam de trabalhar, que é manter o mesmo tom simbólico dos demais longas e dar uma nova roupagem, então se você estiver com o ouvido bem atento, irá ouvir praticamente as mesmas canções dos outros dois filmes, agora numa levada mais intrigante, o que pode até parecer novas canções, mas certamente vai lhe remeter a cada momento dos outros filmes, e que juntos formam um grande trabalho, ou seja, genial novamente.
Bem meus amigos, é isso o que tinha de falar desse novo longa, que volto a frisar, é daquelas obras que merecem ser vistas e revistas diversas vezes, pois certamente a cada nova olhada iremos ver um novo detalhe, e mais do que isso o filme tem um peso apropriado para agradar e trazer novas nuances. Como disse espero que nem o autor, nem o diretor nos abandone com as histórias de Langdon, pois assim como Sherlock Holmes ficou imortal com seus diversos mistérios, certamente Robert Langdon também merece ter muitas outras histórias complexas para desvendar. Fico por aqui hoje, mas volto em breve com as outras duas estreias da semana, e claro que irei rever esse maravilhoso filme e volto aqui para falar mais algo que tenha esquecido de dizer. Então abraços e até breve pessoal.
PS: O filme possui defeitos sim, mas nenhum deles me incomodou ao ponto de ter de tirar nota do longa, então como já fazia um bom tempo que não dava nota máxima para um filme, eis que aqui está o novo membro do seleto hall de notas máximas do Coelho.
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