É incrível como o cinema pode nos pregar peças, pois ao olhar a lista de estreias jurava que não iria me afeiçoar tanto ao filme "O Bebê de Bridget Jones", pois pelos trailers aparentava ser simples demais, e sequer lembrava bem dos outros dois longas anteriores, afinal fazem 15 anos desde o lançamento do primeiro filme e 12 anos do segundo, então quem falar que lembra perfeitamente de algum detalhe, ou reviu por esses dias ou está inventando. Pois bem, eis que fui conferir o longa sem nenhuma pretensão, e posso dizer sem dúvida alguma que o longa britânico é uma das melhores comédias românticas do ano, e com toda certeza o melhor da série, pois mesmo colocando todas as dúvidas e problemas de Jones em pauta, a trama flui de uma maneira tão gostosa e divertida, recheando cada momento com muita doçura e carisma nas mais malucas das situações possíveis, que a sala do cinema riu do início ao fim, se emocionou em diversos momentos com delicadezas e momentos bem envolventes e só não foi melhor (e será o motivo de não dar nota máxima para a trama) por não nos situar melhor das situações que aconteceram no passado, pois mesmo Bridget nos contando diversos momentos de sua vida, poucas vezes ela nos conecta com situações anteriores, e somos praticamente obrigados a lembrar quem é quem meio que na marra, o que não é algo fácil, principalmente para quem vê muitos filmes por semana. Não digo que é um filme que seja completamente obrigatório ver os anteriores para se divertir com o que é passado, pois felizmente ele funciona bem sozinho, mas garanto que quem tiver um tempinho para ver os outros dois e ir sabendo bem quem é quem além de Bridget e Mark, com toda certeza irá aproveitar ainda mais do ótimo filme que conseguiram fazer.
Cercada de amigos e pronta para ser feliz para sempre, Bridget Jones segue confiante já que sua vida está dando sinais de melhora: agora ela é produtora do noticiário em que trabalhava e se orgulha por ter uma boa relação com seu ex-namorado, o advogado Mark Darcy (Colin Firth). Quando tudo parece estar as mil maravilhas, ela descobre que, aos 40 anos de idade, está esperando seu primeiro filho. A pergunta que não quer calar é: quem será o pai do bebê?
Um dos maiores acertos dos produtores da continuação, que já vinha sendo discutida há vários anos, foi irem atrás da diretora Sharon Maguire, que após fazer "O Diário de Bridget Jones" em 2001, apenas teve mais uma produção em 2008 e sumiu do mapa dos cinemas, pois voltar à sua origem fez com que a trama seguisse uma linha do mesmo nível e ainda mantivesse o frescor das boas comédias britânicas de antigamente, pois certamente um diretor mais atual faria um bom filme, porém acabaria deixando ele mais pesado ou menos divertido, o que não daria o mesmo sucesso que certamente o longa terá. A história em si foi feita com um misto de diversas ideias, e certamente você irá falar que já viu todas as situações exibidas em algum outro filme, pois podemos considerar o longa original somente dentro das perspectivas atrapalhadas da mente confusa de nossa amada protagonista, pois cada situação separadamente foi colocada pensando o que de bom já haviam visto no cinema nesses muitos anos. E fazer isso é ruim? Lógico que não, pois se souberem amarrar bem o conteúdo e ainda dar toda uma simbologia usando cada ato o resultado acaba agradando demais e o filme flui da mesma maneira, ou seja, o filme passa longe de ser algo criativo, aonde vamos ver novas nuances, mas que dentro do contexto acabam funcionando tão bem que tudo soa novo e divertido, que é o que mais importa. E sendo assim, o filme nem parece ter mais de 2 horas, pois passa tão rápido com a diversão que proporciona, que a sala inteira vai rindo e o filme acaba num piscar de olhos, ou seja, a diretora acertou em cheio no ritmo, colocou novos e velhos personagens de uma maneira bem encaixada, com atores se dando bem no conceito de química entre eles, e principalmente, deixou uma leve ponta aberta para caso desejem fazer um quarto filme, veremos!
Já que falei um pouco dos bons momentos que os protagonistas conseguiram trabalhar com sua ótima química, vamos falar um pouco deles, pois não com o mesmo tempo de sumiço da diretora, Renée Zellweger ficou 6 anos longe das telonas, e voltou bem diferente tanto do que víamos na personalidade corporal de Bridget, afinal dessa vez não lhe exigiram que engordasse como ocorreu nos outros filmes, mas sim aos 47 anos reais (no longa é 43) muito bem com seu corpo e até bem bonita para a idade (claro que muitas sessões em clínicas ajudaram), e ao voltar a incorporar a personagem, a atriz soube dosar suas paranoias com bons momentos divertidos e sem apelar para expressões duras ela conseguiu manter todo o carisma que a personagem cativou há 15 anos. Completamente ao contrário do estilo descontraído da protagonista vem Colin Firth com seu ar britânico gigantescamente sério que com um charme incrível consegue fazer de suas cenas algo tão cheio de classe, mesmo no meio de um grupo de manifestantes feministas rebeldes, que beira a perfeição de seu Mark, claro que esse estilo é próprio do personagem, mas como o ator tem feito diversos longas nesse estilo, ele já vem pronto para envolver sendo assim, mas teve bons momentos divertidos também para agradar a todos, pois se em 2001 já era galanteador com seus 41 anos, agora com 55 veio pronto para humilhar. Patrick Dempsey também foi bem colocado na trama, e deu uma personalidade bem certeira para seu Jack, criando uma boa dinâmica para suas cenas e chamando atenção para um lado mais romantizado (que na sua primeira cena na casa de Bridget vai fazer muita mulher sair flutuando pela sala do cinema), ou seja, um ator que também já veio bem preparado pela alta experiência e caiu como uma luva para os momentos que precisavam dele (outra boa cena para conferir é a da aula de yoga). Sarah Solemani também foi icônica com os momentos de sua Miranda, criando uma comicidade digamos mais forçada, mas ainda assim deu um ótimo tom para sua jornalista atrapalhada claro pela maluquice da produtora, mas que juntas acabam arrasando demais. Tivemos muitos outros bons atores agradando nas suas cenas, como Gemma Jones, Jim Broadbent entre outros, mas temos de dar um pequeno destaque para a participação de Ed Sheeran fazendo ele mesmo que soou tão simples, mas de um encaixe incrível dentro da trama.
Como toda boa comédia britânica, a trama se desenrola em diversas locações que fluem desde o tradicional, como bares simplistas (no caso aqui uma pequena pizzaria), passando claro pelo bom estúdio de TV, que vem tentando se renovar, mas é sempre de praxe igual em todos os filmes, festas de casamento/batizados e afins sempre com elementos bem clássicos, hospitais/clínicas aonde tudo pode acontecer com os médicos sempre bem conectados com os protagonistas, casas simples cheias de detalhes para que possamos ligar aos demais filmes e claro aqui temos algo novo, como um festival de música bem estilo Woodstock cheio de lama, sexo e rock 'n roll (ou seria baladas românticas, afinal Ed Sheeran passa longe de rock!), ou seja, diversos ambientes para que a equipe recheasse de bons elementos cênicos e nos conduzisse com a dinâmica incrível de cada momento, para que o filme não ficasse acelerado aonde não víssemos nada, mas também não ficasse parado mostrando detalhes para nós, mas que sem dúvida quem for olhar para qualquer detalhe vai ver algo que vai remeter a algo e vai agradar certamente. Como estamos falando de uma boa comédia romântica, a equipe de fotografia nos entupiu de tons coloridos por toda a parte, e mesmo sem sair do estilo mais tradicionalista de Londres, procurou dar nuances gostosas para que cada cena fosse focada e bem imposta e divertida, ou seja, uma iluminação clara e cheia de detalhes sem que sair da naturalidade casual.
Já falei tanto da dinâmica do longa que chega a ser repetitivo dizer o quão boa foi a escolha musical para que o ritmo fosse lá no alto e envolvesse cada momento, mas melhor do que palavras é claro que vou deixar aqui o link para ouvirem todas as canções do filme.
Enfim, um excelente filme que recomendo demais para todos que gostem de uma boa comédia romântica, que claro vai ter seus momentos mais melosos, mas sem prejudicar de forma alguma a diversão que é garantida desde a primeira cena até a final, ou seja, quem gosta de rir tem de conferir a trama sem pensar, e claro que quem sempre foi fã dos outros filmes vai gostar até mais de voltar a ver o estilo nas telonas. Portanto fica aqui minha recomendação, e eu volto em breve com mais textos das estreias que apareceram pelo interior, então abraços e até logo pessoal.
4 comentários:
Bom D+.
Foi muito legal o filme, fiquei surpreso por ele ter 2h, pq não senti isso no cinema. É um filme tão fluído e divertido... e pra quem viu os 2 primeiros há tanto tempo, ainda dá uma dose de nostalgia nas cenas de flashback (que reforçam o laço emocional e nos faz reprovar veementemente uma demora de 12 anos para o terceiro filme). E se forem capazes de manter um nível tão digno, deveriam fazer um quarto, com toda certeza!
Consigo ver um bom filme mostrando as gafes de Bridget como mãe e o contraste na relação de cada um com o filho.
Perfeito comentário meu amigo... chega a dar raiva mesmo essa demora que tiveram... e um quarto filme mostrando a relação com o bebê vai ser bem legal de ver! Abraços!!
Filme maravilhoso, doce e leve. Realmente triste terem demorado tanto para continuar essa série.
Olá amigo... realmente o pessoal as vezes enrola para lançar continuações, mas quando fazem bem feito nem reclamamos da espera!! Abraços!
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