Se o pessoal de Hollywood anda meio sem criatividade, e andam criando refilmagens de clássicos, porque as empresas de brinquedos também não podem voltar com os clássicos das antigas? Certamente essa foi uma das questões que os produtores de "Trolls" chegaram para a companhia desenvolvedora com a ideia criativa de um longa infantil bem colorido, que busca mostrar que a felicidade está dentro de todos nós, basta apenas encontrá-la, e claro falando que por ser um longa infantil, poderiam voltar com os bonequinhos cabeludos criados em 1958 e que fizeram um certo sucesso na época. Com toda certeza os produtores fizeram isso, pois o filme é gostoso, passa uma boa mensagem, é colorido ao extremo para agradar todo tipo de criança, tendo desde personagens bobinhos até aqueles com mais referências, mas é um filme simples que não vai comover nem empolgar ninguém para ver ele diversas vezes, ou seja, os produtores com certeza fizeram pensando num sucesso maior fora das telas do que com uma preocupação mais aflorada no roteiro para prender o espectador ali na sala. Ao menos tiveram um bom cuidado para que as canções se conectassem bem com a trama, e principalmente, exigiram das empresas dubladoras que colocassem seus dubladores para cantar também as canções nos idiomas locais, ou seja, prepare-se para conhecer muitas novas versões de clássicos que ouvíamos nos anos 90.
O longa nos mostra que Poppy é a líder dos Trolls e é conhecida por ser insanamente feliz. Todos do vilarejo onde vivem estão com medo com a chegada do gigante faminto Berguen, que sequestra vários Trolls. Agora, Poppy tem de unir forças com o irritadinho Tronco para conseguir salvar seus amigos.
Assim como a sinopse é bem simples, o longa também não tem nenhuma firula que seja difícil de uma criança de 2 anos entender, inclusive com uma boa parte inteiramente explicativa logo de cara para sabermos quem são os trolls e quem são os berguen, e a ideologia que para os berguen serem felizes necessitam comer um troll. Como o conceito abstrato de felicidade é um dos mais fáceis e interessantes de mensurar, o longa fica nessa brincadeira do começo ao fim, e de uma maneira bem leve acaba divertindo bastante com as diversas sacadas que foram trabalhadas. Claro que os diretores foram bem objetivos com o que desejavam atingir e dessa maneira o filme não destoa e nem cria muitos rumos, o que é estranho de ver, pois como bem sabemos foram criadores de grandes franquias e poderiam trabalhar mais para que o filme tivesse mais perspectivas futuras, e não apenas um filme fechado. Não digo de forma alguma que é algo ruim, pois a diversão é garantida do começo ao fim, mas ficou singelo demais para empolgar.
Agora uma coisa inegável é o carisma dos personagens, pois mesmo o personagem mais cinza e rabugento Tronco consegue cativar e transparecer bons momentos para que o público se conecte a ele, e a personalidade dele foi dinâmica mesmo que não soasse tão feliz como a outra protagonista. E falando em Poppy, chega a ser até exagerado a felicidade que emana, de tal maneira que seu colorido somado à toda a dinâmica que cria na sua caminhada em busca dos amigos passando por vales perigosos, acaba deixando tudo tão bonito que nem aranhas gigantes parecem ser ruins. Os berguens mais jovens do filme, como o rei e a empregada também ficaram bem bacanas de acompanhar e acabam divertindo até mais do que pareceriam, e isso é legal de ver, pois não quiseram abusar de vilões malvados em excesso (mesmo que a todo momento queiram comer os bichinhos coloridos). De certo modo a dublagem nacional dos protagonistas, feita por Hugo Bonemer e Jullie, foi bem coerente e gostosa de ouvir, mas com toda certeza a vontade de ouvir Anna Kendrick e Justin Timberlake, principalmente nos momentos musicais é algo que vai bem além.
Já que falei do elo musical, Timberlake também atacou de produtor musical do filme, compondo 3 novas canções e auxiliando na escolha das demais para que todas se encaixassem no longa, como deve ocorrem em filmes musicais, e mesmo praticamente todas sendo dubladas para português e cantadas pelos protagonistas, a temática ficou gostosa de ouvir, embora a todo momento ficássemos pensando qual é a música original pelo toque. Então para que ninguém fique com as mesmas dúvidas que acabei tendo durante a projeção, aqui vai o link com todas elas para serem escutadas originalmente, e claro que vou esperar sair alguma cópia legendada para rever o filme do modo original.
Enfim, é um filme para se divertir e até aprender a lição de moral que tentam passar sobre a felicidade, mas vale bem mais pelo ótimo colorido cenográfico que acabaram montando do que pela história em si. Nem perdi muito tempo falando do 3D, pois ele é algo completamente inutilizado na trama, não sentindo sequer qualquer diferença na projeção (e olha que temos coisas bem coloridas que poderiam ser ressaltadas). Portanto levem as crianças para se divertir no cinema e boa sessão. Fico por aqui agora, mas volto em breve com mais estreias, então abraços e até mais galera.
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