Falar que "Animais Fantásticos e Onde Habitam" é um filme mágico é ficar rodando para falar mais do mesmo, mas me fogem palavras para expressar o quão bom foi poder conferir o retorno do mundo fantástico da magia que tanto nos permeou durante diversos anos, e ainda saberem como fazer para que algo novo nos fosse mostrado com tanta emoção, criatividade e principalmente, com muitos efeitos para que o gostinho de felicidade ficasse ainda mais presente na sessão 3D. Ou seja, pode ser que numa revisão até encontre algum defeito maior dentro da proposta completa, mas são tantos bons personagens, animais realmente fantásticos e lindos/fofos, um roteiro bem trabalhado de emoções e um claro desenvolvimento de começo, meio e fim tradicionais que nem necessitaria outras continuações para tudo o que foi mostrado, mas é tão bom poder ver mais sobre as histórias que acontecerão no mundo bruxo antes de Harry Potter que por enquanto só consigo enxergar como defeito 2018 estar tão longe para vermos o que acontecerá em Paris. Portanto, sendo fã ou não das histórias de Harry Potter, vá para o cinema e embarque nessa aventura, de preferência na maior sala 3D de sua cidade (e se possível numa Imax), que com toda certeza irá gostar muito de toda a emoção que será mostrada na tela.
O longa nos conta que o excêntrico magizoologista Newt Scamander chega à cidade de Nova York levando com muito zelo sua preciosa maleta, um objeto mágico onde ele carrega fantásticos animais do mundo da magia que coletou durante as suas viagens. Em meio a comunidade bruxa norte-americana, que teme muito mais a exposição aos trouxas do que os ingleses, Newt precisará usar todas suas habilidades e conhecimentos para capturar uma variedade de criaturas que acabam fugindo.
Diferentemente do que ocorreu com todos seus outros livros no qual J.K. Rowling apenas entregou a história pronta para que outros roteiristas e produtores adaptassem da forma que desejasse, aqui a escritora fez questão de escrever diretamente para cinema o roteiro, e como já está bem renomada (e com muito dinheiro também) possuiu também os direitos criativos sobre toda a trama, ou seja, quem for fã da saga literária certamente não se desapontará com nada do que será mostrado na telona, pois tudo virá da mente que criou esse universo, e assim sendo é notável logo de cara essa presença mais mágica dentro do contexto do que nos demais filmes que já vimos abordando o assunto. Agora se é permitido colocar um defeito que nem podemos pontuar como gravíssimo, é o fato de que não temos quase que muita apresentação desse novo mundo, e muito menos de cada personagem, como ocorrerá antes, já sendo jogado logo de cara com tudo rolando, ou seja, não que seja algo obrigatório, mas pode ser que quem não for fã da saga, ao ir conferir o longa no cinema fique um pouco desconectado com quem é quem, mas nada que irá importar muito, pois com a desenvoltura completa da trama, tudo o que ocorre acaba sendo bem encaixado e funcional para o momento. Claro que essa boa dinâmica vem do estilo de outro membro da equipe que já conhece bem o universo mágico de Rowling, que é o diretor David Yates, que apenas teve uma leve fuga das histórias mágicas com "A Lenda de Tarzan" nesse ano, após ter filmado os 4 últimos Harry Potter desde 2007, ou seja, já estava completamente a par da situação para que tudo se encaixasse bem e mais do que isso, ainda teve apoio tecnológico nessa época para que tudo fosse melhorado no estilo de uso das câmeras, de tal modo que se antes um efeito tridimensional simples era algo absurdo de se fazer, hoje sua equipe fez com os pés nas costas, e assim sendo o resultado de seu trabalho, tanto pelo ritmo do filme, quanto pelo estilo que escolheu desenvolver a trama foi algo que merece todos os aplausos possíveis.
É claro que um bom filme sem um bom elenco dificilmente acaba agradando a todos, e sem dúvida alguma a escolha aqui foi precisa para que os personagens tivessem todo o carisma impregnado no jeito de atuar e assim acabar se desenvolvendo mais com bons trejeitos e colocações. E quem é um dos grandes nomes dos trejeitos e ainda consegue agradar pela leveza de sua atuação é Eddie Redmayne que incorporou em seu Newt uma personalidade bem clássica e gostosa de ver pela doçura impregnada na sua voz, pelos bons momentos dinâmicos e carismáticos que conseguiu trabalhar e principalmente por não entregar seu ouro de cara, deixando que cada momento fosse único e bem colocado dentro da simplicidade tradicional que costuma demonstrar em todos os longas que atua, agora é esperarmos para ver como irá se sair nos demais filmes, afinal contrato para mais um ele já assinou. Katherine Waterstone também fez de sua Tina uma personagem bem doce de acompanhar e que agrada pela forma leve que acaba agindo nos diversos momentos importantes da trama, porém poderiam ter colocado um pouco mais de sua história para conhecermos seus problemas, pois apenas são lances jogados para o público que estiver mais atento pegar tudo, mas ainda assim a jovem acabou saindo bem na sua interpretação. Agora sem dúvida alguma o grande nome que será lembrado do filme é o de Dan Fogler com seu Kowalski, pois o ator caiu como uma luva para dar toda a comicidade pertinente à trama, e sem atrapalhar os bons momentos mais sérios, o ator soube ser envolvente e bacana de acompanhar, fazendo com que um personagem que tecnicamente seria bem secundário na trama tivesse um destaque tão maior quanto qualquer um dentro do estúdio esperasse. Assim como Fogler, Alison Sudol acabou sendo tão agradável com sua Queenie que o romance secundário na trama trouxe paixão para todos os corações da sessão, fazendo algo tão agradável nesses momentos mais leves, que por bem pouco o público não irá pedir mais da história deles nos longas futuros, e assim sendo a atriz mostrou um bom trabalho. Muito se está esperando de Ezra Miller como o novo Flash, mas enquanto não vemos o jovem ator como um super-herói, aqui ele mostrou novamente que tem potencial para filmes que lhe exijam uma grande expressividade facial e corporal, pois seu Credence logo de cara já mostra a que veio, e dificilmente o público não irá pensar outra coisa dele, e claro que assim sendo o ator não desaponta em momento algum dando literalmente um show de facetas expressivas. Colin Farrel também trabalhou bem na trama toda com seu Graves e com um ar mais robusto, o experiente ator soube dinamizar suas cenas para que fossem fortes e clássicas, de tal maneira que não esconde muito bem seus atos, e com um fechamento incrível para quem deseja esperar mais dos próximos filmes. Carmen Ejogo mostrou pouco de sua personalidade como Presidente Picquery, mas com toda certeza será importante nos demais filmes. E claro para fechar a parte das atuações, muitos estão crucificando a escolha de Johnny Depp para o papel de Grindewald (que pelo que muitos fãs já contaram será o grande vilão dos demais filmes), mas o ator se mostrou tão bem encaixado mesmo que apenas em uma cena, que acredito muito no que acabará fazendo nos demais filmes, e claro que ainda é muito cedo para falar de sua excentricidade dentro da trama, mas acho que caiu muito bem no que foi feito.
Agora sem dúvida alguma o grande feito da trama ficou a cargo da equipe artística que trabalhou muito bem para criar uma Nova York clássica com uma boa cenografia pronta para aplicar os diversos efeitos computacionais com tudo sendo destruído, ótimos elementos cênicos nas casas e locais por onde os personagens acabam passando, e claro que o grande show mágico dentro da maleta do protagonista, aonde passamos por diversos sub-ambientes incríveis e maravilhosos que claro junto com os diversos animais criados com texturas incríveis nos levam a acreditar muito no mundo fantasioso de tal maneira que acabamos nos apaixonando por cada um, desde o mais feio até o mais fofo, e que com uma boa animação gráfica acabou criando ótimos momentos junto dos protagonistas divertindo e encantando na medida certa. A fotografia do longa ficou bem dentro de um tom mais puxado para o marrom, para criar um ar mais retrô e também dar uma certa seriedade nas cenas, sem que tudo ficasse um colorido fantasioso, e claro contrastasse com o brilho de cada ambiente dentro da maleta, mas esse tom foi mais acertado ainda por ser escuro e funcionar como contraste para os efeitos tridimensionais bem coloridos que saem da tela. E já que comecei a falar do 3D, mesmo o longa não tendo sido filmado com a tecnologia, a conversão foi tão boa que pros amantes de objetos saindo da tela, este é o nome da vez, pois temos diversas cenas com os bichos saindo do quadro de uma maneira tão mágica que acabou fazendo com que até os marmanjos mais velhos ficassem tentando pegar as coisas no ar do cinema, e além disso, o filme aparenta uma grande preocupação com camadas, fazendo com que a profundidade de câmera seja precisa tanto nos momentos que coisas saíssem da tela, quanto em cenas com diversos personagens que vemos tudo ocorrendo em vários âmbitos, ou seja, uma precisão incrível da tecnologia que vai agradar a todos, e digo até mais, todos devem ver nas salas 3D maiores de sua cidade.
Outro grande fator para toda a empolgação ficou a cargo da ótima trilha sonora composta para a trama por James Newton Howard, pois a cada passo dos protagonistas, a boa sonoridade da orquestra nos dava o ritmo e a postura de cada momento, fazendo com que o filme fluísse maravilhosamente bem.
Enfim, um filme incrível que marca apenas o começo de uma nova saga de 5 filmes, mas que quem conferir apenas esse poderá se encantar com tudo, mesmo com os pequenos defeitos que citei acima. Ou seja, entre no clima e vá conferir o longa com muita empolgação mesmo se não for fã de ficções fantasiosas, pois a chance de virar fã pelo trabalho mostrado aqui é bem alta. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas ainda tenho alguns longas para conferir durante a semana, então abraços e até breve.
PS: Muitos vão falar que fiquei maluco de dar 10 para um filme que possui defeitos, mas são tão pequenos perto da grande mágica e emoção criada, que no mínimo daria 9,5 para o longa, e como todos bem sabem, não tenho notas quebradas, então como sempre pedimos para nossos professores, vamos arredondar para cima.
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