Sabe aqueles filmes que conseguem tirar todo tipo de emoção de uma pessoa? Pode acrescentar nessa lista "Horizonte Profundo - Desastre no Golfo", ou melhor o nome real da plataforma petrolífera e original do filme "Deepwater Horizon", pois já de cara somos informados que é baseado em um acontecimento real, logo em seguida vemos o romance gostoso da família do protagonista, para na sequência rirmos um pouco das superstições do comandante, e assim que os protagonistas embarcam no helicóptero a emoção já toma conta para irmos direto à um filme bem tenso do começo ao fim, tendo nuances de raiva com as ordens erradas dos chefes (que sempre pensam mais no lucro do que na forma certa de fazer as coisas), e voltamos para mais cenas tensas de roer todas as unhas, para ao final sermos comovidos com a tradicional música melancólica de homenagem que faz o público sair da sala com anseio de emoção tanto feliz quanto triste nos olhares. Ou seja, um filme completo que agrada com muita ação e que não tem como não sair da sessão se perguntando como filmaram tudo aquilo, e pasmem, o cenário praticamente completo foi construído somente para o filme e foi destruído ao final, mostrando um trabalho de produção artística de nível insano!
O longa nos mostra que em 20 de abril de 2010 a plataforma de petróleo Deepwater Horizon, no Golfo do México, explode, matando 11 operários. A corrida contra o tempo começa quando o derramamento de óleo se espalha pelo oceano. A pressa também é por parte de outros operários que precisam encontrar forças para escapar antes do petroleiro afundar.
É interessante observarmos o quão visceral o diretor Peter Berg quis fazer de seu filme, pois poderíamos ter apenas um drama bem feito que mostrasse toda a situação que as pessoas passaram na plataforma, mas não contemplaria bem a ação, e muito menos funcionaria tanto para demonstrar os atos inescrupulosos dos grandes empresários que não pensam duas vezes em perder mais tempo planejando do que ir direto para a ação, e também não colocaria a trama, que possui no contexto geral uma ideia bem simbólica e simples (mas que ocorreu realmente), como um blockbuster empolgante que fizesse o público se prender nas poltronas do começo ao fim (tem sido raro os filmes que o pessoal não fica indo para banheiro e saindo a todo momento da sala), e principalmente sair comovido com toda a situação contada por diversos olhares. Ou seja, o diretor poderia ter feito um drama simples, poderia ter feito um longa completamente computacional que seria falso, mas agradaria também, poderia ter trabalhado de diversos modos, mas escolheu o mais próximo da realidade, encomendando uma plataforma (que aparentemente nem foi para o mar, mas que acabou sendo um dos maiores cenários já construídos no cinema) e botando tudo para ser destruído da melhor forma com os protagonistas e dublês brincando realmente com o fogo em cena, e assim de maluco (afinal que ator aceitaria entrar num set pegando fogo), ele acabou passando para mágico, e com certeza terá o grande reconhecimento que merece pela ótima homenagem que fez à praticamente todos que morreram ou que sofreram diversas escoriações no acontecimento real.
Embora o filme tenha seus protagonistas estrelados, o diretor foi esperto o suficiente em não focar tanto a história neles, para não precisar ficar explicando quem é quem, e muito menos ficar enrolando com cenas melancólicas (embora tenha uma leve colocação no começo para o protagonista maior, e ao final o cunho familiar volta a atacar, afinal o lado psicológico de todos ficaram bem abalados com tudo o que ocorreu). Mark Wahlberg soube dosar bem suas cenas para que seu Mike não chamasse tanta atenção e ainda agradasse bem, e com uma cena bem colocada no começo com a filha mostrando o que é a função do pai, o acerto foi incrível para que tanto o público entendesse o funcionamento de uma plataforma de petróleo do modo mais subjetivo possível (e claro tudo de ruim que pode acontecer) quanto para mostrar o elo familiar bem encontrado que o personagem possui, e com sua boa dinâmica aliada à trejeitos fortes, o ator acabou saindo muito bem em tudo. Kurt Russel também entrou com tudo no filme, fazendo de seu Jimmy um personagem amado e bem colocado na trama, de tal maneira que fica até estranho voltarem para buscar alguém enquanto o mundo está pegando fogo, mas certamente você voltaria para buscar ele, por merecimento, e claro que com uma boa maquiagem, suas cenas fortes ficaram incríveis tanto pelo que fez, quanto pela ação em si. John Malkovich acabou caindo como o grande "vilão" da trama, e logo de cara já não vamos com sua cara, e claro que o ator que já fez tantos bons filmes não ia desapontar em fazer trejeitos pontuais para ser aquele que ninguém quer ver perto na empresa, mas sabemos que seu Vidrine é apenas um dos muitos personagens bons que iremos lembrar dele. As mulheres da trama tiveram uma participação menor, mas não menos importante e tanto Gina Rodriguez com sua Andrea quanto Kate Hudson com sua Felicia fizeram boas expressões e se encaixaram bem nos momentos que precisavam aparecer, e isso não é um desmerecimento, mas sim uma boa colocação de personalidade. Agora se tem alguém que ficou oculto demais na trama foi Dylan O'Brien que muitos estão perguntando se já melhorou da grande pancada que levou em "Maze Runner" para voltar a filmar, e aqui se não foi filmado com dublês, também teria levado uma grande pancada com seu Holloway, mas longe de sua cena principal, o jovem ator quase ficou despercebido tanto pelo visual, quanto pelos poucos diálogos que teve, mas ainda assim saiu-se bem.
Agora sem dúvida alguma o ponto máximo do filme, com toda certeza, ficou a cargo da equipe artística, pois não tem quem não vá elogiar o ótimo trabalho cênico, a começar da enorme plataforma que arrumaram para as filmagens, depois os diversos elementos cênicos, e principalmente depois toda a equipe de efeitos especiais práticos que saiu tacando fogo em tudo, destruindo o cenário, juntando com o pessoal da computação para arremessar peças e muita fuligem para todo lado, fazendo com que o filme tivesse detalhes onde quer que se olhasse, ou seja, um primor único que poucas vezes vimos em um filme dramático. Aliado à boa cenografia, tivemos uma fotografia impressionante, dominada pelo grande mar nas cenas abertas iniciais, e na hora do vamos ver mesmo, deixando o alaranjado dominar sem que nada destoasse e desagradasse, ou seja, um filme marcado e bem colocado pelas boas cenas individuais, mas sem menosprezar o grande lance completo que a direção tanto desejou.
A trilha sonora ficou mais pontuada por músicas melodramáticas, claro para dar um tom mais comovente ao filme, e mesmo nas cenas de mais ação, o tom era meio de impactação lenta, para principalmente dar uma amenizada no ritmo frenético não destoar do tom dramático.
Enfim, um filme que vale muito a pena ser visto e que por acertar em cheio segura na tensão, e como disse no começo conseguiu aflorar diversos sentimentos nas expressões do público, ou seja, um filmaço que vamos lembrar por um bom tempo. Ou seja, vá já para a sala de cinema conferir, pois não irá se arrepender do que verá na telona. Bem é isso, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais algum post das estreias da semana, então abraços e até mais pessoal.
PS: Ao invés de colocar apenas o trailer, dessa vez coloquei um com depoimentos e também mostrando como foram feitas algumas cenas para mostrar a grandiosidade da produção.
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