Um sábio mestre jedi diria que enquanto oportunidades tiver, renda fará. Pois não digo que "Rogue One" é daqueles filmes obrigatórios no Universo Star Wars, mas conta um pedaço que simplesmente ocorreu entre outros filmes e que de certo modo explica de uma maneira mais bacana do que o apenas aceite. Porém para um pedaço que ocorre em cerca de 5 minutos no longa original, aqui necessitou 134 minutos de projeção, das quais quase 100 podemos colocar como enrolação, para que somente no final o bicho realmente pegue e empolgue. Claro que dentro desse contexto alongado temos bons momentos ocorrendo, personagens interessantes e até uma história bem cadenciada, mas só quem realmente for muito fã vai gostar do resultado completo, senão vai acabar cansando no miolo e só não irá reclamar do que viu, pois o final compensa toda a espera. Ou seja, é um filmão que até agrada, mas poderia ser bem menor.
Ainda criança, Jyn Erso foi afastada de seu pai, Galen, devido à exigência do diretor Krennic que ele trabalhasse na construção da arma mais poderosa do Império, a Estrela da Morte. Criada por Saw Gerrera, ela teve que aprender a sobreviver por conta própria ao completar 16 anos. Já adulta, Jyn é resgatada da prisão pela Aliança Rebelde, que deseja ter acesso a uma mensagem enviada por seu pai a Gerrera. Com a promessa de liberdade ao término da missão, ela aceita trabalhar ao lado do capitão Cassian Andor e do robô K-2SO.
Como iniciei o texto, o que posso falar de cara é que produtores são pessoas oportunistas, então já foi falado que está programado sempre um filme Star Wars e um paralelo dele intercalando os anos, ou seja, vão ter de trabalhar bem a criatividade para que não vire apenas um produto aonde tudo aconteça num único pedaço e o restante seja a tão famosa encheção de linguiça. De forma alguma digo que o trabalho que Gareth Edwards nos entregou aqui seja um produto ruim, pois agrada visualmente, possui uma certa modernidade bem encaixada, uma história bem contada, e principalmente uma conexão bem determinada com o primeiro filme, o Episódio IV de 1977, mas trabalhou demais a proposta empulhando conceitos e personagens, para algo que poderia ser bem mais enxuto e agradável, o que certamente empolgaria bem mais e cansaria menos. Claro que assim o longa não seria tão didático como acabou sendo, mas mostraria uma dinâmica mais coerente, ainda que o filme não soasse tão forte. Ou seja, teria várias vertentes de entregar o mesmo resultado final (que são as empolgantes últimas cenas), mas que aí dependeria de diretor para diretor finalizar com seu estilo próprio.
É fato que se o filme não fosse longo o suficiente não poderiam desenvolver tanto os grandes atores que estão na produção, e assim nem todos conseguiriam obter grande destaque, mas como tivemos um alongamento, o resultado das interpretações podemos dizer que foi bem satisfatório de ver. Começando por Felicity Jones, que já disse em outras oportunidades que vem numa crescente de boas interpretações, melhorando cada vez mais os olhares e trejeitos, de tal maneira que sua Jyn começa um pouco insossa, mas vai tomando forma e ao final já nos conectamos bem para estarmos torcendo por ela, ou seja, ela conseguiu fazer com que sua personagem crescesse dentro da trama, o que é algo bem difícil de fazer. Chegamos num ponto da trama que acabamos ficando bem incomodados com o estilo que Diego Luna coloca para seu Cassian, mas conforme ele vai trabalhando a dramaticidade do personagem e desenvolvendo bem a química junto com a protagonista, o resultado vai melhorando e acaba sendo agradável seu fechamento. Forest Whitaker caiu como uma luva para a personalidade estranha que Saw Gerrera exigia, e o ator merecia até mais momentos na trama para desenvolver bem o lado rebelde que o filme tanto fala, pois o ator que é muito bom nesse estilo incorporaria a causa e criaria mais força para alguns momentos fracos da trama, mas ainda assim suas cenas fizeram por valer. Ben Mendelsohn entregou um Krennic bem colocado, mas fraco demais para ser o vilão da trama, tanto que foi necessário colocar Darth Vader na trama, senão acabaríamos com o longa tendo apenas alguém mediano para assustar todos. Dentre os demais personagens, temos de dar destaque para a boa dinâmica divertida que deram para o robô K-2SO dublado por Alan Tudyk, para o bom encaixe que Donnie Yen deu para seu Chirrut sempre falando da Força e lutando como nunca mesmo sendo cego, e até mesmo para algumas cenas de Riz Ahmed com seu Bodhi, que soou divertido e interessante.
Quanto ao visual da trama, sem dúvida alguma vamos ver cada ano um filme melhor que o outro no conceito desenvolvido da tecnologia, pois cada vez mais a profundidade de espaço vai ser melhorada com o uso do 3D, novas naves irão cruzar para todos os lados, e claro sempre nas conversões tentarão colocar elementos saindo da tela para termos boas perspectivas, mas o grande trunfo desse novo longa foi a passagem por diversos planetas/luas para mostrar vegetações, climas e ambientes diferenciados, e com isso personagens também característicos desses locais (claro que tudo inventado das mentes mais malucas do planeta - o nosso no caso) que foram resultado de um trabalho minucioso da equipe artística, o qual faz valer mais ainda assistir ao filme, pois como disse no conceito de história tudo é muito alongado, e quando temos filmes dessa forma, o melhor que se faz é preencher com boas cenografias. A fotografia optou por diversos ângulos para realçar os efeitos, e principalmente brincou muito com diversos tons, seja para realçar a atmosfera de cada lugar, ou para criar tensão em algumas cenas, e o resultado é bem interessante de ver.
Mesmo sendo o primeiro longa da série que John Williams não compõe a trilha sonora, podemos dizer que o trabalho de Michael Giacchino honrou tudo o que já foi feito colocando claro as trilhas clássicas, e misturando alguns ritmos e riffs para que soasse levemente novo, o que acaba agradando e segurando o ritmo da trama.
Enfim, não posso falar que foi o melhor da saga, pois passou bem longe disso, mas que será bacana de ver mais para frente na ordem completa I, II, III, 3,5(no caso esse), IV, V, VI, VII, VIII, IX, e claro colocando os outros do meio que teremos, pois aí sim quem sabe ficaremos interessados no contexto completo, e o resultado seja outro. Mas por enquanto recomendo claro ele mais pela produção do que pela história em si, afinal ficou bem mediano como falei durante quase 100 minutos, para depois no final empolgar com muita classe e dinâmica. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos das estreias que apareceram por aqui, então abraços e até mais.
PS: Fiquei na dúvida de 7 a 8 coelhos, daria talvez um 7,5, mas como não quebro coelhos na metade, e a pontuação tá mais para baixo, arredondei 7.
2 comentários:
Não encontrei o comentário sobre o 3D, que vc geralmente faz. Abc
Olá Erica... realmente pulei essa parte, ou seja, não deve ter tido nada que pudesse me chamar a atenção em 3D!
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