Muitos podem odiar longas musicais, mas quem é fã desse estilo sempre vai se apaixonar, cantar e vivenciar cada cena de uma nova produção do gênero. E quando se mistura animações com um bom teor, música e animais, o que pode acontecer? A felicidade completa! Digo isso de "Sing - Quem Canta Seus Males Espanta", por dois motivos, o primeiro seria que mesmo mudando a produtora, a o longa certamente poderia ser um adendo dentro de "Zootopia", mas como estamos falando de outro tipo de design é fato que não podemos comparar eles, e o segundo é que sendo um grande fã de realities musicais, um longa animado que envolvesse um concurso do estilo certamente me agradaria demais, porém faltou um pouco mais do ar concursal, e ficou mais de lado o âmbito de superação motivacional, e isso foi bem agradável de ver. Enfim, é um filme bem encaixado, que possui uma seleção de músicas perfeita, mas que poderia ser infinitamente melhor, mas ainda assim vai divertir muito com toda personalidade de cada protagonista da trama.
O longa nos mostra que um empolgado coala chamado Buster decide criar uma competição de canto para aumentar os rendimentos de seu antigo teatro. A disputa movimenta o mundo animal e promove a revelação de diversos talentos da cidade, todos de olho nos 15 minutos de fama e US$ 100 mil dólares de prêmio.
A história de superações que os diretores mostraram na trama foram bem encaixadas e claro mostram suas superações pessoais também, afinal após passarem muito tempo nos setores de animação de diversos grandes filmes, Christophe Loudet e Garth Jennings chegaram à direção de um longa que vai certamente brigar por muitos prêmios. E claro que o ponto mais negativo da trama é a falta de grandes texturas nas modelagens para sentirmos mais os personagens, mas a personalidade de cada um vai nos conquistando, e junto com pequenos personagens jogados na trama o resultado de momentos subjetivos acabam ganhando força e impactando num resultado bem mais positivo do que negativo, o que leva o público a ser conquistado pelo ótimo carisma e claro pelas boas músicas escolhidas, que claro irei deixar o link para todos ouvirem.
Falando um pouco mais sobre os personagens e claro suas dublagens (visto que vieram mais cópias dubladas e as legendadas em horários inapropriados para a maioria), temos de pontuar que mesmo funcionando como um líder, o coala Buster apenas entra como um conector e vai desenvolvendo bem seus trejeitos atrapalhados e claro de um líder falido que pode talvez crescer à custa de outros, acredito que Mathew McConaughey tenha saído melhor que Marcelo Garcia, mas é apenas uma opinião que soou calmo demais para tudo o que ocorre. A porquinha Rosita foi uma grande surpresa, primeiro por mostrar que mães costumam conseguir fazer mil coisas ao mesmo tempo (e geralmente não são valorizadas pelo que fazem), além de ser muito boa com engenhocas, e claro dar um show ao final, e segundo por Mariana Ximenes não incorporar tanto sua voz dando uma personalidade própria para a personagem, o que certamente Reese Witherspoon fez no original. Uma surpresa boa também no conceito de voz nacional ficou a cargo da roqueira Ash, que dublada por Wanessa Camargo sequer notamos a voz da cantora, e mesmo na única música que foi dublada o resultado foi excelente, pois ficou interessante e criativo dentro da boa perspectiva, mas certamente gostaria de ver o que Scarlett Johansson fez no longa. Agora talvez o ponto mais negativo e que mereceria uma maior atenção foi quanto a elefante Meena, pois a voz de Sandy ficou muito gritante, afinal o Brasil inteiro conhece ela, e a timidez gostosa da personagem merecia alguém menos conhecida para ter uma dinâmica melhor, o que foi uma pena, irei conferir o que fizeram com Tori Kelly no original. Outro que emprestou bem a voz sem transparecer foi Fiuk para seu Johnny, afinal o gorila é um dos protagonistas com maior quantidade de cenas, e se abusasse sairia algo estranho, e até que a voz caiu bem para o personagem, e talvez até melhor do que a voz mais crua de Taron Egerton no original. Agora quanto a carisma máximo certamente o destaque são para os coadjuvantes, com os filhotes porquinhos de Rosita, e os cãezinhos chineses cantando k-pop, que garantem boas risadas.
O longa em si possui um conceito visual bem interessante, com muitas cores, e assim como uma boa competição musical, diversos personagens e claro músicas, que poderiam ter escolhido diversos outros personagens para se desenvolver e "competir" musicalmente e mostrar suas personalidades com um tempo maior, mas foram seletivos e colocaram boas escolhas na trama final. A cidade em si foi bem mostrada e a criação teatral foi incrível de ver desde o início com a ópera, fechando bem com o conceito de construção/alicerce familiar, incumbindo aí as famílias de cada personagem seja da porquinha, do macaco ou da elefante, e assim o resultado visual acabou mixando bem com a trama que o roteiro desenvolveu. Agora poderiam ter explorado mais o 3D do longa com nuances melhores e até elementos saindo da tela, pois ficou a cargo somente para as lulas luminosas que deram profundidade em algumas cenas, e mais nada, deixando bem a desejar com a tecnologia, então como costumo falar, leve as crianças, mas podem ir nas sessões mais baratas 2D tranquilamente que não irão perder nada.
Enfim, é um filme que vale a pena mais pelas mensagens que cada participante passa e pela ótima seleção musical, mas que talvez se tivessem trabalhado mais no conceito de competição musical mesmo agradaria e chamaria mais atenção. Ainda assim recomendo bastante o resultado da animação. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com a outra estreia da próxima semana, então abraços e até breve.
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