O longa nos mostra que por meio de uma tecnologia revolucionária que destrava suas memórias genéticas, Callum Lynch experimenta as aventuras de seu ancestral, Aguilar, na Espanha do século XV. Callum descobre que é descendente de uma misteriosa sociedade secreta, os Assassinos, e acumula conhecimentos e habilidades incríveis para enfrentar a organização opressiva e poderosa dos Templários nos dias de hoje.
Analisando a trama apenas como um filme, pois volto a frisar que nunca joguei, nem li os livros para poder ser mais preciso na história da trama fora dos 115 minutos de projeção, o que posso dizer é que o maior problema do longa foi querer dizer tudo e mais um pouco em pouco tempo. Daí vocês diriam: "você não falou que o miolo é enrolado e dá sono demais?", sim, mas aí é que está o problema, pois tentaram apresentar (muito mal por sinal) diversos personagens, que terminamos o filme sem saber quem são, ou o que fizeram para estar ali, temos cenas rápidas acontecendo ao mesmo tempo que outras lentas demais fazendo conexão de duas épocas ao mesmo tempo sem desenvolver nenhuma com profundidade, e principalmente, ficaram com medo da possibilidade de não poder fazer uma continuação e quiseram dar o desfecho mais completo dentro do mesmo tempo de apresentações. Ou seja, o diretor Justin Kurzel ("Macbeth") pegou tudo o que jogaram num roteiro escrito por diversos roteiristas, que se basearam em muitos jogos da franquia, e saiu atirando a esmo criando uma perspectiva interessante, que até passa uma boa sintonia, e coloca tudo de uma vez para tentar agradar o maior número de pessoas, mas infelizmente acaba não conseguindo nada além de um bom filme de ação para curtir pelas boas cenas de luta, pois a sensação que temos ao sair da sessão é a de "o que realmente vi no filme?", "teve isso?", "teve aquilo?", "quem é aquele lá?", ou seja, apenas dúvidas jogadas sem muitas explicações, que talvez os fãs do jogo até saibam dizer melhor, mas para os leigos, a tentativa de agradar falhou e muito.
O filme em si vale pela boa atuação de Michael Fassbender, que trabalhou bem tanto seu Callum Lynch como alguém incrédulo de onde está e disposto a manter seu estilo rebelde e crítico, quanto seu Aguilar com muita dinâmica nas cenas de ação (claro que aqui representado pelo seu dublê de corpo), e com olhares bem colocadas, muito sincronismo cênico e estilo nas tomadas de diversos ângulos, o ator convence no papel, só precisaria de mais tempo para desenvolver melhor ambos os personagens, e talvez seria melhor focar em apenas um lado, mas isso seria um trabalho da equipe de roteiro, e não dele. Marion Cottilard funciona bem mais em filmes dramáticos do que em longas de ação, e isso não é por culpa sua, mas sim pelo estilo que lhe pedem, tanto que sua Sofia fica sempre inexpressiva falando isso, aquilo, aquele outro, mas somente na cena marcante final, aonde pode mostrar todo seu lado dramático ela conseguiu acertar a personagem, talvez se tivermos um segundo filme e colocarem ela como uma vilã, o acerto será bem pontuado, mas aqui, o mais correto de falar era que estava perdida em cena. Chega a ser engraçado perguntar se Jeremy Irons esteve na produção, pois na maioria das cenas aparece atrás de um vidro, ou colocado parado fazendo discursos com seu Rikkin, de tal maneira que parece que filmaram o longa todo, e depois apenas chamaram ele numa sala verde e filmaram suas cenas, pois o ator nem se esforçou para expressar sentimentos ou impacto nas suas cenas, e até mesmo sua cena final soou emblemática demais com interpretação de menos. Dos demais, bem... é melhor não tentar falar mais nada, mas devo dar um mero destaque para os trejeitos interessantes de Javier Gutiérrez com seu Tomas.
Agora se tem algo que mereça ser aplaudido de pé é o conceito visual da produção, pois realmente somos imersos no jogo, com um visual incrível tanto nas cenas dentro da Abstergo nos anos atuais, quanto na Espanha do Século XV, aonde cada momento foi recriado com minúcias tão bem colocadas que realmente sentimos presentes nas cenas de ação com muita dinâmica de lutas e pulos. E essa imersão que tanto falo se deu pela boa tecnologia de conversão para 3D, pois é notável o trabalho da equipe para que cada cena funcionasse na tecnologia, não usando nenhuma cor contrastante para opor os ângulos, e determinando cada momento como pontual para que o filme ali se encaixasse bem. Ou seja, o filme colocou pouca história para que deixassem os movimentos mais funcionais e a imersão funcionasse quase que como um jogo numa tela maior.
Enfim, um filme que está longe de ser perfeito, mas também está longe de ser ruim, e que acaba soando bacana como uma sessão pipoca bem agradável pelas boas cenas de ação. Que poderia ser um filme completamente diferente, e que agradaria muito mais, isso é inegável, mas nem sempre dá para acertar tudo. Sendo assim, só recomendo se você gosta do jogo, ou gosta de filmes sem muita história para acompanhar, pois senão o resultado vai ser um pouco decepcionante. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais estreias, então abraços e até amanhã.
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