Quem lê meus textos geralmente vê nas críticas das animações a seguinte frase: "é bonito, mas faltou canções para relembrar o estilo clássico da Disney de antigamente", não necessariamente escrita dessa forma, e eis que venho dar as boas novas, com "Moana - Um Mar de Aventuras", a Disney voltou a ser Disney, tendo simbolismos nos personagens, misticismo dentro de algo bem coerente, muitas cores, e principalmente com uma grande quantidade de músicas bem dubladas (e que ao escutar depois a versão original durante os créditos, vemos que ficaram bonitinhas em português também, não dando vontade de querer ver o original - isso é raro!!!), e o melhor, sem precisar refazer qualquer história, sendo bem originais e apontando temas completamente atuais, como revolta da natureza, mulheres empoderadas (que não querem ser princesas), e mesmo colocando tudo isso em pauta, ainda funciona bem tanto para as crianças pequenas quanto para os adultos, ou seja, pacote completo para conferir e se divertir nos cinemas!! Só faltou um detalhe para ser perfeito, um 3D mais funcional, ou abandonar completamente a ideia, o que seria melhor, pois o filme possui artes computacionais e também muita coisa desenhada a mão, e ficaria bem mais bonito sem uso de óculos!
O longa conta a história de uma adolescente polinésia de 16 anos, que se aventura pelo Oceano Pacífico para desvendar o mistério que envolve seus ancestrais. Durante esta grande aventura, ela encontra o “espirituoso” e poderoso semideus Maui e, juntos, eles embarcam em uma viagem cheia de ação, enfrentando criaturas inusitadas, algumas até ferozes, e muita diversão.
Quando os diretores que fizeram "Pequena Sereia" e "Aladin" voltam a atacar o resultado esperado não poderia ser menos que algo primoroso, principalmente depois de "A Princesa e o Sapo" que foi bem simples. E assim sendo, John Musker e Ron Clements acabaram trabalhando tantas técnicas e detalhes em seu novo filme, que chega a ser impressionante cada objeto que aparece, cada carisma inserido nos personagens e além disso ao trabalhar bem texturas a trama ganha um sentido maior em peso visual, pois mesmo nunca tendo viajado para as Ilhas da Polinésia, sabemos de outros filmes e jornais que o misticismo é predominante naquela região, que acreditam demais nos elos da natureza e nos planos do oceano, ou seja, foi feito muito estudo para que o filme não soasse apenas uma ficção jogada. Além disso trabalharam bem o teor atual de mulheres fortes que fazem tudo sozinhas e não necessitam de um homem para salvá-las, colocando em pauta o tema sem soar forçado e nem exagerando para que fosse um filme pró-feminismo, o que é bacana de ver vindo de um longa da Disney. Talvez para não dizer que tudo ficou perfeito no contexto da história, poderia pontuar que faltou o momento vamos chorar e se emocionar com algo, pois o filme em si trabalhou bem o conceito de diversão, emoção e aventura, mas não pontuou aquele momento de tirar o lenço do bolso que praticamente todas as animações do estúdio possui.
Quanto dos personagens, a modelagem agradou bastante no conceito visual da trama, pois com muitas tatuagens em movimento, o personagem Maui tem até mais vida do que acaba demonstrando na forma física, e usando diversos trejeitos e danças locais, o personagem soa ao mesmo tempo divertido e interessante para um misto de herói com vilão, pois se formos levar na ponta da letra contada no início seu personagem não foi alguém muito confiável, e em diversos momentos até podemos ter leves dúvidas se realmente ajudará a protagonista em sua missão, mas tirando esse detalhe de sua integridade, a concepção artística do personagem embora não tenha agradado tanto os locais, por aparentar um pouco acima do peso, o resultado corporal com suas transmutações em animais acabam sendo bem colocadas e bastante divertidas, e Saulo Vasconcelos conseguiu cantar bem e trabalhar a dublagem nacional, uma vez que por não termos cópias legendadas não veremos Dwayne "The Rock" Johnson cantando "You're Welcome", ficando apenas com "De Nada" por aqui. Moana é daqueles personagens que sempre procuramos explorar mais, torcemos para que consiga seus objetivos, e claro que desde pequenina esbanja fofura e determinação no que deseja fazer, com a mudança de vértice na primeira canção que tentam mudar seu estilo, ficamos meio receosos de que a jovem caísse para um lado não tão gostoso de ver, mas felizmente a equipe deu apenas leves nuances no ponto mais morno da personagem, talvez um pouco mais de curiosidade agradasse um pouco mais, mas mesmo sem isso a jovem caiu muito bem para o grupo de "princesas" Disney, mesmo não querendo ser uma, a dublagem de Any Gabrielly foi bem colocada, mas certamente a grande seleção na Polinésia foi merecida para Auli'i Cravalho que com 14 anos fez sua primeira dublagem. Dos demais personagens, os destaques positivos claro que ficam para a vó doida da protagonista, que funcionou muito bem dentro do contexto místico que a trama pedia, e o caranguejo muito louco Tamatoa, que segundo os diretores teve inspiração em David Bowie, mas o grande feito dele ficou para a cena pós-créditos em que temos referência à outro filme dos diretores, e vale ser vista. E de destaque negativo temos de pontuar o pai da protagonista, pelo elo super-protetor que chega a incomodar e ficar exagerado.
Outro grande destaque da trama fica a cargo da grande quantidade de cores que a equipe de arte empregou, praticamente repetindo pouquíssimas vezes os tons, trabalhando cada cena como se fosse única, e isso deu um charme incrível na trama, porém mesmo tendo sido filmado em 3D, os efeitos foram bem simples e pouco se sente no conceito de imersão (salvo a cena da águia voando), e poderiam ter trabalhado mais com elementos dentro da água, ou com o vilão arremessando suas bolas de fogo em direção ao público, e sendo assim recomendo o longa na versão 2D, pois o óculos acaba sempre escurecendo as cenas, e como um bom filme cheio de cores, vale mais conferir isso do que esperar grandes efeitos.
Como todo bom clássico da Disney, as músicas irão ficar impregnadas em sua mente durante umas boas horas, e você se verá cantarolando "De Nada" sem perceber, além claro de outras boas introduções da Polinésia que se encaixaram com as demais canções, ou seja, um filme muito sonoro e gostoso de acompanhar, mostrando que a Disney ainda sabe agradar nesse estilo.
Enfim, um filme para toda a família, que agrada bastante, e que com poucos defeitos não irá incomodar quem for ao cinema para se divertir sozinho ou levando a garotada para uma boa sessão. Por não ter tantos personagens que prendam a atenção dos mais pequenos, é capaz que fiquem um pouco mais dispersos nas cenas de história, mas nada que vá fazer quererem sair da sala. E sendo assim recomendo bastante o longa para todos. Bem é isso pessoal, esse foi apenas o primeiro filme desse ano, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até amanhã.
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