Juro que vou me esforçar para falar algo de um filme que não poderia nem considerar como longa-metragem, pois se tirarmos trailers, créditos de abertura, créditos de encerramento e tudo mais de enrolação que colocaram não deve chegar nem perto do tamanho mínimo exigido, e além disso, "Os Penetras 2 - Quem Dá Mais?" poderia ser considerado mais facilmente como um episódio pós-cena do primeiro filme, já que praticamente nada demais acontece, e para piorar é classificado como comédia, e faz rir mais ou menos (pra não falar que foi um mero esboço de sorriso) nas cenas que já apareceram no trailer, ou seja, triste ver uma sala de cinema com um filme de comédia passando e não termos risadas (para pelo menos rir daquele tiozão que ri com uma voz tosca). E sendo assim, tentarei explicar um pouco mais nas próximas linhas argumentando algo que já falo em claro e alto bom som: FUJA dessa bomba, pois tem muitos filmes melhores passando nas salas do cinema!
O longa mostra que um bom golpista não perdoa nem o melhor amigo. No início da história, encontramos Beto desolado por ter sido enganado por Marco. Internado em uma clínica psiquiátrica, Beto é surpreendido por uma notícia que muda os rumos de sua vida e de seus parceiros Laura e Nelson. Em seguida, os três conhecem Santiago, um milionário sedutor, e Oleg, um mafioso russo. De golpe em golpe, eles vivem uma das maiores confusões de suas vidas.
Se em 2012 fui só elogios para o primeiro filme, eis que cinco anos depois conseguiram me deixar ao mesmo tempo nervoso com o que vi e inconformado de ver algo que não posso julgar como um filme. Claro que um dos grandes motivos disso é a facilidade de encontrar culpados, pois na época os humoristas do filme já eram razoavelmente famosos, mas não tanto como são hoje, e agora o que era engraçado antes precisa ser forçado para parecer engraçado. Ou seja, Andrucha Waddington até tentou colocar a loucura de Sterblitch como ponto interessante, mas foi na sexualidade que tentou fazer graça, e acabou apelando demais para fazer rir na única cena realmente engraçada da trama (a qual já está no trailer). É fato também que a sede de lucro é algo que atrapalha muito uma produção, e se em 2012 conseguiram mais de 4,5 milhões de espectadores, imaginariam que apelando novamente e fazendo um filme "rápido" voltariam a desfrutar do mesmo resultado, e posso estar bem errado, mas aqui a ideia não vai convencer que o público veja mais que uma vez, o que aconteceu da outra vez, pois a graça não existiu, assim como faltou história para poderem desenvolver mais a trama, já que no primeiro filme a ideia era ser penetra em festas de luxo e lucrar com isso, agora a ideia é só lucrar não sendo penetra de nada (até tem uma cena assim, mas nem dá pra considerar), ou seja, perderam a essência, e o resultado foi triste.
Que Marcelo Adnet e Eduardo Sterblitch são dois caras que forçam o riso todos sabemos, e chega a ser interessante ver eles fazendo semblantes bem montados para chamar atenção no filme a todo momento, de tal maneira que os demais personagens quase somem. E já que começamos a falar dos protagonistas Sterblitch fez tantos trejeitos na trama, que sua ingenuidade bacana misturada com a loucura do seu personagem Beto parecem fazer parte do humorista, e a cada cena sua ele vai incorporando mais e exagerando mais até o ponto de não aguentarmos mais ver suas falas, mas por mais incrível que pareça, ele reverte tudo e consegue largar ainda aberto o filme, o que não é legal de se pensar num terceiro longa da série. Embora Adnet funcione aqui mais como um conselheiro espiritual para o protagonista, ele chega a incomodar trabalhando seu tradicional sorriso forçado, de tal forma que seu Marco até poderia ser um personagem muito interessante se o ator não forçasse tanto a barra. Mariana Ximenes definitivamente resolveu morar nos cinemas, e claro sempre opta por trabalhar uma sensualidade bem encaixada nas suas personagens, e embora sua Laura tenha bem menos participação nessa continuação, a atriz até mostrou bem seus ares de malandra e poderia até agradar mais se tivesse mais cenas. Stepan Nercessian é um ator múltiplo e sempre consegue transformar as cenas de seu Nelson, só é uma pena assim como Mariana ser usado tão pouco em cena, e quando usado forçado para agradar, pois o ator certamente teria potencial para agradar. Já disse inúmeras vezes que é difícil gostar de qualquer papel de Danton Mello, e aqui ainda não foi dessa vez que seu Santiago conseguiu chamar atenção, até caiu bem com o começo charmoso, as boas cenas na mansão, mas depois foi só destoando e exagerando em trejeitos, até começar a desaparecer para que os protagonistas dominassem a tela. O ator russo Mikhail Bonnikov foi divertido de ver pela diversão que deu para seu Oleg, de tal forma que acabou entrando tanto no clima da trama que parecia nem mais estar atuando nas últimas cenas, e acabou saindo melhor do que a encomenda, porém a galera que não curte um filme legendado irá reclamar demais pois o filme ficou quase 60% legendado devido o ator estar bastante em cena.
Felizmente com o tanto que o filme anterior arrecadou, e mais as diversas parcerias entre produtoras, e claro aquela velha arrecadada de fundos de leis de incentivo, a equipe de arte teve bastante dinheiro para arrumar cenas em mansões imensas, ilhas bem montadas, cenas em helicópteros e até mesmo uma casa de leilão bem chique, ou seja, um trabalho que se fosse melhor usado para representar os momentos e menos usado apenas de pano de fundo, ajudaria e muito o longa a ganhar uma qualidade melhor, pois foi algo ao menos bonito de se ver. Sobre os tons da fotografia, jogaram cor em tonalidade completa para tudo, sem ter qualquer tipo de nuance diferenciada para mostrar o personagem de Adnet como uma miragem/loucura ou assombração, e isso é um defeito gigante que poderiam ter trabalhado melhor.
Enfim, volto a frisar que não tem como recomendar o longa para ninguém, e a nota só não será menor pelos atores que citei acima terem feito boas cenas e pelo visual da trama que acabou agradando, mas de forma alguma uma continuação merecia ser jogada sem um tema real para propor uma história e acabar sendo apenas um adendo do pior estilo de uma cena pós-crédito que poderia facilmente vir no DVD do primeiro filme. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com a última estreia que apareceu pelo interior, então abraços e até lá.
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