Agora sim podemos falar que a franquia "50 Tons" possui um filme, pois se o primeiro longa só víamos uma história repicada, cheia de defeitos, e que só as fãs do livro entendiam o que estava se passando, agora com um roteiro mais trabalhado (ainda não é algo incrível, mas anos-luz melhor que o primeiro) e com uma direção mais convincente, "Cinquenta Tons Mais Escuros" consegue passar bem uma história "romântica" bem montada e interessante de acompanhar. Claro que temos defeitos impagáveis (como uma chuva que só cai em meia rua, um acidente aéreo sem nenhum arranhão nos dois tripulantes, alguns efeitos computacionais de nível duvidoso), mas a trama soa bem gostosa e agradável de tal maneira que nem parece ser uma continuação (claro que precisamos saber o que aconteceu no primeiro filme para entender, mas a fluidez foi bem trabalhada sem precisar ficar repetindo frases e flashbacks). Além claro de os dois protagonistas (que agora estão ganhando 4x mais do que o primeiro filme) estarem com uma química incrível, criando bons momentos e mostrando que estudaram um pouco mais para atuar bem, afinal como bem sabemos antes ele era mais modelo do que ator. Ou seja, vai fazer muita bilheteria, e deixar as fãs bem felizes com o que verão em tela, pois a trama não abusa, nem força a amizade.
A sinopse nos conta que o namoro de Anastasia com o empresário Christian Grey ficou abalado. Ele domina os pensamentos da jovem e propõe um novo acordo. Anastasia não resiste e aceita. Em pouco tempo, ela descobre mais sobre o passado de Christian e surpreende-se novamente. Enquanto ele tenta livrar-se dos seus demônios interiores, Anastasia deve tomar a decisão mais importante de sua vida.
O trabalho técnico que o diretor James Foley("A Estranha Perfeita", "House Of Cards") acabou fazendo em cima do roteiro criado por Niall Leonard, marido da escritora E.L.James, foi algo que digamos bem elaborado dentro de um conceito que não ficasse explícito e/ou vulgar, mas ainda mantivesse a essência do estilo de paixão ardente que há entre os personagens, e claro entre discussões, sexo, história, mais sexo, romance, sexo e conflitos, o longa acabou permeando bons momentos durante toda a exibição. Claro que como disse no começo, faltou um apreço maior no desenvolvimento e no cuidado para que algumas cenas não soassem tão falsas, cinematograficamente falando, pois sabemos que tudo é falso no cinema, mas temos de ter um cuidado para que passe a maior realidade possível, e aqui faltou um trabalho melhor nas cenas de chuva, nas cenas com o helicóptero pegando fogo, e claro também nas expressões dos diálogos, que precisam mostrar mais a dinâmica real que aconteceria. Tudo isso que falo são detalhes técnicos, e isso é algo que muitos nem vão reparar, pois como temos um filme "novelesco" que as pessoas mais suspiram pelo galã e pelo romance criado, todos acabam esquecendo de observar atuações e história realmente, mas é algo que se tivessem trabalhado só um pouquinho mais, o resultado acabaria ainda sendo romantizado, envolvente, e claro, também incrível para quem não está buscando apenas uma novela no cinema. Ou seja, o longa não é ruim como história e passa bem tudo o que acontece nas cenas, mas poderiam ter trabalhado melhor.
No conceito da atuação volto a bater na tecla que tanto falei no primeiro filme, que Jamie Dornan não é ator, mas é um modelo sarado e bonito que as fãs ficam babando, então foi uma opção no primeiro filme e que não teria como mudar com o andar da carruagem, então o jeito foi treinarem melhor ele, e também dirigir melhor, e dessa maneira seu Christian Grey melhorou, ficando menos artificial e com o passar das gravações adquiriu uma química bem interessante com a protagonista, e usando menos de cenas que exigissem muita interpretação dele, o acerto foi bem bacana, claro que ainda está longe de ser um trabalho de atuação primoroso, mas dentro da proposta que desejavam, já foi bem mais agradável de ver o que fez. Dakota Johnson também foi mais expressiva em suas cenas, tendo uma dinâmica mais interessante e trabalhando para que sua Anastasia fosse alguém por quem o cara quisesse buscar como o filme tanto mostra, e fazendo menos caras e bocas do que fez no primeiro longa, a atriz acabou sendo convincente e acertando mais. Eric Johnson teve alguns momentos pontuais com seu Jack, e aparentemente vai causar no próximo filme, claro que é visto no filme que muito de suas cenas foram eliminadas, e que no livro certamente acontecem muito mais coisas entre ele e Ana, mas como temos um filme para desenvolver outras coisas, acabou-se usando pouco do ator, e sua aparição no final acaba sendo apenas mais uma jogada. Mesmo aparecendo entre quatro a cinco vezes no longa, acabamos nem reconhecendo Kim Basinger com sua Elena, não pela personagem ser ruim, pois até trabalhou bem a expressividade e encaixou bem suas cenas, mas pela atriz estar tão diferente da mulherona que conhecíamos que chega a ser estranho ver seu nome nos créditos e a pessoa não estar ali, sei que a idade chega para todo mundo, mas o botox ali saiu exagerado demais. Dentre os demais, a maioria faz rápidas aparições e não chega a chamar muita atenção, afinal o que o povo quer ver é a relação Grey/Anastasia, então temos algumas figurações de luxo que até se destacam mais, como Marcia Gay Harden como Grace Grey e Rita Ora com sua Mia Grey.
Dessa vez usaram um pouco menos o quarto vermelho, e assim puderam economizar com elementos cênicos, mesmo estando presente lá com alguns objetos mais ardentes, e com isso é claro que tiveram que ser mais requintados com outras locações, no caso um baile de máscaras refinadíssimo de elementos cênicos, um barco bem trabalhado, e até mesmo novamente a casa dos pais de Grey agora mais decorada para uma festa de aniversário, o apartamento de ambos os protagonistas com muito requinte, uma editora que ficou meia jogada em cena e poderia ser melhor trabalhada, e claro riquíssimos carros emprestados de graça para a produção (conforme consta nos créditos). O helicóptero melhor deixarmos de lado, pois foi a grande gafe do filme, aparentando ser uma computação muito mal feita, e na cena que pega fogo então ficou algo que nem em novela ruim fazem tão mal, além claro da cena seguinte em que o protagonista volta apenas sujo para casa, sem um arranhão sequer!!! Claro que assim como no primeiro filme, quem leu o livro verá diversos detalhes cênicos, mas como não li, não vou ficar pontuando nenhum. Dentro da fotografia tivemos cenas bem trabalhadas com tons sérios para manter a dinâmica tensa da trama, e usando certas sutilezas o filme acabou tendo um ar romantizado bacana de ver, mas nada que possa classificar o longa como um romance.
Agora algo que temos realmente de tirar o chapéu para a equipe ficou a cargo das escolhas musicais, com ótimas versões de músicas bem encaixadas com cada cena, que fluÍram bem a trama ajudando a dar ritmo, e principalmente conectando cada momento com o andar da direção, não deixando que o longa ficasse morno demais. E claro que com músicas tão boas não ia deixar meus amigos leitores em o link para escutar todas as canções do longa.
Enfim, ainda está longe de ser um filme perfeito, ao menos como cinema apenas, para as fãs todas estão saindo apaixonadas da sessão, então acredito que fizeram uma boa adaptação do livro para a telona. Talvez se errarem menos no último filme (com base no último livro lançado, pois já estão falando num quarto livro/filme) e tudo fluir bem, o acerto pode ser melhor, mas como disse, fiquei feliz com o resultado final, e até posso recomendar a trama para todos. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos das estreias da semana que apareceram por aqui (bem poucas), então abraços e até mais.
PS: Se tivesse notas quebradas poderia dar 7,5 para o longa, mas como ainda precisam acertar mais erros do que acertos, vamos para baixo.
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