Ação desenfreada, muitas lutas coreografadas, tiros para todo lado e sangue sem censura... se você esperava ver outra coisa que não fosse isso em "John Wick - Um Novo Dia Para Matar" nem precisa ir para os cinemas, agora se você gosta desse estilo, corra para a sala mais próxima que a diversão será na medida perfeita. O longa não sai muito do que vimos no primeiro longa de 2014, e com isso não teremos muitas novidades, mas com muita ação e lutas bem interessantes, acabamos curtindo mais pela alta vibração que a trama nos traz do que por uma história que crie perspectivas para querermos saber mais, porém mesmo colocando uma boa continuação do que foi mostrado lá trás, acabaram não desenvolvendo tanto a nova situação, e com isso o resultado ficou um pouco aquém do que poderia ser. Não digo que é ruim, muito pelo contrário, é um filmaço de ação, mas poderiam ter criado uma história melhor que tudo agradaria bem mais e ansiaríamos mais ainda pelo terceiro longa que deixaram preparado.
A sinopse nos conta que após recuperar seu carro, John Wick acredita que enfim poderá se aposentar. Entretanto, a reaparição de Santino D'Antonio atrapalha seus planos. Dono de uma promissória em nome de Wick, por ele usada para deixar o posto de assassino profissional da Alta Cúpula, Santino cobra a dívida existente e insiste para que ele mate sua própria irmã, Gianna.
Como bem sabemos, e já disse no texto do primeiro filme, que você pode ler aqui, o diretor não é um diretor realmente de formação, Chad Stahelski, sendo mais conhecido como dublê de Keanu Reeves em "Matrix", e diretor de dublês em diversos outros filmes de ação, ou seja, pra ele uma cena aonde o dublê faz um voo perfeito, luta com a coreografia bem encaixada e faz todos os seus movimentos com precisão são melhores do que uma boa cena dialogada, ou seja, o mesmo que fez no primeiro filme e que agora manteve o sucesso, afinal com 20 milhões gastos no primeiro filme fez 78 apenas nos cinemas, e mais de 37 em home-video, ou seja, lucro total, e o resultado de muita ação no novo filme não vai ficar atrás, pois todos irão ao cinema conferir boas cenas de carro, muitos tiros e lutas (perfeitamente coreografadas - aliás a cena da escada é tão coreografada que chega a ser risível) que fazem valer o ingresso, afinal um bom filme de ação tem de conter todos esses elementos, e são muito melhores vistos numa telona do que em uma telinha. Portanto, vá sem muita pretensão, já sabendo que o roteiro que Derek Kolstad fez para o primeiro filme, foi entregue novamente da mesma forma, e que com certeza a diversão vai ser completa, ou quase, afinal o roteirista já vendeu os direitos para que o longa vire uma série, então não sabemos se haverá um terceiro filme (como é deixado subentendido na última cena), ou se só veremos John Wick na telinha agora.
O conceito de um filme de ação nunca foi tão explícito com um personagem como feito por Ruby Rose nesse longa, afinal pra que falar num longa aonde o que vale é a luta corporal, os tiros e sangue pra todo lado? Então sendo assim sua personagem que chama Ares (não ouvi chamarem nada no longa, mas como nos créditos está assim vamos aceitar) não diz nada, apenas faz alguns gestuais aonde temos legendas em tamanho gigante bem coloridas, impactantes e interessantes que falam por si, e ela vai pra luta como deve, afinal para atriz a luta também tem sido grande já que em 47 dias do ano já apareceu em 3 filmes, ou seja, tá com o cofre bem movimentado, e claro que ela não decepciona no que faz. E claro que usando da mesma didática, nosso protagonista também não desaponta, afinal ele é Keanu Reeves, aquele que luta demais e que colabora com seus dublês (nas cenas mais pesadas, afinal gosta também de fazer um pouco sozinho) e que com John Wick acertou o estilo de fazer caronas sérias bem encaixadas para tudo o que vier pela frente, mas talvez pudessem ter dado um pouco mais de diálogos para ele que saberia dosar e fazer bem junto com tudo o que fez, afinal nas cenas de negociação de ternos, armas, mapas e tudo mais deu um show. Riccardo Scamarcio fez tão bem seu Santino que chegamos a torcer para que sua morte seja clássica, pois o ator usou além de bons trejeitos, uma dinâmica incrivelmente possessiva que agrada demais de ser vista, ou seja, deu show. Laurence Fishburne também caiu bem como o Rei das Ruas, trabalhando uma gargalhada fenomenal bem encaixada e que valeria até ter trabalhado mais cenas junto com o protagonista, pois é um personagem que daria história para contar. Ian McShane foi clássico com seu Winston e dá mesma forma que trabalhou sem muita ação no primeiro filme, refez aqui seu estilo, e foi acertado como sempre. Common foi bem ágil nas lutas com seu Cassian e claro que falou o mínimo em cena, mostrando ser daqueles atores que sabemos o que esperar dele quando queremos um filme com lutas.
Temos na arte do filme quase um conceito Batman, tudo muito preto, figurinos pretos, armas pretas, carros pretos, cenografia escura, pouca luz, mas todo esse classicismo ficou interessante dentro da proposta, pois contrapôs com o sangue jorrado com os diversos tiros, nas cenas aonde colocaram alguns spots de luz as nuances fluíram bem e claro que com o desenrolar de cada cena, os diversos elementos bem apresentados foram sendo usados agradando pela dinâmica em si, ou seja, um trabalho bem feito, e até melhor do que no primeiro filme nesse conceito. E como disse, com tantas cenas com elementos bem escuros, a direção de fotografia teve de rebolar para que o longa não sumisse, e as cenas aparecessem bem, e fizeram isso com louvor, trabalhando luzes em contraplano sempre bem encaixadas, mesmo em movimento frenético para que tudo saísse perfeitamente condizente com o que desejavam mostrar.
Enfim, é um filme bacana de ver, que poderia ser melhorado num nível que não tem nem como se expressar, mas que entrega o que foi prometido, que é muita ação e que acaba funcionando como diversão do começo ao fim. Quem for conferir esperando se divertir apenas, sem precisar ficar analisando histórias, não irá sair desapontado, mas quem for esperando ver história, pode procurar outro longa, que não é esse o caso aqui. Portanto essa é minha dica de recomendação, apenas pensando no que deseja ver, e assim comprar uma boa pipoca e ver (ou não) esse longa, pois sendo bem melhor que o primeiro filme, mas ainda não trabalhando tanto um mote em si, o resultado acabou sendo bem melhor do que o esperado. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais uma estreia, então abraços e até breve.
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