Mais um! Essa pode ser a definição mais fácil de "O Chamado 3", que tenta nos mostrar basicamente quem foi Samara no passado, e claro prosseguir com sua maldição. Não diria que é um filme original, por aparentemente já termos visto algo muito semelhante nas tramas anteriores, mas com mais história do que sustos, o resultado do filme consegue agradar e ser interessante. A ideia em si é boa, soa absurda (mas qual longa de terror não é assim!!) por virar tema de pesquisa em faculdade, mas conseguiu ir cativando com a busca da garota em torno do mistério da moça do poço. Portanto é um filme que até entretém, assusta em uma única cena que acaba pegando o público desprevenido, e funciona bem como um novo capítulo da história, porém poderia ir muito além com o que é trabalhado no âmbito de pesquisa da faculdade, agora é aguardar aonde pretendem ir com a franquia, pois a chance de termos outro ficou bem colocada no final.
O longa nos mostra que Julia fica preocupada quando seu namorado, Holt, começa a explorar a lenda urbana sobre um vídeo misterioso. Lenda esta que diz que quem assiste morre depois de sete dias. Ela se sacrifica para salvar seu namorado e acaba fazendo uma descoberta terrível: há um "filme dentro do filme" que ninguém nunca viu antes.
É interessante observarmos que ao mudar praticamente a equipe completa dos outros dois filmes, o resultado foi quase um novo filme com a mesma essência já vista, porém o diretor F. Javier Gutierrez optou por trabalhar mais o conceito da história, de buscar realmente a origem da personagem (um pouco diferente do que já vimos anteriormente) e não focar tanto em sustos ou coisas aterrorizadoras vindo da personagem principal. E nessa ideia a trama até que fluiu bem, mas faltou uma pegada mais séria para que o filme causasse sensações, pois tirando uma parte com um cachorro que pega o público no susto, o restante é quase como assistir um filme de romance adolescente na faculdade, com alguns mistérios para serem resolvidos, e nada mais, ou seja, faltou causar o terror que tanto era interessante de ver nos anteriores, e principalmente nos originais japoneses.
Sobre as atuações, Matilda Anna Ingrid Lutz foi uma escolha meio que jogada para o papel de Julia, pois ao sairmos do semblante desesperado que tínhamos com Naomi Watts como protagonista, aqui a personagem foi serena demais fronte à protagonista, sempre dosando as cenas com naturalidade e claro defendendo bem a busca da liberdade para o "monstro", mas isso acaba sendo bem explicado no fim, e não temos o que questionar, porém poderiam ter dado um pouco menos de coragem para a atriz que certamente faria uns olhares mais coerentes para um filme de terror. Alex Roe basicamente é a versão crepúsculo do terror, pois só ficou sem camisa o longa quase inteiro mostrando sua musculatura e palavras romantizadas para com sua amada, tudo bem que ela a salvou da morte, mas poderia ter bem menos cenas desnecessárias de romance no filme. Basicamente, se queríamos um filme com mais história sobre a personagem e mais vivência, deveríamos ter focado somente nas cenas com Vincent D'Onofrio que com seu Burke acabou lembrando até um pouco um excelente filme de terror atuar "O Homem Nas Trevas", pelas cenas de captura no meio do nada com sua bengala, e claro que sua história com a protagonista vai ser contada em breve num prequel muito bem trabalhado, pois ali sim temos boas atuações, já que o ator soube dosar bem sua entonação e dinâmica, e algo para falar mais. Ou então ficasse focado na ideia da "Corrente do Mal" trabalhada por Johnny Galecki com seu Gabriel, todo cheio de mistério, com sua ideia de estudo em cima da lenda de Samara, com olhares bem cadenciados e representatividade para mostrar boas nuances, que aí teríamos um outro filme. E claro que temos de falar da contorcionista Bonnie Morgan que sempre se entortando inteira acaba caindo bem no papel de monstros, bruxas e afins, pois sem isso sua Samara seria apenas um personagem forte, mas se entortando toda para sair da TV acaba sendo assustadora demais.
No contexto visual a trama até ficou interessante dentro das duas propostas que falei que funcionariam bem, que é na sala de pesquisa de Gabriel, com muitos aparatos tecnológicos e diversos jovens trabalhando na ideologia de propagação do teste de morte com a lenda da Samara, e na cidadela de Sacramento com a casa do cego, a igreja abandonada (que sempre a pessoa vai de noite no meio da chuva visitar sozinha, porque é muito legal) e até mesmo a pousada estranha ficou bem colocada na trama, e temos também as cenas de morte na casa da primeira garota que funcionam bem, mas que acaba sendo meio jogada na trama, igual ocorre na abertura no avião. Ou seja, tudo muito clichê e que foi feito pré-moldado para funcionar na trama, não trazendo muita novidade, mas ainda assim as 6 horas de maquiagem da protagonista funcionaram e ficou bem interessante visualmente. Quanto da fotografia, é claro que temos muitas cenas escuras, tudo bem trabalhado para criar sombras sujas e funcionais, mas nada que empolgue muito.
Enfim, é um filme razoável, que vai levar o público fã dos longas anteriores, mas que não vai causar muito terror nas pessoas, fazendo com que todos voltem para suas casas tranquilamente sem nem um arrepio de tensão. Portanto vá ao cinema tranquilamente, quem for fã claro da franquia, pois é diversão certa, mas se você for fã de terror mesmo, e estiver esperando algo a mais, passe bem longe, que a chance de só reclamar é bem alta. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais um post de alguma estreia, então abraços e até lá.
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