É raro vermos documentários nos cinemas do interior, mas quando se trata de uma banda com milhões de fãs espalhados pelo mundo afora, não só foi exibido nos cinemas, como faltou lugar na sala para todos que desejavam ver como a frenética maratona de shows e gravações dos quatro garotos de Liverpool acabou afetando algo que tanto priorizavam (a afinação) e portanto resolveram parar com shows para focar somente em álbuns de estúdio, tendo inclusive nesse período sem shows, seu álbum de maior prestígio mundial, Sgt. Peper.
Chega a ser estranho vermos mais um documentário sobre os Beatles, pois já foram feitos tantos programas de TV´, diversos filmes, e matérias sobre a história dos quatro cantores que quando falaram do documentário, que inclusive está concorrendo ao Grammy, fiquei imaginando que não conseguiriam mostrar muita coisa nova, e por incrível que pareça o diretor Ron Howard conseguiu muito material novo para trabalhar, vindo de fãs, da própria gravadora e até de arquivos dos Beatles ainda vivos, Paul McCartney e Ringo Starr, e claro que também por ser do meio cinematográfico, pegando depoimentos de atores e autores famosos como Whoopi Goldberg, Sigourney Weaver, entre outros para falarem como fizeram para ir aos shows em suas juventudes.
E com esse grande feitio de compilação de imagens e entrevistas bem colocadas, o diretor fez questão de mostrar de uma maneira bem simples o principal motivo da banda decidir parar de fazer shows, pois sempre foram ótimos letristas, com músicas perfeitas e bem cantadas em estúdio, mas a gritaria em shows era tão fora do comum (e na época não existia a tecnologia de hoje de retorno nos ouvidos, nem amplificadores que tirassem a barulheira completa do palco) que os músicos acabavam desafinando monstruosamente nos shows, tanto que quem ficar após os créditos verá um dos maiores shows que eles fizeram, que mesmo remasterizado em estúdio, convertido para 4K, ainda o abafamento das vozes não foi possível de consertar e chega a dar dó ver o esforço deles praticamente gritando para que o público ouvisse suas vozes, e não a gritaria das fãs. Em hipótese alguma vamos falar que eram ruins como cantores, pois todos sabemos muito bem o contrário, mas se já é difícil falar numa boate aonde o som está alto e temos quase que gritar para sermos ouvidos, imagina num estádio com 50 mil mulheres berrantes e você não ouvindo seus parceiros tocarem no ritmo certo e ainda cantar para que o público os ouça: não tem como.
Claro que por ser um documentário musical, temos ótimas canções que embalaram muitos jovens, deixaram fãs frenéticas só com o balançar dos cabelos tigelinhas dos cantores e acabam envolvendo bastante o público na sessão, e junto com boas histórias os quase 150 minutos passam tranquilamente sem cansar nem um pouco, ou seja, é daqueles documentários que vemos numa tacada só, mesmo que trabalhe muito da forma jornalística que não é tão gostosa de ver em um cinema. Portanto até recomendo a trama para todos, mas quem não for muito fã da banda é capaz de mesmo vendo algo que é novidade para ele acabar saindo da sessão um pouco desanimado com o formato, mas todo o restante com certeza agradará muito com tudo. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com a última estreia que veio para o interior, então abraços e até breve.
PS: O longa passará ainda neste domingo (05/02) em diversos cinemas, em Ribeirão Preto no UCI Cinemas às 20hs, como está lotando a sessão é recomendável chegar bem antes ou comprar antecipadamente.
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