Como bem sabemos todo início de franquia temos mais apresentações do que ações propriamente ditas, e com o novo "Power Rangers" não ocorre nada diferente, o que é muito bom, pois se alguém disser que lembra como os jovens viraram rangers há 24 anos atrás com detalhes estaria mentindo na cara dura, além de que com certeza deram novos vértices para cada um dos personagens e mesmo cobrindo as diversas "cotas" conseguiu ser interessante e agradar bastante, mantendo bem a essência nas diversas situações que ocorrem do começo até os 20-30 minutos finais, aonde realmente temos muitas lutas e ação pra valer. Ou seja, é um filme bacana que nos remete sim à infância que víamos na hora do almoço antes de ir pra aula ou depois dependendo do turno que estudava, e que com certeza será apenas o começo de uma franquia de sucesso, pois moldaram ela de forma bem colocada para gerar muito mais, agora vai depender da bilheteria para termos ou não os seis filmes que já estão prometendo.
A jornada de cinco adolescentes que devem buscar algo extraordinário quando eles tomam consciência que a sua pequena cidade Angel Grove - e o mundo - estão à beira de sofrer um ataque alienígena. Escolhidos pelo destino, eles irão descobrir que são os únicos que poderão salvar o planeta. Mas para isso, eles devem superar seus problemas pessoais e juntarem suas forças como os Power Rangers, antes que seja tarde demais.
Chega a ser engraçado a forma que o diretor Dean Israelite desenvolveu essa nova versão dos personagens, pois mesmo sendo "adolescentes" na formação original, todos tinham mais responsabilidades e eram mais "adultos" em suas atitudes, e aqui vemos empolgação em alguns jovens, medo do novo e até problemas "infantis" entre eles, o que torna a trama mais jovial e interessante de acompanhar. Claro que talvez isso mude nas continuações, mas a forma que tudo é apresentado aqui acaba soando tão gostoso de acompanhar, que na sala praticamente lotada de adultos (sim, vai ser difícil vermos muitas crianças entrando nessa nova pegada de heróis) todos voltaram 24 anos atrás em seus sofás curtindo as boas lutas e se empolgando junto com os personagens ao descobrirem seus poderes, em algo quase tão parecido com a forma que o "Homem-Aranha" acaba entrando numa vibe divertida ao descobrir tudo o que pode fazer. Ou seja, a base ainda é a mesma de antigamente, mas a pegada ficou bem mais próxima de algo mais atual, agrandando bastante nessa nova esquete que os roteiristas fizeram.
Assim como temos algo novo na telona, temos também atores bem jovens e praticamente desconhecidos do meio cinematográfico para os papeis principais, e isso é bacana, pois conseguem formar os personagens para si, e ir criando (caso haja realmente mais continuações) dinâmica e desenvoltura com a ideia do que o diretor/equipe desejam ver na tela com determinado personagem. Dacre Montgomery deu para Jason/Ranger Vermelho um estilo mais pretensioso para o final, e alguém completamente sem limites no começo, o que é interessante para ir criando a liderança do grupo, e o jovem ator possui uma personalidade (ou ao menos demonstrou) bem nesse estilo, o que é bacana de ver. RJ Cyler colocou tanta energia no seu Billy/Ranger Azul, que se não fosse falado um pouco de seus problemas, diríamos que o ator se empolgou demais com a ideia e acabou ficando feliz demais com tudo o que ocorria que acabaram deixando transparecer essa festa toda dele, e assim sendo é o que mais agrada em teor de vivência com o personagem. Naomi Scott fez uma Kimberly/Ranger Rosa bem interessante de olhares e personalidade, mas soou singela demais mesmo nos momentos mais duros seus, e poderia chamar mais para a sensualidade que agradaria também. Becky G. trouxe para sua Trini/Ranger Amarela a cota de homossexualismo que andam colocando em todos estilos de filmes, seja de heróis/desenhos/fantasia/etc, e não temos nada contra, mas essa imposição de ter de colocar já anda ficando chato, mas felizmente a atriz não apelou para trejeitos, não forçando a barra e até agradando no modo de declarar isso. Ludi Lin até chamou a atenção em algumas cenas com seu Zack/Ranger Preto, mas na maior parte do filme fica tão em segundo plano que chega a soar estranho. Elizabeth Banks possui trejeitos leves, então chega a ser chocante vê-la como a vilã Rita Repulsa, mas como sempre sendo uma excelente atriz chama a dinâmica para si e agrada bem nos closes e incorporações visuais da personagem. Bryan Cranston e Bill Hader são mais vozes do que expressões em si com seu Zordon e Alpha, embora Cranston tenha trabalhado também expressões corporais no início e sua face esteja na parede em diversas cenas, mas faltou um pouco mais de vida para ambos agradarem em cheio, mas nada que num próximo filme não possa ser resolvido. Dos demais, diríamos que é figuração em cima de figuração, e na cena pós-crédito poderiam já ter mostrado quem é o ator escolhido para o novo personagem, sem deixar tanto mistério.
No conceito visual, embora muitos não tenham curtido os novos uniformes, agora mais tecnológicos, o resultado acaba até agradando bastante, e a escolha de uma cidadela bem pacata como Alameda dos Anjos, temos algo bem singelo e interessante de ver. Com muitos elementos cênicos bem colocados, e diversas referências ao seriado espalhados por todo o longa, aqueles que gostam de brincar de achar detalhes em filmes vai fazer a festa, mas quem for apenas ver o filme como conteúdo único também irá gostar bastante do trabalho visual que a equipe de arte entregou de coisas reais, e também dos diversos elementos computadorizados. Um defeito grande e estranho ficou por conta dos bonecos do exército de Rita, que como pedronas ficaram desengonçadas demais para realmente brigar com força contra os heróis, mas de certo modo não atrapalha tanto visualmente. Os zords ficaram bem bacanas, e ao se transformar no megazord o resultado não decepciona de forma alguma. Com muitas cores sendo trabalhadas e incorporadas em cada personagem para determinar suas personalidades, o ar da fotografia foi bem intenso de analisar, e resultou num filme bem de aventura e que agrada bastante. Outro detalhe que poderiam ter usado, foi o recurso de converter ou filmar em 3D, pois o longa possui muitas cenas que funcionariam a tecnologia, com coisas explodindo, muitas cenas de corrida/perseguição em primeiro plano que teria uma boa profundidade e tudo mais, mas foi uma opção ser lançado apenas em 2D, e com isso o público que agradece os ingressos menos caros.
Outro ponto positivo sensacional ficou a cargo da trilha sonora só de canções dos anos 90, que empolgam do começo ao fim, dando ritmo e divertindo na medida certa. E que claro deixo o link aqui para todos curtirem após a sessão.
Enfim, um filme que agrada, diverte e que vale a pena ser visto. Como disse no começo é uma abertura de franquia, então temos muitas apresentações, antes da pancadaria para valer, então quem for esperando algo diferente disso é capaz de se decepcionar um pouco, mas ainda assim vai gostar do resultado final. Portanto, se você viveu sua infância vendo o seriado, ou apenas quer um novo tipo de filme de heróis na telona, vá e ajude a dar bilheteria para termos mais continuações desse que é algo mais juvenil do que um longa adulto para ser levado a sério mesmo. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas volto em breve com a última estreia dessa semana no interior, então abraços e até logo mais.
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