Existem algumas comédias, que logo na primeira cena você já consegue identificar exatamente tudo o que vai rolar, e com "Tinha Que Ser Ele?", a cada nova cena mostrada, a dedução de fechamento dela é facílima (chega a ser interessante que tudo o que é aberto na trama tem de ser fechado, não criando situações crescentes!). Não digo que isso seja algo totalmente ruim, mas poderiam ter apelado mais ou trabalhado as situações divertidas mais vezes para que o longa realmente fosse mais divertido, ou caísse no absurdo completo para impactar como ocorreu em diversas cenas, pois o filme até tem uma proposta bem colocada, mas acabou fluindo de forma jogada, e para piorar não souberam como ligar o miolo ao final, resolvendo da maneira mais brusca e estúpida já feita em um longa, o que não é legal de ver. Ou seja, um filme que até diverte, mas passa longe de ser algo que daria para recomendar logo de cara.
A sinopse nos conta que durante as férias, Ned - um pai superprotetor - e sua família visitam a filha na Universidade de Stanford, onde ele encontra seu maior pesadelo: o bem-intencionado, mas socialmente desajeitado namorado de sua filha, um bilionário do Vale do Silício, Laird. O certinho Ned acha que Laird, que não tem absolutamente nenhum filtro, é um par extremamente inadequado para sua filha. A rivalidade e o nível de pânico de Ned se intensificam quando ele se encontra cada vez mais fora de sintonia no glamoroso centro de alta tecnologia, e descobre que Laird está prestes a pedir sua filha em casamento.
Lendo um pouco das curiosidades da produção, descobri que foram gravados 240 horas de cenas diferentes, deixando os atores bem a vontade para improvisar, e quem já viu produções de longas, ou trabalhou com isso sabe muito bem que o diretor e roteirista John Hamburg foi completamente maluco com isso, pois deveria sim ter mantido a base escrita por ele, Ian Helfer e Jonah Hill, e até ter uma ou outra cena improvisada, mas 240 horas é tempo demais para escolher boas cenas em uma ficção, e principalmente para saber como vai fechar a história (que como disse no início, é o maior problema da trama). Claro que com esse estilo mais solto, e liberando Franco para soltar seus inúmeros palavrões, o filme fluiu completamente maluco e bem divertido em diversos momentos, mas acabou se perdendo no meio da bagunça ficando um pouco fora do rumo clássico que certamente a história original tinha. Não digo que o diretor errou em fazer isso, mas pela pouca experiência em direções, ele acabou arriscando a vida, e errou mais do que acertou, pois talvez em uma série mais longa e maluca sobre a vida do personagem principal até role toda essa desenvoltura, mas para um longa de 90 minutos, nem em sonho.
Dentro das atuações, o fato maior é que vimos diversos atores/cantores que precisavam de uma graninha extra e resolveram cair numa roubada bem séria, a começar por Bryan Cranston que é um ator bem escolhido para dramas, aventuras e tudo que necessite de um personagem bem sério, então colocá-lo como Ned (um pai bem sério) dentro de uma comédia seria loucura completa você deve estar pensando, e lhe respondo com primor, sim foi uma loucura total, pois o ator aparenta estar completamente fora do seu eixo, faz caras e bocas perdidas, e não consegue se desenvolver bem dentro do que o personagem pede, ou seja, qualquer outro ator faria o mínimo que ele fez, ou até melhor, o que é uma pena e que torceremos para que ele esqueça esse papel bem em breve. James Franco precisa voltar a encontrar seu estilo, pois se for pra ficar fazendo só zoações na telona, logo mais deva ser esquecido, e aqui seu Laird é bem bacana, funciona para o ator, mas nada mais é do que reproduções de todos os seus últimos filmes, o que não é legal de ficar vendo. Zoey Deutch até tenta fazer algumas boas cenas com sua Stephanie, mas o máximo que consegue é algumas caras impressionadas e diversas cenas com expressão gritada, o que parece mais um desespero do que uma atuação realmente. Megan Mullally é praticamente a única comediante mesmo da trama, afinal já fez outras séries animadas e tudo mais, mas colocaram ela num papel mais sério, e sua Barb só possui algumas cenas para mostrar sua desenvoltura de comediante, a qual agrada bastante, mas fazer o que, já que essa era a proposta do diretor. Keegan-Michael Key até caiu muito bem dentro do que podemos chamar de atuação de encaixe com seu Gustav, fazendo caras e bocas, e dentro de uma mistura divertida acaba agradando bastante. O jovem Griffin Gluck até se divertiu bastante com seu Scotty, e aparentava estar quase que brincando de atuar dentro do filme, mas não fez nada que pudesse chamar de original, recaindo dentro das piadas forçadas de Franco. Dentre os demais, a maioria é bem figurativa, mas temos de destacar o DJ Steve Aoki tocando numa festa bem insana, e sem dúvida a participação dos integrantes da banda KISS cantando músicas natalinas, ou seja, a grana move montanhas mesmo!
No conceito visual, acabaram tendo um grande trabalho para criar a cenografia da mansão de Laird, pois se fosse uma mansão normal até seria fácil, pois a casa em si é bem bonita, mas ao precisar colocar quadros bizarros, esculturas bizarras e muitas coisas estranhas para aparecer, o resultado já foi bem mais trabalhado, junto com algumas cenas externas bem trabalhadas com animais e muitas dinâmicas que seriam até ousadas num filme mais comum.
Enfim, um filme simples, razoavelmente bem feito, que diverte mais pelo absurdo das cenas do que por boas piadas realmente, mas que dá para perder algumas horinhas assistindo por não apelar, nem abusar do espectador. Porém, como citei acima, possui erros demais, tem um fechamento completamente jogado e não vai lhe fazer rir até cansar, portando fica a dica para ir conferir somente se não tiver nada melhor para fazer. Bem é isso pessoal, fico por aqui já encerrando essa semana cinematográfica bem curta, mas volto na próxima quinta com mais estreias, então abraços e até mais!
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