Comédia boa é aquela que te faz rir sem precisar forçar, apenas usando de uma boa história e de ótimas atuações! Já disse isso não sei quantas vezes, e posso colocar "Despedida Em Grande Estilo" no seleto hall dessas obras que conseguem divertir do começo ao fim, trabalhando bem as situações, e deixando nas mãos dos grandes protagonistas a responsabilidade de colocar diversão com simplicidade e carisma na medida certa, emocionando quando for preciso e criando comicidade até onde não imaginávamos existir. Ou seja, um filme leve, doce, agradável, que para ser perfeito só precisava ter um ritmo melhorzinho, pois chega a ser calmo demais de forma a fazer com que os 93 minutos parecessem bem maiores, mas que com toda certeza não atrapalha em nada a diversão que o longa acaba causando no público.
O filme nos conta que os amigos Willie, Joe e Albert não imaginavam que a vida de aposentado seria tão tediosa. O grande divertimento deles é ver televisão. O trio então busca alguma forma para dar uma agitada na rotina e também nas suas contas, já que suas pensões foram congeladas. Então, a solução encontrada pelo idosos é roubar um banco.
É bacana quando um diretor que é ator também consegue trabalhar tão bem com a velha guarda do cinema, usando as qualidades que eles possuem para incrementar seu próprio filme, e ao ver o trabalho que o diretor Zach Braff (que foi o Dr. John "J.D." Dorian da série "Scrubs" entre os seus personagens mais conhecidos) fez ao entregar seu filme completamente para que o carisma dos protagonistas dominasse e criasse cada nuance, claro que é notável o estilo do diretor também nos ótimos cortes e na forma de contar a história roteirizada pelo ótimo Theodore Melfi ("Estrelas Além do Tempo", "Um Santo Vizinho") se baseando no longa de mesmo nome de 1979 com George Burns, Art Carney e Lee Strasberg nos papeis principais. Ou seja, o diretor foi simples e objetivo, criando um longa aonde os atores determinaram com seus carismas e ótimas interpretações de personagens, situações que sabemos bem que acontecem, mas claro "melhoradas" ficcionalmente para que divertissem sem apelações, e só por isso já vale a pena ser visto, mas com o contexto completo não tem como não se agraciar com tudo o que é mostrado.
Como frisei acima, o que mais importa no longa, além claro da boa história mostrada, é a forma que ela é contada pelos excelentes atores protagonistas que tanto amamos, e nem pensamos na possibilidade de em breve não vermos mais eles nos filmes, pois infelizmente não são imortais como nos longas!! Um fato claro sobre o trio protagonista também é marcante, pois podemos enxergar facilmente todos como nossos avós no estilo que adotaram. Morgan Freeman trabalhou Willie de uma maneira muito gostosa e interessante, pois ao não contar sobre sua doença para os amigos, sabemos que isso vai dar problema, e com seu carisma tradicional desenrola bem tecnologia e estilo para mostrar que ainda tem um bom pique e que com certeza vai nos premiar sempre com bons semblantes nos papeis que fizer. Alan Arkin deu personalidade para seu Albert, criando nuances clássicas dos velhos mais reclamões, mas que estão sempre dispostos para as coisas boas da vida, e que embora não tenha trabalhado tanto um ar mais sagaz, conseguiu finalizar bem cada uma de suas cenas. Michael Caine é o protagonista máximo com seu Joe, e ao ser o mentor do plano consegue chamar mais cenas para si, e também errar um pouco mais, mas só quem for muito crítico irá pegar em seu pé, pois a cada erro de cena, ele nos premia com algo tão bem colocado que acaba agradando demais. John Ortiz faz algumas rápidas participações como Jesus, e claro não teria outra forma se não a de um estrangeiro, e embora isso seja algo tão clichê para os papeis que lhe são entregues, o ator cai como uma luva nos bons momentos e dá um fechamento exemplar para a trama. Matt Dilon até caiu bem como o policial Hamer, mas deixaram ele bobo demais para um investigador, menosprezando um pouco o serviço da polícia e deixando o ator bem como secundário na trama. Christopher Lloyd foi perfeito com seu Milton, agraciando a todos os saudosistas de "De Volta Para o Futuro", e ainda trabalhando uma personalidade única para cada cena sua, e mesmo não sendo protagonista acaba ganhando nossos corações. Dos demais atores, temos de pontuar somente as boas investidas de Ann-Magret como Annie e Josh Pais como o banqueiro exagerado Chuck, pois o restante somente é encaixe de cena.
Quanto do visual, o longa foi bem trabalhado em elementos de assalto, com um banco tradicional, as famosas esquetes de montagem do plano (que ao ser editado em formato de janelas, acabou dando uma ótima dinâmica para o longa, e poderiam ter usado mais esse estilo em outros momentos para dar um gás a mais no filme), um supermercado simples para treinos, um hospital (afinal esse infelizmente é o lugar mais comum para velhinhos), e os ótimos restaurantes populares lotados de velhinhos também, ou seja, um filme simples de elementos, mas bem usados, e claro o elemento máximo que todos sabem muito bem que será usado como prova, e que não vou dizer o spoiler, mas que todos verão logo de cara. No conceito visual, o longa é um pouco escuro demais, talvez por algum filtro ou lente escolhido para dar um tom mais melancólico para a produção, envelhecendo também a ideia da trama, pois até poderiam colocar cores mais vivas para que a dinâmica fosse melhor, mas teríamos um longa completamente diferente.
Enfim, um filme que volto a dizer, muito gostoso de assistir, que sim possui defeitos, clichês e até um ritmo digamos cansativo para uma comédia, pois estamos acostumados com longas mais dinâmicos nesse estilo, que já nos pegam do começo ao fim e nos fazem gargalhar sem parar, mas aqui mesmo tudo indo de uma forma lenta e calma (no melhor estilo dos velhinhos), o resultado acaba sendo o mesmo e agrada bastante. Portanto recomendo o longa tanto para quem gosta de boas comédias, como para quem acredita que dramas com comicidade podem funcionar, pois esse é a melhor forma de classificar o resultado final. Bem é isso pessoal, mais uma vez um super obrigado para o pessoal da Difusora FM 91,3Mhz que proporcionou a todos uma ótima pré-estreia, e esse foi apenas o primeiro longa dessa nova semana, então abraços e até breve com mais textos.
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