É fato que se algo faz sucesso, sempre vem alguém e tenta copiar, refilmar e tudo mais, e claro que dificilmente conseguem fazer algo do mesmo nível e ainda funcionar bem como o original. Digo isso, pois é clara a cópia de "Sexy And The City" (não o filme, mas a série em si) em "Gostosas, Lindas e Sexies", porém sem trabalhar o tom agradável que a série tinha de conter contextos bem colocados e desenvolvidos individualmente e em grupo das moças, aqui o que temos é algo mais novelesco aonde temos os vários ambientes que se encaixam quando necessário, mas que precisam um do outro mais que tudo, não sendo algo bacana de ver, e falhando principalmente onde deveria mais acertar: nas piadas cômicas ácidas para sim desmitificar o mundo plus size, mas que acabaram indo num vértice aberto demais sem empolgar e nem fazer "o social" que o longa poderia alcançar. Ou seja, o filme não é ruim, pois até consegue divertir (principalmente nas cenas da geladeira) com personagens secundários, mas está bem longe de ser algo que valha a pena conferir, pois não alcança nem metade dos objetivos que poderiam mostrar.
A sinopse nos conta que no Rio de Janeiro vivem quatro grandes e inseparáveis amigas: Beatriz, Tânia, Ivone e Marilu. Elas vestem manequim plus size e enfrentam todas as aventuras e desencontros amorosos e profissionais que quatro jovens mulheres podem enfrentar na capital carioca, (quase) sempre de bom humor.
Como um primeiro trabalho de direção, podemos dizer que Ernani Nunes até foi bem pelos bons ângulos escolhidos para filmar, colocando um estilo próprio e bem caricato, além de deixar bem nas mãos das garotas a desenvoltura cênica para que o longa florescesse, mas isso tudo só funciona bem quando temos um roteiro de peso e atrizes de altíssimo nível, pois aí tudo é muito fácil de trabalhar, o que não é o caso do longa aqui, pois não digo que o texto de Vinicius Marques é ruim, mas sim uma cópia fiel de outros longas/séries que já vimos e ainda colocado com muita síntese e pouca decisão, o que acaba deixando o longa preso à situações, sem muita desenvoltura. Ou seja, a escolha mais acertiva de Ernani foi deixar que as garotas fluíssem bem sozinhas e se mostrassem empoderadas, pois assim o longa acabou andando bem gostoso e com boa dinâmica, porém ficou faltando o algo a mais em cada cena para que virasse realmente um filme só coeso e gostoso de ver.
Não posso falar muito dos trabalhos anteriores das atrizes, pois a maioria vive mais em novelas do que em filmes, mas podemos dizer que todas se valorizaram ao máximo nos papeis do longa, demonstrando confiança no jogo de corpo total para que suas personagens ficassem incríveis. A que possui um pouco mais de história, Carolinie Figueiredo trabalhou bem sua Bia, mostrando disposição e colocando trejeitos bem dominados para que cada frase dita soasse como uma verdade partindo dela, seja na redação de uma novela para magras ou em sua casa encarando o namorado e a geladeira, de modo que a atriz além de tudo possui um rosto muito fotográfico que cada cena sua parecia encaixar perfeitamente com o mote do longa e ainda sobressair com desenvoltura, ou seja, talvez o longa pudesse ter até trabalhado mais em cima dela, e não tanto distribuir as demais cenas. Mariana Xavier se mostra completamente diferente dos papeis que fez em "Minha Mãe É Uma Peça 1 e 2" e acaba soando interessante com sua Marilu, que embora caricata e exagerada demais, mesmo que exista realmente mulheres bem assanhadas mundo a fora, aqui sua personagem é fora de qualquer tipo que possamos encaixar, e assim sendo a atriz forçou um pouco demais. Cacau Protásio foi mais singela e trabalhou sua Ivone com jeito, encaixando bem os momentos cômicos e não forçando tanto, mas como apareceu pouco, a atriz não desenvolveu tanto, e olha que teria muito para trabalhar com ela quanto os filhos, quanto aos rolos do salão e quanto ao sequestrador que mais pra frente acaba sendo exatamente o que pensamos sem muitas surpresas. Lyv Ziese embora tenha mostrado um ar mais agressivo com sua Tânia, a personagem foi a menos usada na trama, tirando claro a cena da luta (a mais divertida, e provável de acontecer, sem dúvida do longa), e com isso não dá para falar muito de suas expressões, mas também não podemos dizer que quando apareceu fez algo ruim, então ficou no empate. Quanto dos homens da produção, André Bankoff fez um Daniel amoroso e bonito, sonho de consumo das mulheres mundo afora (o que segundo elas mesmas, não existe!) e chega a ser até chato demais seu jeitinho. Marcos Pasquim recai bem como Edmundo e consegue fazer boas cenas no salão e fora dele, o que mostra uma boa desenvoltura. Marco Antonio Caponi faz o tradicional homem argentino galanteador que não quer nada mais além de uma boa transa, e funciona completamente como estereótipo dentro da trama. Dos demais, a maioria funcionou apenas como coadjuvante e enfeite, então é melhor nem perder tempo falando deles.
Sobre o visual da trama, escolheram locações bem encaixadas para cada momento da trama, mostrando bem um salão de beleza chique, uma boate, um restaurante simples, uma casa de periferia apenas no reboco para um sequestro, um teatro e um editorial de revista, tudo bem exemplificado, mas sem detalhes cênicos que valorizassem cada momento, tirando claro a praia final e a abertura do tal quartinho fechado, que aí cabem melhores explicações e resolveram encaixar coisas mais cenográficas realmente, ou seja, um filme simples no quesito artístico, economizando ao máximo para não ter prejuízo nessa área ao menos. Da fotografia usaram o básico também, nada que chegasse a chamar atenção, usando cores quentes em quase todas as cenas para tentar dar um ar mais divertido, e assim classificar o longa como comédia, mas também não houve muita preocupação com iluminações no contexto geral, deixando mais como uma novela mesmo, iluminando tudo e todos sem pensar.
Enfim, um filme que poderia ser mais cinema e menos novela/série que continuaria funcionando bem e agradaria bem mais, mas também uma proposta de roteiro para que se alguma emissora de TV desejar trabalhar com o estilo já ter a base completa e seguir sem medo de arriscar, pois as meninas detonariam com certeza em histórias individuais diárias. Mas como tenho de avaliar o longa como um filme realmente, é bem fraco e não chega a ser engraçado na maior parte do tempo, o que se exige em uma comédia, portanto não posso recomendar ele para quem deseja ir rir/divertir sem limites numa sessão de cinema, mesmo que ele esteja bem longe de ser algo ruim de ver, então só vá se não tiver mais nenhum outro melhor para conferir. Bem é isso pessoal, fico por aqui nessa semana cinematográfica, mas volto na próxima quinta com mais estreias, então abraços e até lá.
7 comentários:
Alguém sabe o nome da música que toca na boate na hora que aquela personagem loira dança e beija o Sebastian pela primeira vez?
Vixi Thyago... precisaria rever pra poder pegar alguma parte e pesquisar o nome, e o filme é tão fraquinho que nem dá vontade de fazer isso... se passar na TV até arrisco pra poder lhe ajudar... que na net nem sinal de aparecer algo pesquisando... abraços!
Puxa vida, eu também quero saber o nome daquela música! Não consigo encontrar em lugar nenhum
Tentei descobrir ouvindo, mas está bem difícil... parei, pausei... e o melhor... nem nos créditos tem a música!!! Ou seja, difícil viu pessoal!! Pra quem quiser tentar, está do minuto 28:50 até o 30:40 do filme!
Também estou querendo saber ! 😉
Descobriu?
Olá Mauro e Carlos... já tentei diversos programas e nada de surgir o nome dessa música... acho que a pessoa que mixou o longa foi bem eficiente em apagar traços!!! Torcer para alguém da produção responder meu e-mail!!
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