Podemos considerar uma boa animação, aquela que mantém a essência de sua origem, explica rapidamente (para poder continuar a história com mais tempo) para quem não conhece quem são os personagens, e principalmente, consegue entreter tanto os pequenos (que felizmente ficam sentados quietinhos se divertindo com tudo o que é mostrado), quanto os mais velhos que cresceram vendo os azuizinhos e gostam de novas histórias sobre eles. Ou seja, "Os Smurfs e a Vila Perdida" contém todos os elementos clássicos das boas animações, como texturas bacanas, personagens divertidos e com carisma, e ainda uma boa aventura, e junto disso tudo ainda é bem dirigido para que não ficasse algo jogado após dois "bons" filmes, mas que recheados de atores reais perdidos no meio dos bonecos animados acabavam mais atrapalhando do que divertindo realmente, e assim a retirada do elenco humano fez com que a animação fluísse bem melhor e agradasse do começo ao fim, com situações bem colocadas e uma dinâmica na medida certa para que o longa empolgasse.
O longa mostra que na Vila dos Smurfs, o Papai Smurf está sempre de olho para ver se nenhum ser azul anda aprontando. Mas Smurfette e os amigos Gênio, Desastrado e Robusto estão atrás de aventura e partem numa busca por uma tal Vila Perdida. Mas para isso, terão de passar pela Floresta Proibida, que abriga seus perigos. E se depender do maquiavélico Gargamel, o quarteto não voltará para casa.
É interessante ver que um diretor que não pega tantos filmes, mas que ao colocar suas mãos em boas sequências de animações, transforma elas em algo melhor do que já foi mostrado, e esse é Kelly Asbury, que aqui tinha uma missão de renovar os Smurfs que se desgastaram em dois longas "não-ruins", mas que faltavam com a identidade dos azuizinhos e qualidade para que a aventura fosse só deles, não dependendo de boa interação com atores, nem cenários totalmente fora da realidade dos personagens, mas sim fazer com que a vila dos Smurfs ficasse bem caracterizada, que cada elemento fosse bem contado, e principalmente que a aventura em busca de uma outra vila ficasse divertida e emocionante. E o trabalho de Kelly só fluiu bem por toda a equipe estar bem envolvida para cada caracterização, pois é notável detalhes bem distintos para cada personagem, diversos elementos cênicos em cada cena para dar a ambientação bem colocada desde a vila, passando pelo castelo de Gargamel, até chegarmos na floresta mágica, e na vila perdida.
Ou seja, com uma boa direção, uma equipe de arte precisa nos detalhes, o filme só necessitava de boas dublagens, para que o roteiro divertisse ainda mais, e posso garantir que as piadas ficaram bem colocadas nas vozes nacionais, e principalmente, não deixaram forçadas as vozes, pois quando vi que Rodrigo Lombardi, Ivete Sangalo e Maisa Silva estariam no meio fiquei com muito medo do que poderia vir, mas se não soubesse quem era antes, passaria o filme todo e nem notaria, como foi o caso da Maísa que só soube nos créditos (bem no finalzinho, com direito a piada colocada subindo os créditos) que era a Smurf-Lily, enquanto Lombardi empresta sua voz para Gargamel e Ivete para Smurf-Magnólia, mas que de forma alguma conseguimos descobrir que são eles pela mixagem bem trabalhada que deu tons diferentes do que ouvimos os atores falarem. Quanto do carisma dos personagens é fato que o filme ficou bem em cima de Smurfete e trabalhou bem o lance que tanto anda na moda da girl-power, mas nem por isso desprezaram bons momentos de Robusto, Gênio e Desastrado que juntos acabam divertindo bastante. Quanto do vilão, é fato que Gargamel é mais engraçado do que maldoso, e seu gato Cruel é o melhor sempre.
O mais engraçado é que mesmo o tom azul dominando pelos personagens, e o longa se passando em meio a uma floresta bem verde, a equipe trabalhou muitas cores na produção com os demais personagens e elementos, tendo bastante laranja, vermelho, rosa, preto e até cores fluorescentes para dar um tom diferenciado, e com isso o longa tem tantas facetas para se olhar que acabamos divertindo não só com os ótimos textos, mas também observando detalhes novos a cada cena. Quanto do 3D, o longa que foi inteiro "filmado" com a tecnologia até possui diversas cenas de imersão, um ou outro elemento passeando para fora da tela, mas ainda falta para ser aquele longa que realmente mereça ser visto com os óculos, ficando apenas bem colocado com a tecnologia sem ter muita empolgação com isso.
Enfim, é uma animação bem legal de assistir, que agrada bastante e diverte como disse tanto os pequenos quanto os mais velhos (que tiverem um lado infantil aflorado, como é o caso aqui) e que certamente fará com que o público saia sorrindo da sessão querendo ver bem mais, afinal agora sim chegaram no ponto certo de trabalhar com os Smurfs. Portanto vá conferir, leve as crianças e se divirta junto com os brindes dos cinemas, lanchonetes e tudo mais, afinal são colecionáveis. E vamos aguardar se farão novos filmes, pois o resultado aqui é bem recomendado, e se seguirem essa linha o sucesso é garantido. Bem é isso, fico por aqui hoje, já encerrando essa semana cinematográfica curta, mas volto na próxima quinta com mais textos (de uma provável semana mais curta ainda), então abraços e até lá pessoal.
2 comentários:
Definitivamente Os smurfs e a vila perdida é um dos meus filmes preferidos, a história é linda e mesmo que seja para criança eu desfrutei muito. E se você tiver crianças, eu tenho certeza que eles vão adorar também, garantido. É uma boa opção para uma tarde de filmes.
Olá Olivia!! Esse é o clima mesmo que os produtores querem, de que os adultos virem criança novamente e embarque na viagem que eles propõem... sempre fui muito fã dos Smurfs, e aqui só desenho ficou anos-luz melhor que a tentativa de colocar eles junto com humanos... esperarei mais continuações, e como você disse, esse é uma ótima opção para uma tarde de filmes com crianças (ou sem!!). Abraços!!
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