O estilo que mais possui reclamações com toda certeza é o terror, ora por ter sustos demais, ora por falhar com a tensão, ora por desejarem reclamar de tudo mesmo, e não vai ser diferente com "A Autópsia", pois o filme é daqueles que te prende do começo ao fim somente com a pergunta: "A mulher morreu de quê?", ou ainda, "Porque ainda ficam ali com qualquer barulho?", e por aí vai, pois milhares de perguntas vem na cabeça, mas o longa não se atém a querer respondê-las, e muito menos assustar o público com situações bobas. Portanto, é um filme investigativo você diria na sequência, e a resposta também é não, ou seja, o filme poderia ir para tantos lados que acertaria, mas se condensa num miolo do suspense investigativo, que acaba agradando bastante, mas que poderia intrigar muito mais caso desejasse. Assim sendo, o maior erro dele foi apenas não decidir se faria um terror mesmo impactante, causando com tudo o que poderia causar, e olha que só de ficar olhando para a cara da moça morta toda hora já causa sensações bem ruins, mas precisaria pegar mais forte na situação caótica da morte dela, ou então virar um suspense policial mesmo, investigando mais fatos e até mesmo saindo da casa, o que acredito que farão num segundo longa, pois cara de acabar aqui, certamente não deixaram.
O longa nos mostra que Tommy Tilden, um experiente médico legista, e seu filho, Austin, são responsáveis por comandar um necrotério e crematório na Virgínia. Quando o xerife local traz uma emergência - o corpo de uma desconhecida que foi encontrado no porão de uma casa onde houve um múltiplo homicídio - tudo parece ser um caso simples de resolver. Mas, à medida que eles fazem a autópsia, eles começam a ter revelações assustadoras. Mesmo aparentemente preservado, o corpo da mulher tem suas entranhas marcadas, carbonizadas e desmembradas, o que os leva a acreditar que ela foi alvo de uma terrível tortura. Enquanto Tommy e Austin tentam encaixar as peças desse mistério, uma força sobrenatural toma conta do crematório e coloca a vida dos dois em grande perigo.
O trabalho feito pelo diretor norueguês André Øvredal pode ser descrito como uma obra clássica bem determinada, pois ao iniciar mostrando bem todo o ambiente aonde vamos ficar com os protagonistas, seus métodos de trabalho, a forma investigativa de ambos os personagens, e claro jogar o suspense sem nenhuma revelação logo de cara no começo do filme é algo perfeito de se fazer, pois além de não ficar contando historinha para boi dormir, deixa aberto a possibilidade de se fazer um prequel depois, caso a continuação não seja algo vendável, certamente a história completa da jovem após conferir tudo o que é mostrado no longa será bem interessante de ser visto. Digo isso apenas e nada mais, pois qualquer coisa num filme de suspense/terror vira spoiler, mas o que posso frisar é que fizeram um longa tecnicamente light de sustos, não fazendo o público pular a cada momento, mas sim ficar horrorizado ao acompanhar uma autópsia completa em detalhes, com tudo sendo cortado, a todo momento focando no rosto espantado do cadáver, e que vai causar mais pela situação em si do que pelo envolvimento nas cenas escuras, ou seja, não precisaria de nem metade do que acontece na trama para assustar, mas que certamente poderia ter causado mais arrepios com algumas cenas mais tensas, e aí sim o filme impactar. Ou seja, não digo que o diretor tenha errado em seu primeiro longa do estilo, mas que na mão de alguém mais imponente teríamos o filme do ano com toda certeza, pois o tema é de arrepiar, e o resultado ficou ao menos bem feito.
Sobre as atuações, é interessante observarmos que nenhum dos protagonistas parecem assustados com a situação toda que está ocorrendo, pois eles não possuem o perfil de longas de terror, de modo que claro que um legista está completamente acostumado a mexer com corpos e tudo mais, mas sempre rolaria um medinho ao ver luzes explodindo, passos e sininhos, ou seja, poderiam ter expressado melhor. Porém se olharmos o lado mais investigativo da trama, podemos dizer que ambos tiveram um tino bem colocado e até agradaram com semblantes clássicos do estilo. Pois bem, dito isso, podemos falar um pouco mais do Tommy que Brian Cox (mostrando já estar bem velho) fez, pois como um legista experiente, acabaram dando exageros para ele que não veríamos em um filme "mais" leve, de modo que já vai picando, quebrando tudo e sem pesar algum vai sempre sério e confiante no seu serviço, o que é legal de ver, mas exagerou demais nos momentos de tensão parecendo estar atuando para teatro, o que não é tão bacana de acompanhar, então poderia ter dosado um pouco de cada para ficar perfeito. Emile Hirsch possui um semblante muito clássico de comédias, e a todo momento ficamos esperando ele fazer algum gracejo, de modo que poderiam ter jogado nele o quesito medo e desespero, que não deixaria o filme ruim e bobo, nem o ator menos másculo, mas daria uma veracidade para o longa ao invés dele querer no melhor estilo Scooby-doo saber mais sobre a moça, e assim sendo o resultado ficou bem abaixo no conceito interpretativo. Olwen Kelly foi usada apenas de base, e fez expressões bem traumatizantes com sua "Jane Doe"(algo como desconhecida, ou fulana no Brasil), e como já falei mais vezes aqui, quem sabe façam um longa anterior aonde a atriz possa nos contar mais sobre sua história, pois sua face ficará bem marcada, mesmo sem falar um A! Os demais foram bem enfeites mesmo, de modo que quase esquecemos as duas aparições de cada, ainda que tenha sido engraçado ver toda curiosidade da namorada interpretada por Ophelia Lovibond e o xerife medroso feito por Michael McElhatton.
O quesito artístico foi muito bem trabalhado, e no começo somos apresentados praticamente plano a plano cada elemento cênico do filme, o que é bem interessante de ver, pois já vemos o espelho aonde sabemos que vai aparecer algo, o rádio que cantará canções macabras, luzes que explodirão, objetos cortantes que irão cortar algo, e claro uma casa bem velha, que faz ruídos pra todo canto, ou seja, um trabalho de arte bem mostrado pelo diretor que não quis apenas gastar o orçamento ali, mas clarear cada ponto como único. A fotografia do longa brincou com o tradicional do terror, trabalhando cenas escuras, fumaça, luzes de lanternas e tudo mais que pudesse ser clichê, mas não chega a atrapalhar em nada, só poderiam ter sido mais criativos.
Enfim, um filme bem feito que funciona dentro do conceito a que se propõe, mas que poderia ser imensamente melhor se arrumassem pequenos detalhes para que o longa ficasse mais tenso. Ou seja, vai agradar quem for esperando ver um bom suspense, mas decepcionar quem esperar um terrorzão mesmo para valer. Portanto veja em qual estilo você mais se encaixa e use minha recomendação para ir conferir o longa, pois como disse no começo, que todos vão reclamar isso já é um fato sobre longas de terror. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com o último longa que estreou por aqui, então abraços e até mais.
2 comentários:
Não gostei do filme.
Defino em uma palavra: LIXO!
O cara vai vendo a assombração se aproximar, atira e é a namorada?
Odeio filmes que fazem o espectador de idiota!!!
Oloko amigo... no meio de uma maldição/bruxaria não daria para distinguir nada! Ao menos essa é a ideia da cena! Abraços
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