A sinopse em si é bem simples, afinal a história prioriza dinâmica e diversão com muita ação, então ela nos conta que o capitão Salazar é a nova pedra no sapato do capitão Jack Sparrow. Ele lidera um exército de piratas fantasmas assassinos e está disposto a matar todos os piratas existentes na face da Terra. Para escapar, Sparrow precisa encontrar o Tridente de Poseidon, que dá ao seu dono o poder de controlar o mar.
Uma das maiores curiosidades dos críticos (bem maior que a dos fãs, por sinal) era como os diretores noruegueses Joachim Rønning e Espen Sandberg iriam se sair a frente de um blockbuster de ação, pois acostumados com longas mais dramáticos e de baixíssimo orçamento apenas para festivais e competições, certamente teriam uma longa sabatinada para resolver com esse tipo de questionamento, e principalmente tentar manter sua essência artística bem trabalhada criando diversão para um público que não busca tanta história, ou seja, um trabalho bem árduo, e eles acabaram se saindo muito bem com o que fizeram, deixando que a história principal fluísse com os demais personagens, trabalhando uma ideia de quebra de maldições, busca pela família, envolvendo a maravilhosa saga de misticismo versus ciência e deixando que Jack divertisse o público com suas tradicionais bagunças, o que não atrapalha e ainda cria dinâmica para que o longa não ficasse monótono. Ou seja, não apenas seguiram a cartilha de como manter a chama de um blockbuster acesa após alguns tropeços, como mostraram que podem fazer filmes de qualquer estilo, e assim serem chamados por outros grandes projetos. Claro que vamos ouvir muitas reclamações espalhadas mundo afora, pois sempre terá aqueles que desejavam mais Jack e suas palhaçadas, terá aqueles que queriam mais histórias para serem contadas, e vai ter também aqueles que desejavam mais novidades e menos passado no longa, mas aí não seria Piratas do Caribe, e sim algum outro filme, então o misto de tudo isso que acaba resultando em algo legal de curtir e ver na telona com bons efeitos e muita ação.
Quanto das atuações, é fato que não existiria Piratas do Caribe sem Johnny Depp e seu Jack Sparrow, e aqui ao mostrarem sua "origem" vemos que desde jovem já tinha marra e só foi piorando, não digo que isso é algo ruim da personalidade que Depp deu à Sparrow desde 2003, mas se hoje reclamam tanto de seus trejeitos, o motivo prioritário foi que abusou disso lá no começo e acabou ficando marcado, de modo que hoje muitos vão ao cinema só para rir de suas trapalhadas sem se preocupar com qualquer coisa que aconteça no longa, ou seja, Depp é um bom ator, e isso é inquestionável, mas precisa se afastar de Sparrow o quanto antes se ainda quiser que parem de lhe atacar por ter apenas "uma" expressão facial, a de Sparrow. Em compensação, Javier Barden é um ator de múltiplas facetas expressivas, e seu Salazar embora esteja bem longe de ser um grandioso vilão, acaba agradando pelo estilo vocal seu, seus olhares, trejeitos e tudo mais que o ator acaba entregando na trama, de modo que se quisessem poderiam até fazer um longa somente de Salazar que o ator daria conta do recado. Agora se temos de falar de fraquezas, precisamos pontuar que casalzinho fraco arrumaram para a produção, de modo que deveriam ter deixado eles sem se apaixonar que seria bem melhor, pois não sentimos química entre Brenton Thwaites e Kaya Scodelario, fazendo com que seus Henry e Carina fossem personagens "bacanas", mas que juntos pareciam mais se repelir do que atrair, tanto que para dar um ar romanceado, necessitaram buscar ao final o casal protagonista das histórias iniciais, Orlando Bloom e Keira Knightley. Geoffrey Rush até faz boas participações e coloca cenas icônicas com seu Barbossa, mas é outro que acabou desgastado com a franquia, não criando novas nuances, e talvez a sacada de Paul McCartney como Tio Jack fosse tão boa, que se dessem para ele substituir Rush como um pirata importante na saga agradaria mais visualmente, mas não renderia o mote da história, então como optamos por história, as vezes é preciso colocar mais passado na tela. Dos demais, todos procuram puxar uma pontinha para aparecer, mas são tão rápidas as cenas sem o elenco principal, que só quem estiver bem ligado no restante poderá encontrar um ou outro personagem que faça alguma aparição bem colocada, ou seja, não atrapalharam o andamento e também não foram apenas abajures de cena.
Dentro do conceito cênico, a equipe de arte não mediu esforços, nem físicos nem computacionais, pois o longa trabalhou com figurinos bem trabalhados, muitos objetos cênicos importantes, ótimas locações, e claro, muita computação gráfica para sumir partes dos piratas fantasmas, criar as grandiosas cenas de ação dentro do mar aberto, arrastar um cofre por meia cidade (no melhor estilo "Velozes e Furiosos 5" - seria numerologia?) e claro que isso é o melhor que poderiam entregar, fazendo quem gosta de ver grandes produções vibrar a cada novo ato grandioso, ou seja, um trabalho que diria impecável no conceito cênico, e que não decepciona nos efeitos visuais. Quanto da fotografia, foram bem colocados para que as cenas de ação não destoassem e funcionassem bem, mesmo filmadas com muito chromakey, mas ainda assim não soaram falsas, e isso é o que importa, pois quando se trabalha com muitos tons, como é o caso aqui, o risco de erro era iminente, e satisfatoriamente as cenas com os fantasmas ficaram incríveis e mereciam mais tempo de tela. Os efeitos ficaram bem trabalhados e auxiliados pela tecnologia 3D de imersão (pois mesmo tendo algumas partes com coisas voando para fora - bem poucas), o resultado é um tal de olha pra cima, olha pro lado, pro outro que a conversão fez o público trabalhar bem dentro da tecnologia Imax, ou seja, não é um filme que vai aparecer tanto o 3D, mas que agrada pela boa movimentação que o efeito acaba causando.
Enfim, é um filme bem trabalhado e que agrada bem mais que o quarto longa, mas ainda está bem longe de ser primoroso como os primeiros da franquia, valendo mais como uma boa diversão (e como eu disse, um bom encerramento - caso queiram) do que um filme que cative por uma boa história. Portanto vá aos cinemas, compre uma boa pipoca com combo de brindes que todos estão oferecendo coisas bem legais de colecionar, e se divirta, essa é a minha recomendação, pois ir esperando ver qualquer coisa diferente é loucura. Como costumo falar, é um longa feito mais para fãs da saga do que para os demais, mas aqui certamente agradará ambos os públicos, e isso é o que importa em uma boa franquia. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas ainda tenho alguns longas que apareceram por aqui para conferir, então abraços e até breve.
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