Nunca fui muito ligado em HQs, então se tinha algo que era totalmente fora dos meus conhecimentos era de onde tinha vindo a "Mulher-Maravilha", pois sabia que ela era a princesa Diana, que tinha um laço "mágico" (que descobri uma novíssima função no longa além de amarrar as pessoas, totalmente high-tech nessa nova versão 2.0), que lutava muito e só, nada além disso. Então saber mais como nasceu, suas ambições, quais eram seus vilões, onde era sua casa, e como surgiu do nada no meio do "Batman vs Superman" era algo abstrato em minha mente (ao menos), e acredito que de muita gente, então por que não fazer um longa contando sua origem, suas primeiras missões, e claro seu primeiro grande vilão? E eis que depois de muita discussão (o longa já estava em desenvolvimento desde 1996!!!), finalmente saiu um filme com muita qualidade técnica, ótimas atuações, efeitos de primeira linha (embora o 3D seja completamente dispensável!) e que misturando bem cenas cômicas com dramaticidade bem incorporada acaba agradando do começo ao fim, mostrando que a DC tem sim salvação nos cinemas, basta os diretores mostrarem o que sabem fazer bem, e deixar que o restante aconteça.
Treinada desde cedo para ser uma guerreira imbatível, Diana Prince nunca saiu da paradisíaca ilha em que é reconhecida como princesa das Amazonas. Quando o piloto Steve Trevor se acidenta e cai numa praia do local, ela descobre que uma guerra sem precedentes está se espalhando pelo mundo e decide deixar seu lar certa de que pode parar o conflito. Lutando para acabar com todas as lutas, Diana percebe o alcance de seus poderes e sua verdadeira missão na Terra.
Temos de ser sinceros que o trabalho da diretora Patty Jenkins tem de ser aplaudido, pois após muitas críticas negativas em cima dos longas baseados nos quadrinhos da DC, ela tem sido a única que está recebendo boas colocações, e com todo o mérito, pois criar um longa sobre uma heroína bem modelada, com excelentes nuances, boas pitadas pontuais cômicas, e ainda não cair em formatos para criar uma "machona" em meio a tantos protestos feministas, trabalhando com uma personagem lutadora, mas que nem por isso deixa de ser bonita e interessante (posso estar generalizando, mas é o que vemos dos mimimis por aí), ou seja, a diretora brincou com sexo, trabalhou a força da protagonista e ainda manteve a essência gostosa de ver uma mulher protagonista com muita força, sem desmerecer em momento algum todos os seus coadjuvantes. Agora se temos de pontuar algum defeito da trama (além do 3D fraco que vou repetir muitas vezes) é a falta de desenvolvimento dos vilões, pois aqui temos três personagens com tendências vilanescas, e claro cada um com seu motivo bem pautado, mas nenhum desponta nem chama a atenção, o que acaba forçando a barra apenas para uma única luta bem coreografada e cheia de efeitos para todo lado. Ou seja, se preocuparam bem em desenvolver a protagonista, e esqueceram que em filmes de heróis gostamos também de conhecer o vilão antes da luta, para ficarmos com ódio dele e torcer para que a/o protagonista soque com gosto ele. Porém tirando esse mero detalhe, o restante da produção está incrível, com uma Themyscira bem bonita e cheia de nuances, as diversas amazonas mostrando muita ação nos combates, e uma reprodução da Segunda Guerra de fazer inveja a muitos longas que só trabalharam com isso, ou seja, um resultado de produção perfeita com ótima direção que não teve como dar errado (ou melhor, mais um defeito para pontuar, falta de sangue - mas isso se justifica com a classificação etária, é cada tiro e guerra, mas nenhuma gota de sangue cai).
Quanto das interpretações é claro que temos de dar o devido destaque à Gal Gadot, que tem recebido tantas críticas negativas à respeito de não estar musculosa, nem ser um mulherão, mas que ficou tão agradável visualmente com sua Diana, que a vemos lutar bem (e quem viu na internet seus vídeos treinando saberá que usou bem pouco de sua dublê para parecer o mais real possível), estar disposta para cenas duras, e tão bem colocada na atuação que só temos elogios tanto para sua performance, quanto para seu corpo, e sendo assim, engulam tudo e vejam mais e mais, pois até grávida ela foi filmar e saiu perfeita. Chris Pine é daqueles atores que são escolhidos para não errar na escolha, pois além de ter charme para cativar a mulherada para ir ao cinema, ainda faz ótimos trejeitos, trabalha bem nos diálogos e entrega um resultado perfeito nas nuances de seu Trevor, ou seja, na medida certa para o trabalho, mas que todos já sabiam o que rolaria na maior parte de suas cenas. O elenco de apoio também foi muito bem escolhido, e pontuou seja com diversão/graciosidade como Said Taghmaoui com seu Sammy, em força/traços incumbentes e marcantes como Connie Nielsen e Robie Wright como Hyppolita e Antiope, ou até mesmo mal aproveitados, mas com ares bem vilanescos de Danny Houston como Ludendorff, Elena Anaya como Dra. Maru e David Thewlis com seu Sr. Patrick. Ou seja, uma equipe bem pontuada em auxiliar os protagonistas, mas que com características individuais acabam agradando também nos devidos momentos.
Dentro do conceito visual, tivemos três atos completamente separados e incríveis de serem vistos, primeiro uma Themyscira totalmente ambientada, com muitos cavalos, amazonas, figurinos bem trabalhados, e uma cenografia desenhada na medida para aparentar realmente um paraíso, ou um castelo real num mundo a parte; e na sequência entramos numa Londres cinza, escura, com pessoas frias em meio ao caos da guerra, toda trabalhada num novo conceito de figurinos e elementos que acabam chamando muito a atenção; e para o segundo ato realmente entramos na terceira alegoria cênica que são os campos de guerra realmente, aonde tudo muito marrom, cheio de armas para todo lado, cenários já destruídos e sendo destruídos, com muitos objetos pontuais para reparar e claro figurinos de exércitos bem chamativos com máscaras de gás, aviões bomba e tudo mais para impactar, ou seja, um longa conceitual e bem trabalhado na direção de arte para que cada momento fosse único. Já falei das três tonalidades usadas pela equipe de arte, mas no conceito fotográfico usaram da mesma paleta de cores e foram simples e certeiros, principalmente para não atrapalhar o trabalho da equipe de efeitos. E falando de efeitos, temos de ser bem claros e dizer que não vemos abusos, com tanta coisa sendo destruída e tiros para todo lado, vemos que foram clássicos na forma computacional, mas como são elementos de profundidade de campo tanto in quanto out, poderiam ter ousado mais nos elementos tridimensionais, pois temos uma conversão bem fraca para 3D, que não vai agradar os fãs da tecnologia, e que só foi usada em pouquíssimos momentos, ou seja, temos efeitos de primeira linha, mas que não atingiram seu ápice como poderiam com toda certeza.
Enfim, juntando tudo isso à uma ótima trilha sonora orquestrada (a música da Sia, To Be Human, só entra nos créditos, mostrando que a cantora é a preferida de todos para subir as letrinhas) temos um filme incrível que como pontuei acima só possui três falhas: falta de desenvolvimento dos vilões, falta de sangue e falta de 3D útil, ou seja, coisas que podem facilmente passar batidas num longa de heróis, pois a história, o bom trato com o que os fãs das HQs desejavam, e a ótima atuação acabam sobressaindo e funcionando para recomendar a trama. Ou seja, vá para o cinema curtir, pare com as brigas Marvel vs DC e seja feliz assistindo a todos os longas de heróis, pois uma coisa é certa sempre: teremos muita ação e muitos longas desse estilo ainda por vir. Bem é isso pessoal, esse foi apenas o primeiro texto dessa semana bem recheada, portanto volto em breve com mais textos, então fiquem com meus abraços e até mais.
6 comentários:
Concordo com o 8. Como todos os filmes da DC, não há 3D. Acho que poderiam ter explorado um pouco mais a sensualidade da personagem. Acho que em um segundo filme, passando-se nos dias atuais, vai ser mais interessante.
Rapaizzzzz Erica... se desse jeito já semi-sensual as feministas já caíram matando, se ficasse mais botariam fogo nos cinemas... queriam que por ser uma amazona tivesse pelos embaixo do braço, bigode e tudo mais... deu mil confusões nas postagens deles... ou seja, tem de maneirar infelizmente!!! Também acho que algo mais atual chamará bem mais atenção, mas estou com medo de uns boatos que andam soltando... aí vai estragar!! Abraços!
Essas feministas quem que entender que se trata de uma personagem de quadrinhos e animação. Na minha lembrança a mulher maravilha era mais sensual. Fiquei curiosa, quais são os boatos? Valeu Fernando
Oi Erica... É um tremendo spoiler para quem não assistiu, mas estão dizendo que Trevor participará bastante do novo filme, ou seja, quero ver que explicações darão para tal feito!!! Abraços!
Interessante, já conhecia a historia, mas vê-lo na tela é diferente! Sinceramente os filmes de ação não são o meu gênero preferido, mas devo reconhecer que Mulher Maravilha superou minhas expectativas, é uma história sobre sacrifício, empoderamento feminino e um sutil lembrete para nós, humanos, do que somos capazes de fazer uns com os outros. É um dos melhores filmes de ação adorei está história, por que além das cenas cheias de ação extrema e efeitos especiais, realmente teve um roteiro decente, elemento que nem todos os filmes deste gênero tem. É impossível não se deixar levar pelo ritmo da historia. Eu recomendo muito e estou segura de que se converterá numa das minhas preferidas.
Exatamente Luciana... eu conhecia só o que tinha visto nos desenhos láááá longe quando era criança, o que era bem pouco... mas agora é ver o que vão aprontar mais pra frente, que esse povo da DC anda errando feio nos demais filmes!! Abraços e obrigado pelo comentário!!
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