A crise dos 40 anos atinge muitos homens e mulheres, que passam a não acreditar mais no seu potencial do que fazem bem, e começam a inventar para tentar que alguma novidade passe a lhe dar mais virilidade, e claro que com isso acabam fazendo diversas cagadas! Com essa premissa e muito humor, o diretor, roteirista e ator Guillaume Canet resolveu brincar com a ideia junto de seus amigos do cinema, e fazer um longa completamente insano, bem tosco mesmo, mas que diverte demais, numa bagunça "organizada" que mostra em números gigantescos que todos devem pensar bem antes de fazer qualquer tipo de aplicações estéticas para não virar um verdadeiro monstro. Longe de ser um filme incrível, a trama acaba divertindo pela ótima essência e diversão que proporciona, principalmente pelos atores estarem dispostos a tudo, e brincarem bem com o que desejavam mostrar.
O cineasta e ator Guillaume Canet, com 43 anos, é confrontado por uma repórter, sugerindo que ele está ultrapassado e não pode concorrer com os jovens de sua geração. Perturbado com esta ideia, o artista decide provar que continua tão criativo e descolado quanto antes. Para isso, conta com a ajuda da sua esposa Marion Cotillard e busca inspiração no rei do rock francês Johnny Hallyday.
O fato mais claro da produção é que o diretor e roteirista Guillaume Canet brincou com tudo o que falam sobre ele, sobre sua esposa Marion Cotillard e sobre tudo o que acontece nos bastidores do cinema, e você deve se perguntar: "isso pode dar certo?". E a resposta é fácil, sim, pois ele ousou em fazer piada sem necessitar de uma apelação impactante, trabalhando com o que conhece, e com tudo mais que o pessoal deseja saber que acontece com atores, afinal eles também são pessoas comuns. Porém ele foi sábio em deixar o filme como uma piada pronta, não tentando focar tanto em verdades absolutas, mas sim como algo fictício, e assim a trama se desenrolou nesse embate do que é real e do que é fictício, e assim o resultado acabou agradando bem mais do que o esperado, pois a diversão é altíssima.
Como todos fizeram eles mesmos aumentando um pouco a dosagem de exageros, nem temos como falar dos secundários da trama, mas claro que Guillaume Canet colocou pra jogo tudo o que fosse possível pra mostrar a diferença dele que só é conhecido dentro da França e de sua esposa, Marion Cottilard, que todos no mundo conhece e querem cada vez mais saber sobre ela, ele também mostrou os malefícios dos procedimentos estéticos, seja botox, hormônios, exercícios demais e tudo o que se possa falar. Marion mostrou o quanto gosta de brincar com sotaques em seus filmes, e que isso é algo até chato para o ator quando um diretor deseja isso, mas soou tão engraçado ver falando com gírias e seu marido não entendo quase nada que serviu mais para diversão do que para um estudo realmente.
Visualmente a ideia foi bacana por trabalhar a arte com precisão, deixando que as locações fossem suas próprias casas, bares, locações de filmagens e tudo soasse como um dia a dia, claro que volto a frisar que tudo foi feito de forma bem fictícia, então o resultado brinca com essa analogia, e temos sim boas escolhas cênicas, objetos usados, e o figurino/maquiagem foi bem preciso para os procedimentos estéticos, afinal não creio que Canet tenha realmente ficado do jeito final do longa, mas sim uma boa dose de maquiagem que acabou dando um tom muito engraçado para o seriado que acaba fazendo no fim.
Enfim, é um longa bem maluco, completamente diferente do tradicional, mas que funciona muito bem no que se propõe, e sendo assim é recomendado pela diversão que acaba entregando, mesmo que soe um pouco forçado dos atores interagindo entre si que comumente não aconteceria da forma que rola. Portanto se deseja ver um filme divertido e diferente, essa é a recomendação para quem estiver disposto a dar boas risadas com coisas bem bizarras. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, com apenas esse texto, pois na mudança de cinema a fila da bilheteria estava grande demais e acabei não conseguindo ver o outro longa da noite do Festival Varilux, então abraços e até amanhã.
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