É incrível a quantidade de possibilidades de se fazer um longa de terror, pois um diretor/roteirista sempre vai achar um vértice para explorar e criar algo "novo", seja a partir de uma ideia original, ou requentando algo que no passado fez sucesso. Digo isso com todas as letras para o filme "7 Desejos", pois de cara é um filme bem interessante, que o trailer tem uma pegada bem chamativa, conseguiu levar uma quantidade bem boa para as sessões de pré-estreia, mas nada mais é do que uma nova franquia do estilo que "Premonição" arrebatou no começo dos anos 2000, com mortes bem fortes e tensas (daquelas que você fica esperando quem vai morrer e como vai morrer!), mas ao menos não ficou só na história de fuga da morte, pois aqui você fez seu pedido, algo vai ocorrer com alguém próximo, e assim vai, com algo bem adolescente, mas que tem futuro para continuações. Veremos os rumos da bilheteria para saber o que vai rolar!
O longa nos mostra que Clare Shannon é uma garota de 17 anos que está tentando sobreviver a vida de estudante, até que seu pai encontra uma antiga caixa de música e lhe dá de presente. O que a garota vem a descobrir é que a misteriosa caixa pode lhe conceder 7 desejos e com eles ela pode ter a chance de conquistar tudo o que quer. Porém, tudo tem um preço e ela vai aprender da pior maneira. Faça um desejo! Mas cuidado com o que você deseja, as consequências podem ser fatais.
Como disse no começo do texto, se existe um gênero que sempre gostam de dar uma requentada em uma ideia que fez dinheiro é o de terror, e se existe um diretor que gosta de pegar grandes sucessos e dar sequências, ou começar algo "novo" é John R. Leonetti, que apenas para citar alguns de seus trabalhos, foi cinegrafista de "Invocação do Mal", em seguida dirigiu "Annabelle", antes pegou o sucesso de "Efeito Borboleta" e dirigiu sua continuação, e mais antes ainda, estreou no comando de longas fazendo "Mortal Kombat - A Aniquilação", ou seja, ele é daqueles que vai sempre procurar uma brecha para ganhar algum dinheiro com filmes "baratos", mas que podem entregar algo para o público, ao menos algo que desejam ver na telona, pois todos sabemos o quanto "Premonição" rendeu para os estúdios, então por que não criar algo mais atual, brincando com a ideia de deseje algo e pague com sangue, e por aí vai, pois a trama vai girar nesse conceito, é explicadíssima em detalhes (você não vai precisar nem pensar em nada, pois vão lhe entregar de mão beijada cada mera cena), e vai de certa forma causar "terror" com as mortes fortes bem filmadas que até geram uma certa tensão antes de ocorrer, e sem ter espíritos ou até mesmo grandes sustos, o filme vai agradar quem gosta desse estilo de terror, e certamente deve virar uma franquia com continuações (ao menos o final, e a cena no meio dos créditos entrega isso!), e quem sabe o diretor que fez lucro com continuações de outros diretores, agora passe a bola para outros.
Sobre as interpretações, é fato que a garota Joey King vem tendo uma carreira com muitos filmes em seu currículo, e sua Clare é bem expressiva, mas a personalidade dela incomoda demais com muito egocentrismo e claro que isso acaba sendo explorado no filme, e sendo assim, a atriz poderia ter feito caras e bocas menos forçadas, já que a personalidade em si já era forte, porém de modo geral acaba agradando mais do que atrapalhando na forma de interpretar seu texto. Ryan Phillippe também entregou um pai bem colocado, mas que sempre aparece apático demais, de modo que seu Jonathan até possui bons momentos, mas faltou empolgação e determinação nas cenas que pedia isso, destaque claro para suas cenas mais perigosas. O jovem Ki Hong Lee já mostrou em outros filmes toda sua desenvoltura, e aqui poderiam ter usado muito mais de seu Ryan, pois o jovem se mostrou bem disposto nas expressões das cenas que foi colocado e quem sabe a continuação lhe use, o que seria interessante, pois aí sim veremos o misticismo chinês com alguém que faça bom uso dele. Agora se já voltaram com o estilo de "Premonição", precisam voltar com o estilo "Todo Mundo em Pânico", e certamente a escolhida seria Sydney Park para dar bom tom grosseiro para as personagens fortes, e só digo isso, pois sua Meredith é perfeita para isso, e a atriz foi muito bem encaixada. Dos demais, a maioria acaba tendo uma ponta aqui, outra ali, com boas frases, cenas fortes e até boa dinâmica, mas são todos bem rápidos para cada momento, não valendo destacar ninguém além dos protagonistas.
Dentro do conceito visual, a trama foi bem simples, pois não podiam estourar muito o orçamento de 12 milhões, e com isso, embora tenha uma mansão bem floreada (mas se olharmos a decoração interna, quase nada de detalhe!), uma escola com poucos elementos distribuídos, e a grande concentração de detalhes fica a cargo dos locais aonde vão ocorrer as mortes, pois ali sim é o lugar para caprichar na ambientação, então vemos muita cenografia em cada área (vou me conter em não falar sobre cada um para não dar spoilers de quem morre em cada momento), agradando pela engenhosidade das mortes e mesmo que não seja algo legal de se ver, o acerto dentro de um filme de terror é satisfatório. Quanto da fotografia, o uso de sombras e luzes revelando cada momento foi um grande acerto e vale prestar atenção à cada detalhe, pois o filme usa e abusa disso, num acerto bem impactado.
Enfim, está longe de ser um longa perfeito, pois ficou adolescente demais, com atores chegando a ser até chatos (as cenas na escola são um porre, com clichês de todo o tipo!), mas que funciona por criar alguma certa tensão nas cenas das mortes, e por ter uma história acompanhável, nada muito elaborado, mas que vai agradar quem gosta desse estilo próprio de terror (já aviso, se não é fã do gore e de algo menos elaborado nem vá conferir), e sendo assim, fica sendo minha recomendação do momento, mas que poderia talvez melhorar muito em uma continuação. Portanto, vá e se divirta com as mortes, pode ficar tranquilo que nenhum espírito vai lhe assustar depois (afinal não tem disso no filme), e vamos aguardar ainda os grandes nomes do terror desse ano, pois esse apenas o trailer foi bem feito. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, já encerrando essa semana cinematográfica, mas volto na próxima quinta com mais estreias, então abraços e até breve.
2 comentários:
Eu acho que o filme me decepcionou! A trama escrita por Barbara Marshall consegue ser um fiasco do início ao fim e ainda deixa um gancho para uma continuação. O que ela fez, é sempre repetido por outros inúmeros roteiristas, então não é uma novidade. Eu vi esta história apenas porque os filmes de Joey Kingl são geralmente projetos divertidos. 7 Desejos é decepcionante por diversos fatores: por repetir com muita frieza e sem qualquer originalidade um cinema estandartizado e padronizado – clichês atrás do outro -, por atuações que ficam muito aquém de um nível mínimo de realismo e acabam por cair no cômico tamanha a artificialidade, tramas mal explicadas a ponto de algumas situações da narrativa e das motivações dos personagens serem forçadas e beirarem o espalhafatoso.
Olá Tabaré... até tinha uma boa intenção a trama, mas acabou desabando em tropeços!! Abraços e obrigado por compartilhar sua opinião!
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...