Sempre que uma franquia tem um reinício ficamos com alguns pés atrás, pois não é usual que algo saia como desejávamos, afinal acabamos nos afeiçoando ao protagonista inicial, suas brigas e por aí vai, mas convenhamos que até hoje todos os filmes do Homem-Aranha foram bem feitos, mas faltava o tom real de um garoto, sua vida na escola, aprender realmente o valor dos seus poderes, e claro como já conhecíamos anteriormente por desenhos ou HQs, a comicidade real do famoso amigão da vizinhança, e agora com "Homem-Aranha: De Volta Ao Lar", a franquia praticamente se reinventou, incorporou com todas as letras o conceito da Marvel (tudo bem que os anteriores não faziam bem parte do mesmo Universo, oremos para que a parceria permaneça!) e ainda mostrou que o reinício da franquia (sem precisar mostrar coisas repetidas!) foi o melhor que o personagem poderia ter em anos, criando um longa gostoso, bem colocado, sim um pouco longo, mas necessário para todas as devidas apresentações e que acaba soando tão divertido que vai ser difícil alguém sair da sessão reclamando de não ter visto um excelente filme. Ou seja, é daqueles filmes que foram tão bem pensados que tudo acaba tendo sentido para a franquia deslanchar com continuações e também acaba funcionando muito bem sozinho, de modo que a diversão ocorre do começo ao fim. Defeitos sempre existirão, e se posso pontuar um foi a falta de um 3D melhor, pois com tantos voos, a imersão acabaria sendo incrível, e temos tão poucas cenas que aproveitaram isso, que podemos dizer que a conversão falhou feio, mas como o filme é tão bom, quase esquecemos de reparar onde tem e onde não tem tecnologia.
O longa nos mostra que depois de atuar ao lado dos Vingadores, chegou a hora do pequeno Peter Parker voltar para casa e para a sua vida, já não mais tão normal. Lutando diariamente contra pequenos crimes nas redondezas, ele pensa ter encontrado a missão de sua vida quando o terrível vilão Abutre surge amedrontando a cidade. O problema é que a tarefa não será tão fácil como ele imaginava.
É fato que o Aranha já havia sido apresentado em "Guerra Civil", mas temos de pontuar a direção bem eficiente que Jon Watts fez ao desenvolver um roteiro completamente novo e bem adequado para todos os públicos, trabalhando cada ato com muita dinâmica e cenas rápidas sem cansar o público, de modo que foi criando as perspectivas que todos os fãs do personagem desejavam ver na telona, pois sempre a maior reclamação dos longas do personagem era que nenhum filme realmente mostrava ele defendendo a vizinhança, ajudando as pessoas, e aqui logo de cara vemos isso e muito mais. A grande arte do longa ficou a cargo claro dos roteiristas que desenvolveram bem o arco central e as facetas do personagem de modo a conhecermos tudo ao seu redor, como a escola, os amigos, o que gosta de fazer nas horas livres, como defende a vizinhança, os novos vilões, e claro sua ânsia por novas missões dos Vingadores. E ao cair tudo isso bem dosado nas mãos do diretor que soube usar e ousar, o resultado foi sendo cadenciado e criado colocando o personagem definitivamente no Universo Cinematográfico Marvel depois de anos somente nas mãos da Sony sem muita ligação com tudo o que rolava no âmbito dos heróis desse Universo. Claro que um dos pontos mais positivos fora a boa dinâmica do personagem principal ficou a cargo da escolha de um vilão bem foda, e que empolga assustando, dando raiva e motivos para sua vilania ficar de uma maneira bem coerente e consistente, pois geralmente reclamamos quando um vilão só aparece apanha e já era, e aqui souberam colocar muita sintaxe para ele, expressando seus motivos para o que faz, suas características marcantes e principalmente brigando muito com o personagem principal. Ou seja, foi um conjunto de obra perfeito de ser mostrado nas telonas e que vão deixar um grande desespero nos fãs por querer esperar mais dele em breve, aí é que entra a última cena pós-crédito (que embora seja algo que quem for embora não irá perder muita coisa) vai explicar para o público esse sentimento dos fãs. Mas a cena de miolo dos créditos, essa sim não deve se perder, pois já iremos conhecer (rapidamente) o vilão do próximo filme do teioso.
Chega a ser até difícil não fazer um texto alongado de cada ator, pois todos fizeram personagens tão bem encaixados com o momento e ao escolherem um elenco juvenil de primeira linha, junto claro de ótimos atores experientes ajudando por fora, o resultado por parte das interpretações foi algo incrível de se ver, mas vamos falar um pouco de cada um. Tom Holland já iniciou sua carreira de modo perfeito em "O Impossível", e claro que desejávamos ver maiores papeis para ele num futuro, pois bem, ao ser escolhido como Peter Park/Homem-Aranha, ele não só mostrou empolgação como fão, como também tem treinado e mostrado que não decepcionaria de forma alguma com tudo, ou seja, foi a escolha perfeita com potencial para uma longa desenvoltura do personagem nas telonas, já que ele tem tom bem encaixado, possui físico e idade para muitos filmes e principalmente ama o personagem para não deixar a coerência de fora, e assim agora é só esperar resultado positivo em cima de resultado positivo com todos os bons trejeitos que irá criar com o passar do tempo. Embora apareça somente em momentos-chave, Robert Downey Jr. conseguiu mostrar uma ótima parceria e encaixe com o protagonista, fazendo claro seu estilão playboy e mostrando tudo o que sabe fazer muito bem. Outro escolha que acabou saindo melhor que a encomenda foi Michael Keaton como Adrian Toomes/Abutre, pois ele juntou toda sua experiência em forma de personagens marcantes e criou um vilão "humano" sem encaixar loucura na personalidade ou poderes sobrenaturais, que são comuns em filmes de heróis, e com isso acabou tornando o personagem muito bom de acompanhar, de modo que até gostaríamos (quem sabe mais para frente com o que é mostrado na cena de meio dos créditos) que ele voltasse em algum próximo filme do Aranha. Um dos melhores pontos cômicos da trama ficou a cargo de Jacob Batalon com seu Ned, pois mais do que o melhor amigo do protagonista, sua desenvoltura ao descobrir a identidade secreta do Aranha, e ir se encantando com tudo o que pode fazer para ajudar o personagem foi sendo criado com facetas expressivas tão bacanas que não tem como não se agradar com o ator e com o personagem, e claro que ainda veremos muito dele, mas nesse longa temos de destacar suas cenas pós-baile, pois aí sim ele foi quem desejava ser. Outro grande ator que ajudou muito na comicidade foi Jon Fraveau com seu Happy Hoogan, pois juntou todos seus bons momentos que fez em todos os longas anteriores do Homem de Ferro, e aqui acabou trabalhando mais com a ideia pontual de comicidade agradável conseguiu agradar demais. Eu sei que os fãs não desejam ver romances em longas de super-heróis (afinal queremos ver é pancadaria), mas não deixaram de lado as possibilidades com as garotas da trama, pois claro o garoto está no ápice da adolescência, e com isso tivemos uma boa colocação de Laura Harrier com sua Liz (que na cena do memorial quase achamos que veríamos novamente o último filme do Homem-Aranha), e até mesmo Zendaya conseguiu chamar de leve a atenção com sua Michelle. Claro que temos de falar de suas poucas cenas, mas sempre de maneira bem icônica e sarcástica, afinal toda a beleza de Marisa Tomei como Tia May, ainda vai dar muito o que falar, e quem sabe até veremos o Aranha batendo em alguns pretendentes mais para frente. Outros que apareceram pouco, mas fizeram bons trabalhos foi Booken Woodbine como o segundo Shocker, Logan Marshall-Green como o primeiro Shocker e até Michael Cernus como o Consertador. E por último, mas não menos importante, temos que pontuar a não aparição, mas sim a voz de Jennifer Connelly como Karen no melhor estilo do filme "Ela", que agradou demais em tonalidade e desenvoltura.
No conceito artístico tivemos uma cenografia bem elaborada, cheio de elementos bem escolhidos para representar cada ato, desde a escola, os desafios escolares, bailes, até as cenas de luta, lanchonetes e afins que diversificaram o longa e agradaram muito, mostrando que a equipe não quis economizar em nada para que o filme ficasse moderno e ao mesmo tempo com detalhes simples e agradáveis, ou seja, um longa familiar e de introdução bem pontual, bonito e interessante. Destaque cênico para todo o figurino, mas principalmente para toda a tecnologia da roupa do Aranha, que Stark criou para que ele tivesse tudo a sua disposição, inclusive com dicas da voz como ocorre com seu Homem de Ferro. Da questão fotográfica o longa não ousou muito, pois não tivemos atos dramáticos fortes para criar tons mais escuros, de modo que o filme todo soa divertido e alegra, com muitas cores, iluminações na medida, e até mesmo na maior luta no ar, o brilho acabou dominando, mas sempre de modo a chamar atenção para os personagens principais. Outro ponto que vale a pena ressaltar é o fato dos efeitos especiais serem bem chamativos, pequenos, mas elaborados na medida correta para que o filme não saísse do eixo, e isso agradou demais tanto no ritmo, quanto no visual. E para finalizar o conceito técnico, tenho de pontuar que o longa merecia ter sido gravado em 3D, com muito mais desenvoltura nos movimentos, pois temos muitas cenas com personagens voando, pulando e tudo mais, que ficariam perfeitas com a tecnologia empregada de maneira correta, pois só temos algumas poucas profundidades e um ou outro elemento saindo para fora da tela, ou seja, como sempre digo, quem quiser economizar pode ver tranquilamente em 2D que não irá perder nada.
Sobre o conceito musical da trama, tivemos boas escolhas para dar ritmo, e claro a colocação do tema tradicional de abertura dos desenhos do Homem-Aranha, agradando demais os fãs e assim criando uma identidade auditiva para o personagem no cinema também. Claro que quem quiser ouvir toda a trilha sonora, deixo aqui o link.
Enfim, é um longa perfeito que agrada demais, mas que não darei a nota máxima pela falta de um 3D que realmente valesse a pena, pois do restante temos emoção, aventura, comédia e até um pouco de dramaticidade, sendo completo. Portanto se você gosta de tudo isso com certeza irá se empolgar com o que verá na telona, e ficará bem ansioso (tendo claro paciência com o tempo) para os próximos capítulos da Marvel, e claro do que veremos Tom Holland fazendo com seu Aranha. Bem é isso pessoal, fico por aqui nessa semana curta de estreias, mas volto em breve com mais textos.
7 comentários:
Boa tarde Sr. Fernando!
Teria como você disponibilizar um pouco do seu precioso tempo para me mandar uma lista de filmes com a tecnologia 3D que você considera que vale a pena assistir?!
Se você puder fazer isso por mim me sentirei honrado. Sempre acompanho suas críticas que por sinal valem muito a pena ler. Meu e mail marlonsancost@gmail.com.
Forte abraço!
Olá Marlon, compensador mesmo até hoje só Avatar para falar assim que valeu pelo 3D, mas preciso dar uma pesquisada melhor com mais tempo! Vou tentar!
Ok. Obg!
Olá Fernando! Assisti o filme e com certeza, se tivessem filmado na tecnologia seria show. Sobre o filme Exterminador do Futuro 2 que seria relançado em 3D por Cameron, você tem alguma notícia recente? abraços!
Olá Mauro... sempre que filmar vai ser top!! Quanto à relançamento, devem esperar algo mais próximo do novo filme que estão fazendo/falando de fazer... se souber de mais algo volto pra te falar, que por enquanto só ouvi rumores também! Abraços!
Genial! Para mim foi a melhor do gênero. Laura Harrier esta impecável no filme. Adoro porque sua atuação não é forçada em absoluto. Além, acho que a sua participação neste filme de ação realmente ajudou ao desenvolvimento da história. O filme tem uma grande historia e acho que o papel que ele interpreta caiu como uma luva, sem dúvida vou ver este filme novamente. Eu vi que seu próximo projeto, Fahrenheit 451 será lançado em breve. Acho que será ótimo! Adoro ler livros, cada um é diferente na narrativa e nos personagens, é bom que cada vez mais diretores e atores se aventurem a realizar filmes baseados em livros. Acho que Fahrenheit 451 sera excelente! Se tornou em uma das minhas histórias preferidas desde que li o livro, quando soube que seria adaptado a um filme, fiquei na dúvida se eu a desfrutaria tanto como na versão impressa. Acabo de ver o trailer da adaptação do livro, na verdade parece muito boa, li o livro faz um tempo, mas acho que terei que ler novamente, para não perder nenhum detalhe. Sera um dos melhores lançamentos em 2018 acho que é uma boa idéia fazer este tipo de adaptações cinematográficas.
Olá Antonia... realmente foi um filmaço, e Laura detonou... pena que Fahrenheit vai ser só para Netflix, aí perde um pouco a magia, mas fazer o que né, eles andam mandando no mundo... Abraços e obrigado pelo comment!
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