sábado, 9 de setembro de 2017

2:22 - Encontro Marcado (2:22)

Sempre achei interessante o fato de coincidências, repetições, numerologia, e com isso gosto de observar quando alguns números ou fatos acontecem mais que uma vez em nossa vida, seja num determinado momento ou algo do tipo, mas sequer havia pensado na possibilidade que o longa "2:22 - Encontro Marcado" acabou levando para o seu desfecho, e digo isso não apenas por mim, mas certamente quem conferir o trailer, irá ao cinema pensando uma coisa, depois irá conferir o início morninho, romantizado com canções gostosinhas, e irá chegar a outra conclusão, na sequência pelos fatos que ocorrem acabará interpretando e achando ser uma outra coisa, e ao ter a revelação final da conclusão do protagonista, e por consequência o desfecho do longa, verá algo mais diferente ainda (e talvez até se decepcione com a forma encontrada!). Ou seja, não sei se o roteiro final chegou nas mãos do diretor da forma que nos entregou, ou se acabaram mexendo tanto no desenvolvimento e na edição que o resultado acabou assim, pois ficou aparentando uma leve confusão do que desejavam realmente (ou do que desejávamos ver realmente!), mas que no geral acaba soando agradável e bacana de conferir, embora saísse das possibilidades que poderíamos acreditar.

O longa nos mostra que Dylan Branson é um homem que tem a sua vida permanentemente mudada quando uma série de eventos se repete exatamente no mesmo horário todos os dias, às 2:22 da tarde. Quando Dylan se apaixona por Sarah, uma jovem mulher que tem sua vida ameaçada pelos eventos ocorridos, ele deve resolver o mistério que o cerca para preservar o amor que a vida lhe ofereceu como uma segunda chance.

Escrevi o primeiro parágrafo antes de abrir a ficha completa do filme, e ao descobrir que o diretor Paul Currie é bem mais produtor do que diretor realmente, fica fácil entender a bagunça na história, pois filmes de produtores geralmente vão alongando a história, colocando mais elementos, e logo se veem enrolados em tudo o que foi criado não arrumando muito para onde atacar e conseguir fechar. Desse modo, a ideia aqui embora tenha conseguido ter um sentido, passa por tantos outros vértices, que certamente ele nem sabia qual seria a melhor ideia de fechamento. Claro que tudo funcionou muito bem, mas toda a cientologia, os esquemas e a enrolação do miolo para chegar aonde ele queria foi algo muito além. E digo mais, essa mesma trama nas mãos de alguém mais impactante ficaria digna de prêmios, pois ao invés de uma confusão linear, talvez teríamos algo até abstrato em questões de idas e vindas, mas o filme teria um fluxo coeso ao menos. Volto a frisar, a ideia final faz todo sentido, mas poderia ser menos exagerada, e repetida para agradar mais.

Sobre as atuações, podemos dizer que fizeram bem feito praticamente tudo, menos envolver química no trio protagonista, de modo que é mais fácil falar eu te amo para uma porta e ela corresponder do que sentir amor realmente por algo que os protagonistas demonstram. E esse certamente é o maior erro de um romance. Não digo que o começo não agrade, e até aparente engrenar (mesmo que seja um romance instantâneo e falso de acreditar), mas depois com o desenrolar da trama chega a ser difícil até suportar as obsessões. Teresa Palmer como sempre é precisa nos olhares e transmite uma boa segurança para sua Sarah, porém faltou paixão mesmo na maioria dos seus momentos, tudo bem que acontecer isso em dois ou três encontros é algo difícil, mas com a ideia completa da trama, poderia ser muito melhor o miolo se ela fosse a fundo nisso. O mesmo podemos dizer de Michiel Huisman com seu Dylan, mas ao menos o ator teve mais trabalho em cena, pois sendo o protagonista (e quase um Sherlock Holmes), passou a trama toda desenvolvendo suas teorias, fazendo interpretações de anotações e com isso ao menos criou uma dinâmica para seu personagem, porém faltou carisma para tirar suspiros das garotas. E para finalizar, poderia jurar pela primeira cena de Sam Reid que ele era de outro time com seu Jonas, pois chegou em cena de uma maneira muito descontraída para o papel que lhe foi entregue, mas com o final da trama, mudou completamente o estilo e ficou bem colocado para a determinação final de seu personagem, e embora apareça pouco conseguiu chamar atenção. Dos demais, a maioria fez pequenas pontas, mas o trio secundário poderia ter uma participação maior (caso a revelação acontecesse antes) que ao menos demonstraram maior conexão e envolvimento que os protagonistas.

O visual da trama até foi bem trabalhado, com locações até grandiosas (a Central de trens chega a ser gigantesca para padrões de filmes desse estilo) ousando na quantidade de figurantes diferentes, bons elementos cênicos para destacar cada ato e momento do protagonista, e muita coisa escrita também virando referencial na trama (acho que se tivessem feito igual ocorre em muitos filmes com coisas escritas, colocando nas línguas onde se lançam ficaria bem bacana!) como cenografia, e sendo assim a trama até funciona bem dentro do contexto aonde tudo se passa, mostrando que a equipe de arte até estava preocupada com um resultado maior. No conceito fotográfico, inicialmente até parecia que estávamos mais dentro de um romance leve, gostoso, com cores neutras, um balé aéreo que chega a flutuar na mente das pessoas, tons bem colocados (mesmo com a loucura dos voos dos aviões!), porém ao adentrar no drama/tensão acabou misturando tanto os tons que ficamos pensando aonde queriam chegar. Outro detalhe ficou a cargo do excesso de efeitos especiais, com toda hora o boom aparecendo, as misturas de constelações, cheio de purpurina na tela, algo que nem se faz mais, ou seja, ficando estranho de ver.

Um grande ponto positivo do longa ficou a cargo da trilha sonora, pois temos desde músicas calmas, até algumas mais envolventes, que ditaram o ritmo da trama, e claro que não ia deixar de pôr o link para todos ouvirem, afinal, alguns filmes funcionam mais pela escolha sonora do que pela montagem do roteiro em si.

Enfim, é um filme bagunçado, mas que agrada de certo modo, principalmente por fechar bem o que começou, mesmo que no miolo como já falei tenha se perdido um pouco. Ou seja, se você gosta de romances leves que misturem um pouco de tudo e que apesar do desenrolar confuso acaba acertando e convencendo, talvez esse seja uma boa escolha para o final de semana, mas com toda certeza poderia melhorar e muito em tudo para agradar bem mais. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com a última estreia que apareceu por aqui, então abraços e até logo mais.

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